O rock psicadélico francês está,
definitivamente, bem entregue. Um dos melhores exemplos são os Domadora banda
que apresentou o ano passado o extraordinário Tibetan Monk e que já prepara, por estas alturas, novo material. A
curiosidade aumenta pelo facto da banda possuir, agora… dois bateristas.
Enquanto o novo material não chega contactámos Belwil que nos falou
detalhadamente deste interessantíssimo projeto.
Olá Belwil!
Obrigado por esta entrevista! Podes apresentar os Domadora aos roqueiros e metaleiros portugueses?
Somos uma banda de jam psicadélico da França. A banda é
composta por quatro membros, Belwil (guitarra/vocais), Gui Omm (baixo), Karim e
Alex (bateristas).
Como começou este
projeto? Podes contar-nos um pouco da vossa história até agora?
Gui Omm e eu conhecemo-nos durante
uma jam com alguns amigos. Rapidamente
nos ligamos a um nível de música, por isso fomos para estúdio e aí percebi que
particularmente gostamos de viajar de forma aleatória em longas improvisações
na músicas rock. Percebemos que essas
improvisações poderiam dar à luz canções. Foi um processo de criação muito
natural.
Tibetan Monk é realmente
um grande álbum! Parabéns! Para quem não conhece esse álbum, como o descreverias?
Obrigado, fico feliz que tenhas
gostado. Fazemos a nossa música e vivemos as nossas vidas como percursos em
estradas desconhecidas; este álbum é o resultado desse modo de vida. É rock porque as nossas influências vêm
principalmente do rock. E é psicadélico
porque tentamos deixar as nossas inconsciências guiarem-nos ao máximo. É doce,
violento, longe da perfeição. De facto, é verdadeiro para a vida, acho eu.
Ouvir estas músicas no meio da noite, na escuridão total pode ser uma
experiência realmente incrível e bizarra.
E os
comentários têm sido ótimos! Sinceramente, esperavam isso?
Para nós, tem sido muito divertido
ler esses comentários. É muito bom ler todas as comparações, as frases, e perceber
como os críticos sentem e interpretam a nossa música. Na realidade, não poderíamos
esperar melhor.
Quais são as vossas
principais influências?
Há muitas influências, muitos
artistas diferentes; cada membro da banda tem o seu próprio. Eu acho que o
principal será o rock clássico dos
anos 70, mas não só.
Sei que gravaram
algumas músicas novas recentemente. O que podemos esperar? Mantêm a mesma
musicalidade?
Sim, estivemos a gravar num prestigiado
lugar de Paris, durante 3 dias, um local que temos que manter em segredo,
porque não podemos usar o seu nome na nossa promoção. De qualquer forma, os improvisos
no segundo álbum serão mais duradouros, mais violentos e maciços. Colocamos um
pouco mais da nossa personalidade, na verdade, fomos um pouco mais longe.
Será, mais
uma vez, principalmente instrumental?
Irás ver… basta ter paciência. Mas
neste tipo de música, os instrumentos expressam mais coisas do que as palavras,
pelo menos é assim que pensamos.
Têm um novo
membro. Um novo baterista. Como foi a sua adaptação à banda e aos temas?
Sim, recrutamos o Alex há alguns meses
atrás. Ele é verdadeiramente um bom baterista, pelo que a sua adaptação foi
muito fácil. Aprendeu os temas e foi capaz de ir para palco num período muito
curto de tempo.
Mas ele
substituiu o Karim ou foi apenas para alguns concertos?
Não, Karim ainda é nosso baterista.
Às vezes, tocamos com um, outras com outro. As suas diferentes sensibilidades
enriquecem a nossa música.
Com os Domadora
e os Mars Red Sky, por exemplo, podemos visualizar o nascimento de uma nova
geração de rock psicadélico francês?
Para além dos citados, existem outros nomes na senda?
A França está longe de ser líder no rock psicadélico, mas as coisas estão a
mexer. Há um renascimento do género e uma rede de pessoas em França que
trabalha duro para organizar bons concertos. Esperamos que se desenvolva mais
ao longo do tempo. Neste caso, não seria apenas um estilo de música, mas isso
significaria que a França tinha acordado e encontrado ousadia e que as pessoas
estavam finalmente abertas a outras formas de vida. Estou obviamente a falar de
uma maioria que está trancada na sua rotina. Mas precisaria de muito tempo para
desenvolver este assunto...
Chased And Caught é o primeiro vídeo extraído de Tibetan Monk. Porque escolheram esse tema?
Matthias Couquet, um estudante
graduado de ESRA (escola de cinema francês) veio ter connosco e ofereceu-se
para produzir esse vídeo. Estamos-lhe agradecidos já que tivemos um grande feedback a este respeito. Neste momento
estamos à procura de alguém para produzir vídeos em temas mais longos, como Ziggy Jam ou The Oldest Man On The Left.
E
espetáculos? Têm alguma coisa agendada?
Não, nada previsto para um futuro
próximo. Estamos concentrados em misturar a nossa nova demo para ter um bom material para entrarmos em contato com as
editoras. Mas informar-te-emos se surgir alguma coisa.
Obrigado
Belwil por esta entrevista. Queres acrescentar mais alguma coisa para os nossos
leitores ou para os vossos fãs?
Sim, juntem-se a nós nesta viagem
musical, sem destino. O caminho é o mais importante, conhecer novas pessoas,
fazer novos amigos e, claro, a liberdade. Esperamos que em breve esta viagem
nos leve a Portugal! Obrigado Pedro!
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