Uma banda de metal oriunda da Eslováquia não é muito vulgar. E quando essa banda edita um disco de qualidade internacional, mais motivos existem para ir conhecer o colectivo. É o que sucede com os Signum Regis e com The Eyes Of Power. Por isso contactamos o líder e fundador Ronnie Köning para nos esclarecer melhor sobre esta nova entidade emergente.
Viva, podes apresentar-nos os Signum Regis?
Cinco de nós somos músicos de metal da Eslováquia, apenas Göran Edman, o vocalista é da Suécia. A banda foi fundada em 2007 e até agora, fizemos dois álbuns. A música é descrita como metal melódico, mas não estou tão certo sobre este rótulo. Eu prefiro chamá-la simplesmente heavy metal, uma vez que se podem, ouvir algumas influências de NWOBHM, thrash, prog.
Podes explicar-nos como uma banda de metal vive na Eslováquia? Existem outros bons nomes no teu país?
Na verdade, não posso. Quero dizer, há muitas bandas de metal aqui, mas de estilos diferentes, comparando com a música de Signum Regis. Pelo menos eu não conheço qualquer outra banda como nós. Na República Checa, em Brno, que é a cerca de 150 km da nossa casa, há uma grande banda chamada Symphonity, mais ou menos no mesmo género que nós.
A vossa estreia ocorreu com a Locomotive. Agora passaram para a Inner Wound Recordings. O que se passou?
Bom, a Locomotive Records faliu e isso foi muito desagradável para uma banda em inicio de carreira. Perdemos a oportunidade de obter algum dinheiro de retorno do investimento que tínhamos feito. Nem sequer tivemos a hipótese de comprar alguns CDs para nós! A situação do mercado já é tão difícil, que ninguém precisa deste tipo de coisas. Enfim, conseguimos produzir um segundo álbum e tivemos a sorte de conseguir um novo contrato de gravação. A Inner Wound Recordings é uma editora sueca que gosta da nossa música e de metal melódico em geral. Isso era exactamente o que precisávamos. Uma família que acredita no que fazemos. Estou muito feliz por ter a oportunidade de trabalhar com eles.
No início não era suposto Signum Regis ser uma banda para tocar ao vivo certo? Entretanto mudaram de ideias. Porquê?
Há dois factores que desempenharam um papel nesta decisão. Primeiro de tudo, porque quando tocas ao vivo, tens mais oportunidades para obter o feedback dos fãs. Uma vez que uma música é gravada e nunca tocada ao vivo, é como um produto acabado. Os músicos não vão ouvir muito os seus próprios CDs e nunca sabes se alguém chega a ouvir a tua música. Então, essas canções vão ser esquecidas, mais cedo ou mais tarde. Deste ponto de vista, tocando as músicas ao vivo, é como mantê-las vivas por muito tempo depois de gravadas. A segunda coisa tem a ver com os Vindex, a nossa outra banda. O vocalista dos Vindex, Ludek, tem uma situação de vida bastante complicada, por isso tivemos que fazer uma pausa e fazer outra coisa. Na realidade, agora chamamos de hiato, mas, inicialmente, pensávamos que era o fim dos Vindex.
E isso esteve, de alguma forma, relacionado com a mudança de baterista de Adrian Ciel para Jaro Jancula?
Sim. Adrian não vive na mesma cidade que os outros elementos. E ele não quer viajar para ensaiar. Além disso, ele tem sua própria banda e outras coisas, de modo que ele decidiu deixar a banda. Ele indicou-nos o Jaro e estamos gratos por isso.
The Eyes Of Power é um álbum conceptual. Podes descrever-nos o conceito?
Há mais do que apenas uma história incluída neste conceito. Nós colocamos juntos alguns dos elementos mais emocionantes de eventos que duraram quatro séculos! A rivalidade e os contactos Romanos – Persas tiveram um enorme impacto nestes dois impérios da antiguidade. Nós, porém, definitivamente não tentámos reescrever a história. Ao invés de usar as nossas próprias ideias tendenciosas, estudámos atentamente as fontes escritas originais e deixámos que elas falassem por si próprias. Foi uma viagem maravilhosa através de uma parte importante da história e nós aprendemos muito com isso. Estou convencido de que a maioria das pessoas não está familiarizada com o facto, que não era uma regra, de serem sempre os romanos a oprimir ou conquistar. Muitos certamente não sabem que Mitra, uma antiga divindade iraniana, era frequentemente adorada mesmo no império romano. Há sempre um monte de coisas que se podem aprender a partir do estudo da história.
Quando decidiram que este novo álbum seria conceptual? Desde o início?
Sim, desde o início. Eu tinha cerca de 15-20 canções, mas havia poucas que se destacassem com a sua vibração oriental, por isso, decidimos concentrar-nos nessas e fazer um conceito que se encaixasse nelas.
Actualmente Goran Edman é um membro real dos Signum Regis ou apenas um músico de sessão?
Houve uma altura em que eu pensei que os Signum Regis se poderiam tornar uma banda de verdade com Göran, mas agora já não. Ele não quer ser uma parte de uma banda ao vivo. Ele tem suas razões e a distância entre a Eslováquia e a Suécia também não ajuda. Actualmente, estamos à procura de um vocalista, que possa ir para palco connosco. Seria óptimo se pudéssemos encontrar alguém da nossa zona. Devo dizer que, na Eslováquia é muito difícil encontrar alguém que se encaixe nossa música. É como encontrar um grande jogador de hóquei no gelo na África. Se ninguém joga hóquei no gelo não se consegue encontrar um bom jogador. A mesma coisa se passa com os vocalistas aqui. Quando ninguém tenta soar como os grandes vocalistas de metal da década de oitenta, não é possível encontrá-los. Eu acho que há muitos que soam como o vocalista dos Soilwork ou algo parecido, mas de heavy metal não há na Eslováquia.
Ele gravou na Suécia enquanto o resto da banda gravou na Eslováquia, certo?
Sim, ele fez todos os vocais no seu estúdio caseiro. Ele tem alguns equipamentos para captação dos vocais muito vintage o que faz com que ele soe incrível.
The Eyes Of Power é realmente um álbum muito bom. Vocês devem estar satisfeitos e orgulhosos disso. Como tem sido o feedback dos fãs e da imprensa?
Sim, totalmente. O feedback tem sido muito melhor em comparação com o álbum de estreia. É óptimo que estejamos a progredir.
Recentemente fizeram a vossa primeira apresentação ao vivo. Como foi a experiência? Já há datas programadas, nomeadamente na Europa Ocidental?
O primeiro que fizemos foi um concurso de bandas. Nós tocamos com o nosso amigo Josef Vlaschinsky nos vocais. Foi muito bom - nós simplesmente ganhámos! Eram cerca de 15 bandas e o júri disse que não tínhamos adversário à altura. Graças a isso tivemos a oportunidade de tocar num palco maior com artistas do Top40. A resposta dos fãs foi grande, o som estava óptimo. Que posso dizer mais…
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