Fazer rock ‘n’
roll com arte parece ser o desígnio do trio gaulês Sticky Boys, pela
amostra apresentada no seu segundo trabalho Make
Art, sucessor de This Is Rock ‘n’
Roll. Mais uma vez procuramos a banda que, por intermédio do baterista Tom
Bullot, nos falou da sua evolução, de como sequestraram o produtor e da vontade
de vir a Portugal.
Olá Tom, uma
vez mais! O que têm feito, desde a última vez que falamos, há dois anos?
Olá e obrigado pelo teu interesse! Basicamente, estivemos
em tournée. Principalmente pela França,
com algumas viagens ao estrangeiro, Bélgica e Alemanha. Estas têm sido muito
boas. Muitos novos amigos, muitas novas experiências, tantas histórias e
aventuras! No entanto, depois de dois anos na estrada decidimos que tinha
chegado o momento de fazer uma pausa e entramos em processo de composição. Três
meses depois, estávamos prontos para o estúdio!
Sim! Dois
anos na estrada, certamente que vos dá mais poder, energia e loucura. É o que
os fãs podem sentir com este novo álbum?
Sim, com certeza estamos um pouco mais maduros sobre a
nossa música. Quero dizer, nós sabemos o que podemos e não podemos fazer.
Sabemos melhor como soamos e o que somos capazes de dar em palco. Sabendo isso,
somos capazes de ter ainda mais poder e fazer mais e mais energéticos shows. Por falar nisso, decidimos fazer
este segundo álbum Make Art mais
áspero e natural, em termos de som. O objetivo era fazer com que as pessoas ouvissem
as músicas o mais próximo possível de como elas soam quando as tocamos ao vivo.
Acho que também esse é o lugar onde a energia e o poder surgem!
No entanto,
diz o press-release que Make Art é um álbum mais pessoal e mais
profundo. Por quê? O que o carateriza assim?
Sim, é bem verdade. Na verdade, fomos capazes de
mostrar muito mais da nossa personalidade musical em Make Art do que em This Is
Rock'n'Roll. Isso está ligado ao autoconhecimento que ganhamos com todos os
espetáculos que fizemos. Temos melhorado a nossa escrita e capacidades técnicas.
Melhoramos as nossas capacidades de escuta e precisão. Não quero escrever ou tocar
nada complexo ou complicado. Mas isso ajuda na autoconfiança e a autoconfiança
ajuda a correr riscos na escrita. Aproveitamos essas novas capacidades para escrever
e tocar músicas que têm um pouco mais de diversidade. A música Make Art, por exemplo, tem partes de
teclado e nenhum riff de guitarra.
Isso foi algo que nós nunca nos atrevemos a escrever para This Is Rock'n'Roll.
Vocês
ainda não gostam de estar no estúdio? Como foi a experiência desta vez? Gravaram
ao vivo?
Comparado com estar em palco? O estúdio é uma terrível
dor no rabo! (risos) No entanto, a realização de Make Art foi mais divertida que a realização de This Is Rock'n'Roll. Sabíamos um pouco
melhor como as coisas funcionam. A nossa ideia do resultado também era mais
clara. Por isso, foi uma longa caminhada em direção a um objetivo. Assim, já é
mais fácil do que caminhar no deserto sem nenhum propósito real. Quando se
trata da produção de um álbum, ajuda muito conhecer um pouco do que queres e para
onde queres ir. Portanto, sim, afinal, a produção de Make Art foi mais fácil do que a de This Is Rock'n'Roll.
A produção esteve
novamente a cargo de Francis Caste. Ele é o melhor para a sonoridade Sticky Boys?
Sim, com certeza. O que é impressionante é que ele é
um completo camaleão. Passados alguns dias, ele é capaz de se juntar
completamente ao projeto, fundir-se com a banda e adaptar-se às expetativas e
personalidade das bandas. Durante a gravação de This Is Rock'n'Roll, ele agiu como uma espécie de treinador, que
nos mostrou o caminho para produzir o álbum de rock'n'roll que queríamos. No processo de gravação de Make Art ele percebeu que estávamos mais
maduros, mais prontos para caminhar por conta própria. Afastou-se e ajudou-nos
a alcançar os nossos objetivos de forma mais discreta. Ele tem as melhores capacidades
que já vimos, tanto a nível técnico como emocional.
Ouvi uma
história que vocês o raptaram. É verdade (risos!)?
Hahaha, na realidade, agora ele é um grande amigo nosso
e quer ajudar-nos de qualquer maneira possível. Por isso, às vezes, fica connosco
muito mais tempo do que o esperado e, em seguida, ele tem que explicar porque
razão a sua planificação ficou toda desarrumada. E nós concordamos em fingir
que o sequestramos. Mas hey, shhhhht... Isto é segredo!
O vosso álbum
anterior foi agora incluído no filme Ocean
(2013). Grande honra... Mas, ao mesmo tempo, não será um pouco assustador? O
que sentiram quando receberam a notícia?
Sim, é uma experiência incrível. O ambiente de uma
produção de um filme é muito estranho, mas adoramos termo-nos esgueirado lá para
dentro para ter um gostinho de como é a produção de um filme! Na realidade, as
nossas capacidades para atores não são as melhores. Talvez, um dia, possamos trabalhar
isso e melhorar, mas para já preferimos limitar as nossas aparições ao mínimo
estritamente necessário e permanecer em silêncio (risos).
Ainda não têm
nenhum vídeo retirado deste álbum, pois não? Têm alguma coisa em vista…
Estamos a tentar empurrar um par de projetos, mas
infelizmente nada está confirmado até agora e não posso dizer muito mais sobre
isso. A única coisa que posso dizer é o quão difícil é criar as condições necessária
para a produção de um vídeo de música (equipa, orçamento, banda, material...).
Em palco,
continuam com os vossos shows
enérgicos e incendiários, suponho...
Absolutamente. Temos vindo a melhorar e recrutamos uma
incrível equipa técnica de som e luzes que nos ajudou a criar e produzir um show fantástico que estamos prestes a apresentar
na nossa próxima tour!
Então o que
podem os fãs europeus esperar da vossa próxima tournée europeia? Quando começa? Portugal está incluído?
Sabes que queremos fazer uma tournée por toda a Europa. Trata-se de encontrar os parceiros
locais nos sítios certos para que isso aconteça e, depois, promovê-lo
corretamente. Nós juntamos forças com um booking
agent especialmente dedicado à Europa, excluindo a França. Ele está a trabalhar
com todos os países e a lutar para fazer alguma coisa acontecer em todos os
países europeus. Esperemos que também em Portugal e em breve!
Obrigado,
Tom, mais uma vez foi um prazer! Queres acrescentar mais alguma coisa?
Estamos ansiosos por vos conhecer em Portugal. Boa
promoção ajuda a criar expetativas e pode ser um bom começo para se fazer uma tour por Portugal em breve! Portanto,
muito obrigado pelo teu interesse!
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