For Eternity, como o próprio nome indica, pretende ser um trabalho para
a eternidade. Porque é único. Porque é inovador. Porque não deve nada ao que
melhor se faz lá fora neste género. Hélder Oliveira é um
verdadeiro guitar-hero. Mas é português. Beirão. Forjado no granito do
Montemuro. Via Nocturna não quis deixar passar a oportunidade de conhecer este
fantástico músico por alturas do seu disco de estreia.
Para começar, Hélder, parabéns pelo teu excelente trabalho. Quando
decidiste que estava na altura de gravares um álbum como este?
Boa noite, em primeiro lugar
obrigado pela oportunidade dada para falar sobre este projeto. A ideia de
gravar um álbum destes surgiu por volta de 2006 ou até antes, quando comecei a
ouvir vários álbuns instrumentais de guitarristas a solo tais como Marty
Friedman, Jason Becker…., na altura fiquei fascinado por este tipo de música e
decidi fazer o meu próprio álbum a solo.
E porque decidiste que seria instrumental?
Decidi que seria instrumental
simplesmente porque adoro música instrumental (risos), acho que essa é a
principal razão…. por outro lado devido ao facto de ser instrumental acho que
isso me trouxe mais liberdade para me exprimir a nível musical.
Que expectativas tens para este lançamento?
Tenho boas expectativas apesar da
música instrumental não ser muito apreciada, digamos assim, sobretudo em
Portugal, mas ao mesmo tempo como não há muitos trabalhos deste género no nosso
país isso também pode ser algo positivo para mim. Vamos ver como é que as
pessoas vão continuar a reagir ao álbum, até agora têm reagido bastante bem.
Este foi trabalho composto entre 2007 e 2009. Foi um longo percurso de
composição. A que se deveu tanto tempo?
Pois …(risos), já muita gente me
perguntou isso, quero começar por dizer que algumas partes musicais já as tinha
escrito antes de 2007. A razão pela qual demorou tanto tempo a ser composto foi
porque, por outro lado as ideias para as músicas foram surgindo de uma forma
natural, sem pressões, e também foram escritas em alturas em que o meu tempo para
me dedicar à música não era assim tanto por causa do emprego, etc…, daí ter
levado este tempo todo.
E depois mais um longo período de produção, suponho, uma vez que só
agora, em 2011, o disco vê a luz do dia. Contingências da interioridade ou nem
por isso?
Não, acho que o período de
produção levou também tanto tempo até estar concluído porque quis-me certificar
que os temas ficariam o melhor possível também a nível de produção, deixámo-los
assim amadurecer até estarem prontos a ver a luz do dia, em vez de me
precipitar e no final o resultado não ser tão bom, mas nunca tive dúvidas que
iria concluir este projeto, custasse o que custasse…
O processo de gravação foi um
pouco, eu diria estranho…. porque comecei por gravar uma pré-produção do álbum
em minha casa no meu computador portátil com uma placa de som de 50 euros
(risos), isto mais ou menos de novembro do ano passado até fevereiro deste ano.
Depois de ter gravado tudo fui ter com um amigo chamado Ricardo Sousa que é
produtor e tem um estúdio em Viseu chamado Estúdios Singular para começarmos a
gravar definitivamente o álbum. Entretanto aproveitámos todas as guitarras
elétricas que eu tinha gravado em casa, (ritmos e solos) assim como vários teclados
e regravámos o baixo, guitarras acústicas e os restantes teclados. Foi uma
experiencia agradável e interessante visto que foi a primeira vez que gravei
mesmo num estúdio….
E pode dizer-se que o Hélder Oliveira de hoje faria exatamente o mesmo
tipo de trabalho?
Sim, sem dúvida, faria o mesmo
tipo de trabalho instrumental, mas certamente tentaria melhorar alguns aspetos
no álbum porque sinceramente nunca estou totalmente satisfeito com o que faço,
de cada vez que faço algo tento superar-me a mim mesmo (risos)
Em termos técnicos, quais são os teus principais inspiradores?
Marty Friedman, Jason Becker, Tony Macalpine,
Michael Angelo Batio, Yngwie Malmsteen, etc….
Neste trabalho assumes todos os instrumentos. Foi uma opção porque te
sentias melhor assim, ou simplesmente não encontraste músicos que te
acompanhassem?
Na realidade desde que surgiu a
ideia de gravar um álbum deste género quis ser eu a assumir todos os
instrumentos porque este álbum para mim é bastante pessoal e também quis provar
a mim mesmo que o conseguia fazer. Entretanto, por exemplo no que diz respeito
à bateria, esta foi construída em midi por mim inicialmente e depois com a
ajuda do produtor (Ricardo Sousa) e de dois amigos meus bateristas trabalhámos
as baterias no estúdio, em termos de dinâmicas, aperfeiçoando ritmos, etc, de
modo a parecer o mais real possível.
Para promover este trabalho tens feito algumas apresentações ao vivo
com backing tracks. Como tem sido a receção a este formato?
Até agora tem sido boa, porém, as
pessoas ficam curiosas e perguntam-me porque é que ainda não formei banda…
(risos)
Mas sei que já estás a montar uma banda para te acompanhar. Para já
quem está contigo?
Neste momento já tenho baterista
e segundo guitarrista mas só gostaria de anunciar o nome dos elementos da banda
quando tiver o line-up completo, visto que ainda me falta arranjar um baixista,
por isso já agora para quem estiver interessado em preencher o lugar de
baixista na banda é contactar-me…
Por falar em apresentações ao vivo, como decorreu a apresentação do
álbum em Pindelo dos Milagres?
A apresentação do álbum correu
bastante bem, o bar esteve cheio e o público foi magnífico, foi uma noite para
relembrar mais tarde.
Antes de terminar colocava-te uma questão, que eventualmente já te
colocaram: sem letra, como é que se batiza um tema? Em que te baseias para pôr
este ou aquele título?
É verdade, já não é a primeira
vez que me fazem essa pergunta, na maior parte das vezes baseio-me no tipo de
melodia da música, se a música tem uma melodia triste então a música terá um
título mais negativo como por exemplo Life’s Unfair que para mim é a música do
álbum mais sentimental e triste; já Illusion’s Paradise é uma das músicas mais
agressivas do álbum, e para mim a melodia transmite um bocado de raiva e
indignação, daí ter posto esse nome. Normalmente a melodia e os títulos das
músicas refletem um bocado o estado de espírito em que eu estava na altura que
as compus (risos).
Finalmente, que objetivos pretendes atingir com este trabalho e que
aspirações tens para um futuro mais próximo?
Com este álbum pretendo conseguir
por exemplo um contrato com alguma editora musical do género, formar a banda e
tocar ao vivo o máximo possível, e claro, agora é continuar a divulgar o álbum
o melhor que conseguir, inclusive para outros mercados no estrangeiro mais
virados para este género de música por que daí podem surgir boas oportunidades
também…., e num futuro próximo logo se verá, mas provavelmente gravar um álbum
novo mas primeiro veremos no que dará este For Eternity.
Que grande musico! Grande disco e grande produção!
ResponderEliminarUm orgulho para a música nacional!
Ray