Entrevista: Coronatus

As mudanças de vocalistas são dos momentos mais traumáticos para uma banda. Todavia, os Coronautus encararam esse momento como a hipótese de darem um passo em frente em termos de qualidade e, assim, assinam Terra Incognita o seu melhor registo até à data. Para nos falarem dos novos Coronatus e do seu novo trabalho, Dirk Baur (baixo), Aria Keramati Noori (guitarras) e Mareike Makosch (vocais).

Novo álbum, Terra Incognita, e a primeira e mais notória diferença é o novo par de vocalistas. De alguma forma essa mudança afetou o vosso processo de escrita?
DB: No início, não. O processo de escrita é um processo longo. No entanto, após a instrumentação, as duas meninas tiveram uma grande influência nas melodias e no processo de composição adicional, já que as suas vozes são incríveis e nós fizemos experiências com linhas vocais, notas e colocação de voz. Foi muito bom para conhecer, o que o nosso dreamteam é capaz de fazer.

Sentiram que esta era a oportunidade que tinham para dar um passo em frente?
DB: Absolutamente. Sabíamos desde o início que este seria um passo no desconhecido, já que muitas coisas mudaram nos Coronatus. O line up, os compositores, a música, o artwork... Portanto, este passo em frente é o resultado da combinação de todos esses fatores.

E como foi o processo de adaptação das novas vocalistas?
DB: Bem, numa simples palavra - fácil! Ambas são muito experientes em palco e no seu instrumento, a voz. A Ada já tinha sido membro dos Coronatus antes e Mareike cantou em várias bandas antes. Portanto, obviamente, não haveria problemas com a experiência. E assim foi, a adaptação foi muito boa.

Agora, a respeito de Terra Incognita, vocês continuam com títulos em latim nos vossos trabalhos. É algum tipo de fetiche?
DB: (risos) Algo do género! Os Coronatus sempre tiveram letras em latim, mas desta vez fizemos diferente. Não temos faixas inteiras cantadas em latim, mas acrescentamos muitos coros em latim e eu tenho que admitir que adoro isso! Alguns dos corais são muito fortes e, provavelmente, soariam diferente se fossem cantados noutras línguas.

Para além das novas vocalistas, que outras diferenças apontas em relação aos vossos trabalhos anteriores?
DB: Em Terra Incognita há muitas coisas que são diferentes do que eram antes. Antes de mais, um novo line-up. Em segundo lugar também novas ideias, que entraram para a banda com os novos músicos. Antes, Carmen fazia a maioria das letras, agora, essa tarefa foi distribuída por toda a banda. Isso resulta numa diferença grande em termos de composição, uma vez que outras influências se juntaram. Na minha perspetiva, Terra Incognita é mais evoluído do que qualquer álbum que os Coronatus já tenham feito.

Neste álbum têm alguns convidados. Podes falar desles?
AKN: Tivemos músicos convidados realmente muito bons que foram: Ally "The Fiddle" Storch, que toca violino nos Haggard, Umbra et Imago, ASP, etc; Gaby Koss, uma ex-Haggard e que já tinha cantado como convidada com os Equilibrium e outras bandas, cantou os vocais soprano do coro; Petra Starssova nos coros; Teddy Moehrke, dos Deadalous que já tinha cantado como tenor no Fabula Magna, cantou os vocais tenor do coro; e por fim, o meu incrível ex- professor de música Albrecht Lutz, que cantou o coro baixo e tenor neste álbum e já o tinha feito em Fabula Magna, também.

Fernes Land foi o tema escolhido para primeiro vídeo. Por quê?
DB: Fernes Land é algo notável para nós, já que expõe o desejo de conquistar mundos desconhecidos, países distantes e novos mundos. Tivemos a ideia de filmar o vídeo em algum navio antigo, mas no final, não avançámos porque não poderíamos pagar o aluguer de um navio deste tipo. Assim, procuramos um local e encontrámos na Suíça em Rheinfall. Localização incrível!

E como se sentiram quando foram eleitos Band Of The Week na LabelTV?
DB: Para ser honesto, estávamos realmente orgulhosos com isso! Não é muito usual para nós sermos uma espécie de "bla bla da semana" ou "bla bla do mês" ou assim. Quando recebemos a mensagem da LabelTV, que seriamos "banda da semana", abrimos uma garrafa!

Como decorreu a tournée com os Haggard?
DB: Oh, a tournée foi incrível. Eu adorei a sensação de estar em grandes palcos, adorei o público e todo o espírito que nos transmitiram. Alguns dos espetáculos foram incríveis, outros foram loucos, alguns inspirados, mas todos eles nos ajudaram a crescer. As nossas duas meninas fizeram um trabalho incrível e pegaram o público ao fim de alguns minutos.

MM: Na nossa tournée com os Haggard na primavera adorei o espetáculo no K17 em Berlim porque o público foi simplesmente fantástico! Mas, na verdade quase todos os espetáculos dessa tournée foram ótimos. A audiência foi muito gentil, embora estivéssemos apenas como banda de suporte. A malta do metal é boa gente. E muito divertida!

Para terminar: “Tempo dos Coronatus”. Sentem-se bem?
DB: “Tempo dos Coronatus” é o nosso programa de rádio mensal, para o qual fomos convidados a participar. E sim, sentimo-nos muito bem!

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