Review: Ripples (Aspera)

Ripples (Aspera)
(2010, InsideOut)


Em 2005 surgia na Noruega um colectivo de miúdos denominado Illusion. Este colectivo editou três demo EP’s e fez algum sucesso em inúmeros espectáculos até que no verão passado mudou o seu nome para Aspera. Com uma média de idades de apenas 20 anos, os Aspera, criam então a sua primeira obra que desperta a curiosidade e os leva a editar Ripples, o seu primeiro álbum, logo através da gigante do prog InsideOut. Pode parecer um passo demasiado grande para uns estreantes desconhecidos, mas ouvindo Ripples percebe-se o porque da InsideOut ter apostado neste quinteto. Tudo ali é progressivo até ao mais ínfimo pormenor e de uma qualidade assinalável para um colectivo formado por gente tão jovem. As referências são as obrigatórias, ou seja viajam entre Dream Theater e Symphony X com a curiosa capacidade de introduzir linhas de teclados que vêm directamente dos Deep Purple ou harmonias vocais típicas de colectivos como Yes ou Asia. Em termos técnicos o que se pode facilmente constatar é que os Aspera estão tão à vontade com os seus instrumentos que se poderiam colocar, sem grandes pruridos, ao nível dos citados monstros do metal progressivo. Em termos criativos, ocorre uma situação semelhante. Já na questão melódica se podem levantar algumas questões. Realmente Ripples é um portento de solos, apontamentos de destreza técnica individual ou desenvolvimento de ritmos estonteantes, mas tanta masturbação técnica acaba por desembocar, por vezes, na castração do conceito de canção. Tudo bem, os miúdos estão a estrear-se e querem puxar pelos galões e provar do que são capazes. Todavia, em alguns momentos do álbum, dá a sensação que estão mais preocupados em mostrar o que sabem fazer que propriamente, criar música. Isto não invalida, no entanto, que Ripples, Do I Dare, Between Black & White ou Torn Apart não mereçam ser inscritos no rol dos melhores momentos que o prog metal já produziu. Aliás, nem sequer invalida que o álbum, no seu todo, não mereça destaque acentuado, podendo desde já ser classificado como um dos melhores lançamentos deste ano. O resto virá, seguramente, com o amadurecer da idade e da experiência, pois os Aspera são, indiscutivelmente, portentosos e só precisam saber canalizar e direccionar da melhor forma tanto virtuosismo.

Track List:
1. Intro
2. Ripples
3. DoI Dare
4. Remorse
5. Between Black & White
6. Catatonic Coma
7. Torn Apart
8. Traces Inside
9. Reflections
10. The Purpose

Line up: Robin Ognedal (guitarras), Nickolas Main Henriksen (teclados), Atle Pettersen (vocais), Joachim Strom Ekelund (bateria), Rein T. Blomquist (baixo)
Myspace:
www.myspace.com/asperaofficial
Website:
http://www.asperaofficial.com/
Edição: Inside Out (
http://www.insideout.de/)

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