Participou em mais de 35 discos de nomes como Cradle Of Filth, Therion, The Kovenant, entre outros. Tem uma carreira de 14 anos como backsinger. Formou os Angtoria e lançou o sensacional God Has A Plan For Us All. Em nome próprio registou A Sign Of Sublime e, agora, The Corruption Of Mercy. Senhoras e senhores : Sarah Jezebel Deva.
Olá Sarah! Antes de mais, deixa-me dizer que é uma honra para mim estar a fazer esta entrevista com uma das melhores vocalistas da atualidade. Apesar de teres um passado brilhante, gostaria de falar contigo sobre a tua carreira em nome pessoal. No entanto, a primeira pergunta é: por quê, esperaste por tanto tempo para criares a tua própria música?
Não foi nada planeado, simplesmente não aconteceu tão rápido quanto eu queria. Medo, suponho. Comecei os Angtoria em 2006 e correu muito bem, mas eu nunca acreditei, nunca acreditámos. Depois, assinei um contrato com uma má companhia e lancei A Signe Of Sublime e fizemos alguns espetáculos, mas as coisas não correram bem. Portanto continuo a tentar.
Como referiste, há alguns anos atrás criaste os Angtoria e lançaste o fantástico God Has A Plan For Us All. O que aconteceu para esse projeto ter desaparecido em tão pouco tempo?
Bem, Chris e Tommy tiveram filhos, eles não tinham emprego e precisavam manter um teto para as suas famílias, porque eu estava nos Cradle Of Filth e não queria deixar a banda. Simplesmente, Angtoria não resultou. Tivemos uma oferta para fazer uma tour com os COF mas essa decisão não foi avante apesar de eu estar preparada. Eu não sei se vai haver um outro álbum. Espero que sim até porque ainda estou muito orgulhoso do que fizemos.
Este é o teu segundo trabalho em teu nome próprio. O primeiro, A Sing Of Sublime teve uma má promoção, suponho. Ainda assim, isso permitiu-te entrar em tour como frontwoman. Que sensações e memórias guardas desses momentos?
Acho que coisas boas podem sair de coisas muito más. O álbum não foi melhor devido à falta de promoção, sim. A editora não se preocupou com nada nem com ninguém. Muita coisa aconteceu e nós acabamos por fazer apenas uma tour no Reino Unido e foi muito bom. Neste panorama negativo surgiu a Listenable e estamos muito felizes com isso porque talvez isto signifique que nos podemos esforçar e trabalhar arduamente para realmente começar a tour. Ainda ontem dei uma entrevista por telefone a uma outra revista e também disse o que te estou a dizer agora. Quanto a ser uma frontwoman, digo-te que tenho receio. Passei 14 anos como backsinger e não fazia ideia de como seria. Mas só estive nervosa nos primeiros 5 minutos antes do nosso primeiro espetáculo e quando me vi, pela primeira vez, no meio do palco senti-me muito bem. Parecia que já fazia isso há anos! Portanto, a resposta é: sim, sinto-me ótima! Mas claro, preciso de ganhar experiência e isso só se consegue com mais tournees e espetáculos
E agora, Corruption Of Mercy é um álbum sobre quê? Como descreverias este novo trabalho?
Em primeiro lugar, devo dizer que este álbum é 100 vezes melhor que o anterior! Nada de erros, nada de arquivos perdidos, nada a respeito da edição. Sentimos que este álbum é cheio de emoção, tem partes doom, partes rápidas e partes black metal. Cada música tem um tema, como foi feito em Angtoria. Costumo escrever sobre coisas que eu já vi, que me afetaram. Quase nunca escrevo sobre contos de fadas. Existem duas faixas com a mesma base temática. Uma é Sirens e a sua base é o lado sexy de uma alma penada ... se alguma vez houve um lado sexy para a morte. Depois, há Silence Please que representa o lado escuro dessa mesma alma penada, aquilo que ouves fora da tua janela à noite e que simboliza a sua morte... Ambas estas Banshee têm a sua própria chamada, um canto e frequentemente são muito sexy. A outra é muito escura, como uma bruxa e chora, lamentando-se, para chamar a atenção de outra maneira ... A razão porque escrevi uma canção como Silence Please é porque eu li sobre este tipo de banshee quando era criança e isso assustou-me imenso. Eu costumava ouvir raposas pela de noite e estava convencida que era uma alma penada. Eu penso muito sobre aquilo que escrevo.
