Schuld (Molllust)
(2012, Independente)
Aparecer um grupo que claramente se autoapelida de
executantes de opera metal pode
parecer presunção. Principalmente se esse grupo se estreia em termos de edições
discográficas. Mas podem ficar cientes que Schuld,
esta tal estreia, dos Molllust, o
tal grupo de opera metal, não deixa
os créditos por mãos alheias e cria um trabalho que consegue, simultaneamente
atingir dois polos bem distintos e distantes. Se por um lado temos guitarras
possantes com riffs pesados e uma
secção rítmica forte, por outro lado temos as vocalizações soprano e os
instrumentos clássicos como piano, violino e violoncelo a imprimir toda a
ambiência sinfónica e operática. O que acontece durante os 11 temas de Schuld, todos vocalizados na língua mãe
dos Molllust, o alemão é o
cruzamento de algumas das maiores referências do género. Naturalmente, em
termos vocais, todos os sentidos apontam para Tarja Turunen embora as influências sinfónicas, em termos
instrumentais, estejam mais próximas do trabalho dos Therion. Também merece especial atenção o soberbo trabalho do
piano, com a criação de brilhantes linhas que muito lembram o trabalho dos Myriads. No entanto, onde Schuld mais brilha é quando cria duetos
com os vocais masculinos. Fugindo à fácil tentação do tradicional a “bela e o
monstro”, os Molllust utilizam as
vozes masculinas também com contornos de tenor, parâmetro que se revela
fundamental para aumentar a qualidade de um disco já de si muito bem
conseguido. O primeiro dueto surge em Lied
zur Nacht e repete-se em outros temas como Puppentanz, Tanz der Feuers
e Shatten. E, curiosamente é também
nestes temas que a banda consegue as melhores e mais interessantes linhas
melódicas. Noutras áreas, Alptraum
revela-se como a faixa mais pesada, Spiegelsee
a mais rápida, Erinnerrungen a que
consegue introduzir maior variabilidade, tendo simultaneamente uma das partes
mais rápidas alternadas com outras mais calmas e sinfónicas e, finalmente, Kartenhaus, com uma interessante
incursão pelo experimental. Sem dúvida que é neste cruzamento entre as bases
fortemente metalizadas e os arranjos
mais operáticos e sinfónicos que reside muito do interesse de Schuld. Depois a já referida capacidade
de variar de tema para tema, criando uma certa dose de imprevisibilidade, ajuda
a que este trabalho dos Molllust se
possa considerar como uma excelente estreia.
Tracklist:
1.
Ouverture
2.
Sternennacht
3.
Alptraum
4.
Aufwind
5.
Spiegelsee
6.
Lied
zur Nacht
7.
Puppentanz
8.
Tanz
der Feuers
9.
Erinnerrungen
10. Shatten
11. Kartenhaus
Lineup:
Janika Groβ – vocais, teclados
Frank Schumacher – vocais, guitarras
Johannes Hank – baixo
Ronny Garz – bateria
Lisa Hellner – violoncelo
Convidados:
Sandrine Bisenius – violino
Richard Killisch – violoncelo
Thomas Prokein - violino
Internet:
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