Quando um
baixista rock se aventura em
sonoridades menos convencionais como o world
music isso demonstra a capacidade que esse músico tem em inovar e derrubar
barreiras. Vem isso a propósito de And
The Earth Bleeds, segundo trabalho a solo de Erik Scott, baixista que
chegou a trabalhar com Alice Cooper. Fomos descobrir as suas motivações…
Olá Erik! Obrigado
pelo teu tempo para Via Nocturna. Podemos falar um pouco sobre o teu regresso com
And The Earth Bleeds? Para começar,
sendo tu um baixista de rock, o que te
motivou a criar um trabalho tão diferente?
Recentemente quis explorar as
diferentes possibilidades do baixo elétrico, tocar mais ideias melódicas que me
ocorreram no baixo, e não simplesmente entregá-las às guitarras ou aos sopros.
Tocar com diferentes efeitos e também quis experimentar combinações de
instrumentos inesperados e ser tão criativo quanto me fosse possível.
Quando decidiste
fazer algo como isto? Foi espontânea ou não?
Ambos os meus álbuns a solo foram
gravados sem um plano. Gosto simplesmente de começar as coisas e deixar que a
música me leve…
And The Earth Bleeds é um álbum cheio de surpresas. Pode descrever um pouco do que
os ouvintes podem ouvir?
Bem, espero que o ouvinte goste de
como o baixo toca linhas melódicas e dos duetos com o violino e outros
instrumentos diferentes. Como os vocais mudam de um cantor a cantar em inglês e
a sua namorada a cantar em espanhol... coisas assim.
Poderemos afirmar
que este álbum é a continuação de Other
Planets ou é diferente?
Acho que, de muitas maneiras, é uma
continuação. Ambos são bastante atmosféricos. And The Earth Bleeds não é tão espacial como Other Planets. Mas tem períodos atmosféricos.
Há cinco
músicas não instrumentais no álbum. Pelo que percebi, as letras vieram muito
mais tarde no processo. Estava planeado ser apenas um álbum instrumental ou
não? Porque decidiste incluir letras nessas músicas em particular?
Nesses casos, gostava da música como
estava, mas as canções pareciam querer letras... Simplesmente não pareciam
completas como instrumentais.
Como surgem as
influências escocesas na tua música?
Vi um filme, In Search Of Neverland, sobre JM Barrie e a criação de Peter Pan e
comecei a pensar em termos de Escócia. Por isso visitei a Escócia porque tenho
alguma ascendência escocesa, o que acabou por ser uma influência, especialmente
nas letras de Free.
E o tema The Battle For Neverland foi precisamente
inspirado e dedicado a JM Barrie, o criador de Peter Pan. Por quê?
Porque posso relacionar as ideias de
manutenção da juventude e sonhos, não deixando o processo de envelhecimento
atrasá-lo e torná-lo chato.
Com
influências escocesas e celtas e um título como And The Earth Bleeds, podemos considerar este álbum como um olhar
sobre todos os problemas que estão a afetar o nosso planeta?
Provavelmente não como um todo. Mas,
certamente, o título da canção é sobre tratar melhor da nossa casa.
Quem são os
músicos que te acompanham neste disco?
Shira Kammen toca violino em três
músicas, (na verdade, um violino medieval chamado veille), John Pirruccello toca steel
guitar numa faixa e bandolim noutra e Phil Miller toca guitarra em três
canções.
Já há algum
vídeo disponível?
Sim. Há um vídeo de Free até agora e está acessível a partir
do meu site http://erikscottbass.com Estou também a fazer um outro para Let’s Do Something Cool. E talvez venha
a haver um outro para Gypsy
Mother and the Royal Bastard.
Próximos projetos?
O que está na tua mente?
Estou a começar a fazer um disco com
guitarra, baixo e bateria, com um estilo excêntrico, mas vibração orientada
para o groove. Talvez também com steel guitar…
Bem, foi um
prazer conversar contigo! Queres acrescentar mais alguma coisa para os nossos
leitores ou para os teus fãs?
O prazer foi meu e espero que os teus
ouvintes possam desfrutar. Saudações.
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