Entrevista - Alexandre Cthulhu

Influenciado pelos grandes nomes da guitarra como Vai ou Satriani, Alexandre Cthulhu, guitarrista dos Face Oculta, decidiu aventurar-se numa experiência a solo. E quando dizemos a solo, queremos dizer isso mesmo: somente Alexandre e a sua guitarra. Depois de algumas apresentações bem sucedidas pelo país chega Psyche o primeiro EP. Em nome próprio, Alexandre Cthulhu respondeu ás questões de Via Nocturna
Este teu projeto acaba por ser algo inovador no panorama nacional. Como surgiu a ideia de o criares?
Surgiu fruto de uma vontade de me expandir musicalmente, fazendo aquilo que mais gosto : tocar guitarra. Achei que poderia ser interessante levar a cabo um projeto onde fizesse em palco, aquilo que a maior parte dos guitarristas faz em estúdio, que é tocar, improvisar, criar, etc.
Costumo dizer em tom de brincadeira, que é um projeto económico de acordo com os dias em que vivemos. Repara: não preciso de alugar sala de ensaio, não estou dependente da disponibilidade de outros músicos para agendar concertos, e posso até ir à boleia para os concertos (risos). Em suma, tem muitas vantagens e poucas preocupações.
E acabas por levar este projeto a vários palcos deste país. Como tem sido a aceitação?
Tem sido muito boa. As pessoas ficam sempre com curiosidade quando vêm um tipo sozinho num palco a tocar guitarra e acabam por achar interessante. Costumo citar o que a revista Time Out escreveu sobre a minha estreia: "É para quem gosta mais de solos do que de canções".

Quando decidiste que era altura de registar os temas num EP?
Após os concertos as pessoas vinham sempre procurar por um CD meu. E era embaraçante dizer que não tinha nada gravado (risos). Na primeira oportunidade que tive, juntei-me com o Paulo Viera no estúdio dele e gravámos alguns temas. Daí saiu o Psyche.


Podes explicar-nos como fazes a manipulação dos sons das backing tracks?
Procuro sempre trabalhar sobre backing tracks que tenham uma boa secção rítmica, sobre isso meto uma guitarra ritmo ou um teclado, ou até uma twin harmony. Os solos vêm no fim, pois é sobre este aspeto que incide o trabalho. O backing track é apenas paisagístico.

 
Em termos técnicos, quem é a tua maior inspiração?

Indiscutivelmente os 2 nomes mais sonantes da guitarra elétrica contemporânea: Joe Satriani e Steve Vai.

 
Para além deste teu trabalho, tens os Face Oculta. Como tem sido feita a gestão do tempo entre os dois projetos?

É verdade. Os Face Oculta são o meu projeto principal. Só agendo concertos para o Cthulhu quando os Face não têm espetáculos. Contudo até tem acontecido tocar em ambos os projetos num só evento. Aconteceu no Horns Up Festival, vai acontecer no Lobão Metal Fest dia 10 de Junho em Stª Mª da Feira e no VIII Gaia em Peso, em outubro.



Sei que os Face Oculta têm estado a preparar novo material. Qual o ponto da situação, se é que nos podes levantar a ponta do véu…
Só vamos entrar em estúdio em 2012. Estamos cheios de concertos este ano, inclusive com diversas idas ao estrangeiro, o que não nos resta tempo para parar e começar a compor e gravar.

A terminar, que outras novidades nos podes adiantar relativamente a Face Oculta ou ao teu projeto?
Sobre os Face Oculta as novidades para já são muitos concertos até final de 2011. Quanto a Cthulhu as novidade vão surgindo, pois o interesse tem sido enorme, pois para além das rádios Portuguesas, há também rádios Norte Americanas e Canadianas a passar os temas de Psyche.

Obrigado.
Obrigado e continuação de bom trabalho no Via Nocturna.

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