Os maiores guerreiros lusos
estão de regresso com Veteran, o seu
terceiro trabalho de originais. Desta feita sem a edição de uma label, Veteran, mostra-se um álbum mais possante e metalizado marcando forte a posição dos Gwydion no cenário de peso
nacional e internacional. O colectivo reuniu-se para, mais uma vez, explicarem
tudo em torno deste Veteran.
Olá, tudo bem desde a última
vez que conversámos? O que têm feito desde então?
Desde já agradecemos pelo novo contacto e
interesse por Gwydion. Desde o Horn
Triskelion temos estado empenhados em expandir a nossa base de fãs por
todo o mundo com vários concertos em toda a Europa assim como motivados e
concentrados no novo álbum Veteran.
De que forma decorreu a
preparação deste novo trabalho?
A criação deste álbum foi uma verdadeira
batalha onde nos deparámos com vários desafios e obstáculos, desde o tempo despendido
no apuramento de todas as músicas até ao empenho e profissionalismo de toda a
máquina por trás de Gwydion que esteve à altura na edição deste álbum que decidimos
fazer por nos próprios sem o apoio de uma editora. Tudo isto foi possível com a
ajuda, apoio e dedicação dos fãs que nos ajudaram e motivaram para que este
trabalho chegasse a ver a luz do dia.
Não sentiram nenhum tipo de
pressão depois da excelente receção a Horn
Triskelion?
Sentimos claramente essa pressão. Até à data o
Horn Triskelion tinha sido o
resultado de um grande processo de evolução e de maturidade da parte da banda,
logo, o Veteran tinha necessariamente
que superar o nosso trabalho anterior, até para nos afirmarmos como uma banda
capaz de representar Portugal a nível Europeu e Mundial e mostrar que o Horn Triskelion não tinha sido apenas um
golpe de sorte.
E de que forma este novo
trabalho se aproxima ou diferencia dos vossos trabalhos anteriores?
Aparentemente parece mais metal e
menos folk, concordam? Era essa a
intenção?
Sim, o álbum está claramente mais dark e mais metal que os trabalhos anteriores. Apercebemo-nos disso enquanto compúnhamos
as músicas para este álbum e quisemos manter essa linha para manter todo o álbum
mais coeso e de modo a mostrar um resultado mais maduro musicalmente. O álbum
mantem as referências folk que sempre
acompanharam a banda e não deverão deixar de fazer parte de futuros trabalhos
mas desta vez são acompanhadas de riffs
e melodias mais poderosas e fortes.
Quais as vossas expectativas
para este lançamento?
Neste
momento, trazemos algumas expectativas connosco, nada muito especial porque
também sabemos que existem várias dificuldades inerentes ao meio em que
estamos inseridos. Este é o momento para o lançamento do 3
álbum, embora pareça uma etapa para uma banda recente, já contamos com vários
anos de banda e de estrada. Já ultrapassamos por várias dificuldades
e angustias mas também temos consciência que tivemos vários momentos
de alegria e honra no trabalho honesto que fomos desenvolvendo ao longo destes
anos. Gostaríamos que com o lançamento deste álbum pudéssemos contribuir
com a nossa presença em mais eventos nacionais e internacionais. Que os
organizadores ficassem com a certeza de que damos um bom espetáculo, e que é
sempre uma mais-valia ter o nosso nome nos cartazes porque existem várias
pessoas interessadas no nosso espetáculo ao vivo.
Porque Veteran? Existe algum conceito subjacente ao álbum?
Contrariamente
ao que aconteceu nos álbuns anteriores, a escolha dos nomes para as músicas e
para o próprio álbum foi relativamente rápida. Para isso ajudou a ideia
conceptual que quisemos introduzir, sobre a vida de um guerreiro desde o
nascimento até atingir o seu apogeu, assente numa temática medieval, e esta é a
principal linha condutora entre todas as músicas do álbum. Tendo este conceito
como base, fomos buscar inspiração às nossas próprias experiências pessoais e à
história de Portugal.
