Road Salt One, anteriormente apresentado como Road Salt Ivory é a primeira parte do projecto duplo Road Salt, que terá uma continuação, espera-se ainda este ano. Este duplo álbum fisicamente separado foi antecedido do EP Linoleum, do ano passado, que permitiu aos seguidores do colectivo sueco ficarem com uma ideia do que se iria seguir. Com seis álbuns de estúdio e um unplugged, onde se contam com autênticas obras-primas como Remedy Lane (2002), BE (2004) ou Scarsick (2007), os Pain Of Salvation (POS) assumem-se como um dos nomes mais importantes da cena progressiva europeia. E desta feita voltam a surpreender-nos pela capacidade criativa e pela sofisticação. Importa referir que para os POS, não há limites nem barreiras à sua imaginação. O único caminho que seguem é a sua própria sensibilidade e vontade de, sistematicamente, desbravarem terrenos ainda inexplorados. E a única regra que impõem na composição é a de não seguir nenhuma regra. Em Road Salt One a banda despe-se de muitos dos ornamentos que vinha apresentando e consegue criar um álbum por vezes minimalista, aparentemente simples e onde as sonoridades dos anos 60 e 70 marcam presença de forma indelével. No fundo, parece que os POS querem recriar, em pleno ano de 2010, o seu Woodstock. Isto porque por ali surgem alusão a nomes como Creedence Clearwater Rivaval, Deep Purple ou Jimi Hendrix. No Way, She Likes To Hide ou Of Dust são o exemplo acabado deste sentimento retro. Já em Tell Me You Don’t Know a banda visita o blues para em Sleeping Under The Stars criar um dos momentos mais geniais do álbum como se o Leonard Cohen se tivesse juntado à banda! A insanidade atinge níveis verdadeiramente perigosos em Darkness Of Mine, onde fantásticas variações vocais potenciam um tema arrepiante em termos de loucura. Para o fim estão guardados os momentos mais atmosféricos e psicadélicos, por vezes lembrando os geniais In The Woods… Não sem que, ainda antes, Road Salt surpreenda pelo seu teor pop atmosférico. Nada de estranhar se considerarmos que foi com este tema que os POS concorreram ao Festival da Canção na Suécia. Este é mais um pormenor que demonstra claramente que os Pain Of Salvation extravasaram a fronteira do metal. Road Salt One não é um disco de metal, antes um disco de música no que mais belo e tocante tem este termo. E, porventura, o mais importante: derrubam barreiras e estereótipos. Principalmente aquele conceito de que o prog tem que ter temas gigantescos. E os POS apresentam o seu superior grau de genialidade num álbum em que quatro temas têm 3 ou menos minutos de duração e apenas três temas estão acima dos 5 minutos. Significativo!
Track List:
1. No Way
2. She Likes To Hide
3. Sisters
4. Of Dust
5. Tell Me You Don´t Know
6. Sleeping Under The Stars
7. Darkness Of Mine
8. Linoleum
9. Curiosity
10. Where It Hurts
11. Road Salt
12. Innocence
Line up: Daniel Gildenlöw (vocais/guitarras), Johan Hallgren (guitarras/vocais), Leo Margarit (bateria/vocais), Fredrik Hermansson (teclados/vocais)
Internet:
http://www.painofsalvation.com/
www.myspace.com/painofsalvation
www.facebook.com/painofsalvation
www.twitter.com/road_salt
Edição: InsideOut (http://www.insideout.de/)
Curti o seu review sobre o álbum.
ResponderEliminaro Road Salt é um excelente disco!!
Inspiração, criatividade, profundidade, intensidade, variação... etc.
- No Way (começo em grande estilo! excelente faixa!).
- She Likes To Hide (rock and roll na veia!).
- Sisters (cara, como eu gosto dessa música! ela chega a ser mais arrepiante do que a Undertow).
- Of Dust (lembranças do BE).
- Tell Me Dont Know (Blues de primeira qualidade!).
- Sleeping Under the Stars (magnífica! Essa mistura de genialidade e loucura ficou perfeita!).
- Darkness Of Mine (linda! a interação da letra e da melodia é uma das marcas do POS e aqui ela se mostra de forma bem marcante).
- Linoleum (ótima música para ser levada ao vivo. Quando o EP saiu ele gerou críticas e elogios. Mas pelo visto esse parece ser o destino dos últimos discos do Pain. Eles têm sido uma grata surpresa, posto que, inicialmente, são de difícil digestão, mas que acabam por cativar aqueles que gostam de um som mais refinado).
- Curiosity (pelo visto a inspiração sarcástica de Scarsick ainda permanece nas idéias do Daniel).
- Where It Hurts (outra música arrepiante! A melancolia dessa música é penetrante).
- Road Salt (esse seria um resumo das emoções geradas pelo álbum?).
- Innocence (ótimo fechamento... lindas variações melódicas!).
Para completar... devo dizer que passagens como:
"Diga-me quando machucar, para que eu possa chegar à dor, me diga quando machucar...“.
“...Todo mundo que eu conheço parece despedaçado interiormente, todo mundo sofrendo apenas por estar vivo".
...são sensacionais! Somente o PoS possui esse nível de refinamento em suas letras.
Bem... esse disco tornou-se o meu favorito do PoS...
Então... que venha o Road Salt Two! Apenas como continuação dessa jóia, pois creio que vai ser difícil de ser superada.
flw
Confesso que no princípio estranhei o álbum, mas como todo trabalho do PoS, escutei mais algumas hora com paciência e agora estou muito empolgado para ouvir o Road Salt Two.
ResponderEliminarTambém se tornou o meu álbum preferido do PoS ao lado de Entropia e Remedy Lane.
Eu devo ser muito quadrado mesmo, pq pra mim esse cd decretou oficialmente a morte do Pain Of Salvation na minha vida. Não consigo nem imaginar como uma banda que fez álbuns como Entropia, One Hour By The Concrete Lake, Perfect Element e Remedy Lane teve a capacidade de produzir coisas do tipo Be, Scarsick e Road Salt One. ADEUS POS! Continuem aí nas suas despirocações conceituais!
ResponderEliminarEu devo ser muito quadrado mesmo, pq pra mim esse cd decretou oficialmente a morte do Pain Of Salvation na minha vida. Não consigo nem imaginar como uma banda que fez álbuns como Entropia, One Hour By The Concrete Lake, Perfect Element e Remedy Lane teve a capacidade de produzir coisas do tipo Be, Scarsick e Road Salt One. ADEUS POS! Continuem aí nas suas despirocações conceituais!
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