Pelo que já depreendi das tuas palavras este trabalho não se pode comparar a A Sign Of Sublime. E quanto a Angtoria, que relação estabeleces entre os dois trabalhos?
Eu não acho que seja semelhante, mas há quem pense que é. Em algumas reviews aparece comparado a Angtoria. Apesar de isso ser bom para nós, não concordamos. Todos terão o seu ponto de vista. Este álbum é muito mais pesado que Angtoria. E quanto a A Signe Of Sublime, este álbum é mais pesado, mais pensado e um passo para cima. Do nosso ponto de vista está muito mais bem conseguido.
Como fizeste a seleção dos músicos que te acompanham? Foi uma tarefa difícil encontrar os elementos adequados às tuas ideias?
O line up usado em A Sign Of Sublime foi um conjunto de músicos de sessão, amigos e outras pessoas a ajudar-me a alcançar o meu objetivo. Quando as coisas não correram bem, Dan Abela, que trabalhou duro nas misturas do disco, sabia que eu tinha de fazer outro álbum em breve e iria ser bom. Desde aí Dan começou a tocar comigo e escrevemos este novo álbum juntos. Ablaz tocou com a gente na tournee britânica de A Sign Of Sublime, portanto ficou connosco na banda. Jamie Abela tinha tocado bateria em Zombie, quando a gravámos o ano passado, por isso fazia sentido juntar-se e depois Jonny entrou para as guitarras. Temos um bom line-up e seguramente com o tempo iremos ficar cada vez melhores. Por isso espero que este seja o line-up dos futuros álbuns.
Curiosamente, retornas à Listenable, que já havia lançado God As A Plan For Us All. É uma casa que merece a tua confiança...
Claro que sim! Eles são uma editora incrível, pessoas incríveis e trabalham muito pelo seu amor à música e aos músicos. Tivemos sorte que me querem de volta e eu estou muito feliz por ter tido outra oportunidade. Este negócio da música agora é mais dificil que nunca, ninguém quer arriscar, porque custa muito caro. Tudo o que eu posso dizer é que a Listenable terá três álbuns antes que eles se apercebam (risos). Estamos muito honrados por voltar a trabalhar com eles.
Eu não sou uma grande fã deles, mas sim uma grande fã desta canção em particular que foi um enorme sucesso no Reino Unido quando saiu e que foi muito bem aceite na cena metal. Fala da luta pela independência da Irlanda e como as coisas não mudaram desde 1916. A letra foi inspirada no atentado do IRA em Warrington, Cheshire, Reino Unido, em 1993, onde duas crianças foram mortas. Eu adoro cantar sobre a vida e as coisas que são reais e sou antiguerra e antirreligião. Por isso, parecia-me a música certa para cantar.
Para terminar, o que se está a preparar para promover este teu novo disco?
Bem, para além de tudo que a editora Listenable está a fazer, gravámos o nosso primeiro video. Escolhemos o tema The World Won’t Hold Your Hand porque tem muita energia e é apelativo. Todos na banda adoramos este tema. O video foi gravado pelo David Kenny que já tinha feito o video para A Sing Of Sublime e que já trabalhou com bandas como Trigger The Bloodshed. Este video será disponibilizado brevemente e posso dizer que estamos muito contentes com o trabalho. Esperemos, também, iniciar uma tournee no fim do verão. Por isso, estejam atentos a mais novidades.
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