Entrevista: Antonello Giliberto

Oriundo da Sicília, Antonello Giliberto é um músico com longa experiência e com uma enorme aposta na sua formação como guitarrista. The Mansion Of Lost Souls é, todavia, a sua primeira experiência no campo da composição. Numa conversa agradável Antonello falou-nos um pouco da sua experiência musical passada e presente, mostrando-se, ainda, um amante do bom vinho português e um fervoroso adepto do Inter!

Viva Antonello, tudo bem contigo? Obrigado por despenderes algum do teu tempo a responder a Via Nocturna. Para começar, podes apresentar-te aos fãs portugueses?
Uma grande saudação para o povo de Portugal! Eu sou um guitarrista siciliano amante da velocidade e melodia! Em abril, lancei o meu primeiro álbum a solo, The Mansion Of Lost Souls, que tem vindo a receber críticas positivas em todo o mundo! Também sou professor na Academia de Guitarra nas escolas de Siracusa, Ragusa e Catania.

Estudaste guitarra durante muitos anos mas quando surgiu o teu interesse pela guitarra?
Comecei a tocar aos 13 anos como autodidata. Lembro-me de ter uma epifania com a música dos Beatles e gostava de imitar os solos de George Harrison. Quando cresci, ouvia de tudo, é claro!

E como tem sido o teu desenvolvimento (quer em termos de estudo quer de capacidades técnicas) ao longo dos anos?
Continuei durante muitos anos como autodidata, estudando de ouvido com álbuns de Led Zeppelin, Van Halen, Malmsteen, sempre a tentar aperfeiçoar-me tecnicamente. Sempre fui muito autocrítico. Depois comecei a ter aulas de jazz com o maestro Andrea Quartarone, que agora é um amigo e trabalhamos na mesma academia.

Notam-se, no teu álbum, influências de metal combinadas com os clássicos. Posso perguntar-te quais os nomes de ambos os campos que mais te influenciaram?
Bem, é claro Malmsteen e Bach! Mas sempre gostei de todos os guitarristas da Shrapnel Records, portanto poderia citar Jason Becker, Paul Gilbert, Richie Kotzen, Borislav Mitic e George Bellas. Quanto à música clássica, o meu período favorito é o barroco e o romantismo, com grandes músicos como Vivaldi, Albinoni, Corelli, é claro, Mozart, Paganini, Beethoven, Rossini e muitos, muitos mais!

Mike Varney disse que, comparado contigo, os seus dedos parecem ter artrite. Como te sentes com essas palavras?
Hahaha ele foi muito simpático! Sempre admirei as suas produções! E acho que é um bom patrocínio!

Apesar de este ser o teu primeiro lançamento já tocas há bastante tempo…
Sim, eu toco há quase 20 anos! Tenho trabalhado com várias bandas na Sicília, tocando covers e inéditos, mas só nos últimos anos me concentrei na composição. Comecei a trabalhar neste CD em março 2012 tendo já várias músicas prontas, enquanto outras foram escritas por impulso criativo.

The Mansion Of Lost Souls é um lançamento independente. Tiveste contacto com alguma editora?
Tive vários contactos com editoras, mas nenhuma me ofereceu um contrato interessante ou benéfico. O mundo da música mudou profundamente com a internet, a distância e a comunicação foram eliminadas e isso pode ser uma vantagem. No fim, penso que a autoprodução foi a melhor solução! Tomei pessoalmente cuidado com todos os aspetos do cd, e vendo os resultados confirmo que estou certo! Mas isso não significa que para o segundo cd não vá avaliar outras propostas.

Então, para quem quiser adquirir o teu disco, o que deve fazer?
O meu cd pode ser comprado no meu site http://antonellogiliberto.jimdo.com/shop/ ou em todas as plataformas digitais, como iTunes, Amazon CDBaby ou, simplesmente digitando o meu nome.

Neste disco acabaste por tocar todos os instrumentos. Ao vivo como será?
Estou à procura de músicos capazes de tocar a minha música! Eu gosto da fórmula de trio! Enquanto espero para encontrar as pessoas certas, vou tocando sozinho com backing tracks.

Falando em espetáculos ao vivo, já tens alguma coisa prevista?
Infelizmente, o metal não é um género muito popular na Itália, por isso é muito difícil fazer alguns espetáculos! No entanto, já tenho uma data em setembro, em Palermo.

És membro de alguma banda com algum disco gravado?
Sim, eu toco num trio de power rock chamado Blue Train, simplesmente blues rock selvagem! Faço muitos concertos com este trio e estamos a preparar-nos para gravar o nosso primeiro álbum, que deve sair em outubro ou novembro de 2013.

Sei que és um grande amante de vinho tinto… Portugal tem algumas boas marcas. Conheces e aprecias alguma?
Acho que a Touriga Nacional é um grande vinho! Também gosto de Baga, mas aqui na Sicília temos excelentes vinhos tintos, como Nero d'Avola ou Marsala, conheces?

E este ano volta a ser o ano do Inter? Devem sentir saudades do Mourinho…
Certamente todos os verdadeiros adeptos do Inter sentem nostalgia a respeito do Mourinho! O ano de 2010 foi um ano absolutamente único! Ainda me lembro da semifinal contra o Barcelona... Tinha a minha pulsação acelerada! Espero que este ano haja melhorias com Mazzarri, e possamos jogar um bom futebol. Mas devem reforçar a equipa!

A terminar, queres acrescentar mais alguma coisa, que não tenha sido abordada nesta entrevista?

Gostaria de agradecer ao Via Nocturna pela oportunidade de me apresentar aos rockers portugueses! Ter visibilidade é muito difícil! Apoiem a minha música comprando o meu cd e deixem os vossos comentários no facebook ou e-mail!

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