Same Old
Sin (Skypho)
(2011, Edição de Autor)
Sejamos realistas: falar de Same Old Sin é uma tarefa nada
fácil. Este novo trabalho dos Skypho apresenta um elevado grau de fusão entre
diferentes géneros musicais. Certo: a base é claramente metal, forte, por vezes
agressivo, mas depois, tal qual um polvo, a banda de Albergaria-a-Velha estende
os tentáculos a tudo que possa soar bem. E quando dizemos tudo é… mesmo tudo. Jazz,
progressivo, world music, samba, ska, grunge, hip-hop… Isto é o que poderemos,
com toda a razão, apelidar de avantgarde metal. Quando a banda incorpora peso,
fica-se em campos próximos dos Soulfly, Machine Head, Korn ou Rage Against The
Machine. Mas, muitas vezes, os Skypho desligam os interruptores e introduzem
momentos acústicos muito bem conseguidos. Noutras alturas são as músicas do
mundo e os conceitos étnicos que entram pela música a dentro, sem pedir
qualquer tipo de autorização. Exatamente como os Orphaned Land ou os já
saudosos ThanatoSchizo. Por isso, Same Old Sin é um disco indescritível, de uma
riqueza única em termos composicionais. Esquizofrénico, poderíamos dizer. E um dos
elementos preponderantes nesta riqueza é a inclusão de percussões. Muita da
magia que se ouve em Same Old Sin e, principalmente, os mais importantes
factores diferenciadores, vêm realmente das percussões. Depois há um outro pormenor
importante: nenhum tema acaba como começa. Pelo meio dá cambalhotas, piruetas,
mortais encarpados, enfim, um sem número de variações completamente
inesperadas. Claro que há faixas melhor conseguidas que outras, mas Same Old
Sin vale essencialmente como um todo, como obra única e sequencial. Mas
poderemos dar exemplos do que se acaba de referir: Sleeping In A Monster’s Bed
começa forte, num estilo quase death metal mas é precisamente aí que começa uma
viagem alucinante que nos há de levar, no mesmo tema, ao jazz e ao alternativo.
Your Love, My Cage, My Prison, My Rage é um dos mais geniais momentos de todo o
álbum e onde a fusão entre o metal, o hip-hop e sons sul-americanos revela toda
a maturidade da banda. Já em Nowhere Neverland, é impressionante como um tema
soft se transforma num espetáculo circense e num melodia pop alternativa. E
claro, Jungle Syndrome, onde o samba é rei e senhor. Bem, adicionar ritmos samba
no metal já muita gente fez. Agora duvidamos é que alguém tenha tido a ousadia
de convidar uma escola de samba para tocar num tema de metal. Os Skypho fizeram
isso com a Escola Unidos da Vila e o resultado é assombroso. Outros exemplos
haveria para dar. Mas ficam estes para ilustrar um disco diferente e inovador. Arriscado?
Sim, também. Mas não serão estes os que perdurarão?
Tracklist:
1. S. D. S.
2. Sleeping In The Monster’s Bed
3. A Última Caminhada
4. My Insomnia
5. Your Love, My Cage, My Prison, My
Rage
6. Spirit
7. Nowhere Neverland
8. Demon’s Party
9. Darkness Of My Soul
10. My Last Words
11. Re_nasce
12. Jungle Syndrome
13. White Bird
Line up:
Carlos Tavares – vocais e guitarra acústica
Hugo Sousa – guitarras
Ricardo Santos – baixo
Zé Vidal – guitarras
Ricardo Fontoura – bateria
Hugo Oliveira - percussões
Internet:
Bons comentarios :) gostei!!
ResponderEliminarSKYPHO são Grandes, Força ai Amigos, e que perdure e perdure !!
está brutalicimo |_|