Em termos de convidados,
mantém praticamente as mesmas escolhas nos vocais femininos, mas têm elementos
dos Orn Spirit nos instrumentos tradicionais. Como trabalharam esta vertente
com os convidados?
Sim em relação aos vocais femininos
decidimos realmente manter a Célia e a Isabel pois achamos que são realmente
duas vozes fantásticas que entre elas combinam muito bem, e também porque iam
muito ao encontro do que pretendíamos para este álbum, até mesmo para
trazer um pouco da sonoridade do álbum anterior Horn Triskelion. Quanto aos instrumentos tradicionais foi algo que
nos surgiu durante a composição dos temas, pois o rumo que as músicas estavam a
tomar, pediam algo diferente, o que não quer dizer que o fantástico
trabalho do Gonçalo do Carmo que participou no Horn Triskelion não fosse suficiente, mas queríamos arranjar uma
nova fórmula, dai falarmos com os Orn Spirit para os convidar para este
trabalho, onde fizeram um trabalho impressionante com todos os arranjos ao
longo do álbum, introduzindo a Bouzouki, Sanfona, Djiridoo entre outros
instrumentos foi algo que surgiu em estúdio muito naturalmente.
O álbum anterior trazia o
selo da Trollzorn Records. Este é uma edição independente?
Sim, é um álbum
independente pois decidimos que seria um passo em frente e não atrás como
muita gente pode pensar. Nos tempos que correm as "ofertas" de
pequenas e médias labels são
maioritariamente insatisfatórias, logo decidimos arriscar com um self-release em que pomos todo o nosso
empenho e esforço, mas que a médio prazo nos trará benefícios e auto
sustentação. No entanto não quer dizer que tenhamos fechado portas a outras labels, mas para este caso concreto do Veteran, foi sem dúvida a melhor opção.
Math Of War é o primeiro vídeo extraído deste
novo trabalho. Porque a sua escolha? Está previsto a realização de mais algum
vídeo?
Math
of War
foi realmente a primeira escolha para o vídeo
clip, primeiro pelo tema que retrata e pela duração da música. O Miguel Kaveirinha
e a sua mulher Inês Parreira e em conjunto com toda a banda tínhamos em
mente fazer algo mais "bélico” e inclusive uma parte do guião já
estava na cabeça do Miguel. Enfim esta música reunia todas as
condicionantes para ser um videoclip.
Quanto a novos trabalhos ficam em stand
by por enquanto, pois este trabalho foi um planeamento e envolveu muita
coisa e muita gente, a Espada Lusitana, Cavaleiros do Tempo, Agape,
os cameramen, adereços, grua,
um mundo... Foi realmente um processo muito esgotante que levou meses de
planeamento, mas é claro que estamos prontos para mais!
Como surgiu a oportunidade
de poderem representar Portugal na Eurovisão? Querem esclarecer? Como está a
votação?
Bom
isto apenas é uma sondagem feita pelo blog
oficial ESC, de quem gostariam de ver na Eurovisão. Creio que os Gwydion foram
escolhidos por membros do júri e pelo público em geral e daí estarem na
votação. Quanto a estas têm corrido bem, temos tido muito entusiasmo por parte
dos fãs do metal em geral que
gostariam de nos ter a representar o nosso país.
A respeito de alguma tour, já há algo definido?
Estamos a trabalhar nesse sentido e esperemos
ter boas novidades para o ano de 2014, mas para já ainda é prematuro estar a
anunciar o quer que seja!
A terminar, mais uma vez
obrigado e dou-vos a oportunidade de acrescentar algo mais ao que já foi
abordado nesta entrevista?
Antes de tudo gostaríamos de agradecer a todos
os fãs e amigos que de alguma forma contribuíram para que este álbum
pudesse ser lançado. Mais uma vez fica provado que as bandas sem verdadeiros
fãs não têm razão para continuar. Ficaremos gratos por tudo aquilo que foi
feito, com o maravilhoso trabalho das pessoas que trabalharam connosco seja no
momento da gravação do álbum como na gravação do video-clip e com a ajuda preciosa dos fãs que através dos pré packs comprados conseguiram a proeza
da edição e divulgação do nosso trabalho.
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