Review: Night Eternal (Moonspell)


Longe vai o tempo em que os Moonspell nos deliciavam com sublimes melodias e memoráveis canções feitas de um ímpar negro romantismo. São bons exemlos os álbuns Wolfheart, Irreligious, Darkness & Hope e, até mesmo, The Antidote. Mas os Moonspell do novo milénio são diferentes. Estão mais abrutalhados, mais enraivecidos. Tudo começou em Memorial e continua neste que é já o seu oitavo registo. A banda nacional foi para a Dinamarca, para os Antfarm Studios e trabalhou com Tue Madsen. Desde logo, a brutalidade e a intensidade já estavam previstas nas cabeças do quinteto. Até porque o seu antecessor já havia deixado indicações nesse sentido. E de facto confirma-se que Night Eternal é um portento de força, músculo, densidade irrespirável. Continua obscuro, mas a envolvência gótica e as grandes malhas que toda a gente cantará parecem agora mais tímidas. Somente em temas como Scorpion Flower (fantástico dueto com Anneke Van Giersbergen) e em Dreamless (Lucifer And Lilith) ou First Light se pode encontra aquele espírito melancólico, negro e romântico com a participação das Crystal Mountain Singers (Cármen Simões, Sophia Vieira e Patrícia Andrade) a transportarem este último tema para um patamar de excelência. Tudo o resto é poder, força e violência. E os Moonspell deveria ser mais que isso.


Tracklisting:
At Tragic Heights
Night Eternal
Shadow Sun
Scorpion Flower
Moon In Mercury
Hers In The Twilight
Dreamless (Lucifer And Lilith)
Spring Of Rage
First Light


Lineup: Fernando Ribeiro (vocais), Mike Gaspar (bateria), Pedro Paixão (teclados e guitarras), Ricardo Amorim (guitarras), Aires Pereira (baixo)

Website: http://www.moonspell.com/

Myspace: www.myspace.com/moonspell

Edição: SPV/Steamhammer (http://www.spv.de/)

Nota VN: 14.7 (3º)

Comentários

  1. A sensibilidade é subjectiva a cada um mas de facto não posso ignorar a massa de adeptos do goth metal e rock que não apreciam agressividade. Tanto Memorial como Night Eternal têm melodia mais que suficiente para serem considerados longe de algo extremamente agressivo mas o suficiente para espicaçar o imaginário. Felizmente assim são a única banda de goth metal que quando agressiva torna-se única no mundo, quase chegando a ser um facto pelo panorama cliché da competição. Deixemo-nos de melodias melodramáticas para os emo e que os Moonspell continuem assim por muitos anos.

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  2. Os tempos estão a mudar e os Moonspell fazem agora aquilo que se podem dar ao luxo de fazer. Ou seja, juntar a agressividade com o gótico.
    Eu sei que nos tempos de hoje eu pediria isso a uma banda de Metal.
    E Moonspell não é só música.
    Eu não diria isso se eles não se dessem ao trabalho de fazer uma capa tão temática. Aquela lindíssima mulher com os olhos de Isis de mãos vazias que parecem segurar um filho... (e não será um filho qualquer, se tomarmos em conta que se trata de Isis, ou a mesma entidade mas com outros muitos nomes e disfarces...chamem-lhe de Fátima se quiserem), tem mesmo tudo a haver com o que podemos ler neste album. Daí por isso que digo que nem tudo é agressividade no novo trabalho de Moonspell, se assim fosse bastava uma simples caveira ou qualquer coisa minimamente artística e sem sentido algum para a capa.
    Este album leva com 9/10 por mim.

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