2014 promete! Pelo menos
a atender pela primeira proposta que já nos chegou: Aetherea dos Gaienses Blackbird Prophet. Via Nocturna foi conhecer
este jovem coletivo que nos falou do seu trabalho de estreia e dos projetos
para o pós-Aetherea.
Viva! Obrigado pela
disponibilidade desta entrevista. Para começar, quem são os Blackbird Prophet?
Boas!
Nós é que agradecemos pelo mesmo. Os Blackbird Prophet são uma banda de Vila
Nova de Gaia e atualmente consistem no Bruno Costa na voz, guitarra e
sintetizador, o Daniel Pereira na guitarra e nos sintetizadores e a Cristiana
Jesus no baixo e nos backing vocals.
No que toca à bateria andamos atualmente a tocar com um baterista temporário, o
Paulo Pinto.
São uma banda ainda
relativamente jovem. Podem contar-nos um pouco da vossa história até aqui?
Sim,
por esta altura nem 20 anos temos em média, se bem que isso não significa
muito. A banda começou como um projeto de estúdio em 2011 entre três amigos, o
Bruno, o Daniel e o João Faria, no baixo, que saiu do projeto pouco tempo
depois de ele ser formado, mas nunca houve efetivamente um estúdio, tudo o que
era material composto até à altura era gravado no quarto do Bruno durante
tardes e tardes seguidas, e algum desse material acabou por ir parar à internet. Passar de projeto para banda
foi muito complicado por causa da falta de uma formação completa, e a demo que os Blackbird Prophet gravaram
na época, Symbolic Introduction, nem
chegou a sair na integra cá para fora. Só a partir da primavera de 2012 é que o
projeto saltou para banda com a entrada do Arai no baixo e do João Poças na
bateria, mas esta formação também durou pouco tempo, e finalmente no Outono
desse mesmo ano, com a entrada da Cristiana e do João Abade para a banda, é que
a formação ficou mais sólida e a atividade começou a aumentar, com concertos na
área do Porto. E depois no verão de 2013 finalmente metemo-nos em estúdio, no
Estúdio Entreparedes, onde ensaiamos regularmente, para gravar o Aetherea, com o qual estamos muito
contentes. O João saiu bastante recentemente, durante o processo de finalização
do artwork e booklet.
O que vos motivou
para erguerem os Blackbird Prophet?
Muita
insatisfação com os nossos projetos anteriores e o facto de não nos estarmos a
encontrar musicalmente. Quando começamos os Blackbird Prophet a nossa reação
imediata foi algo como "é mesmo isto!", nem 18 anos tínhamos, mas
sentimos que tínhamos criado algo sólido para nós mesmos, com uma direção, e
mesmo que as coisas fossem difíceis era aos Blackbird Prophet que nos íamos
dedicar, para o melhor e para o pior.
Que experiência
anteriores já tinham?
O
Bruno e o Daniel tocaram sempre em bandas juntos, com mais gente, e foram sempre
as cabeças por trás de tudo o que começavam e toda a música que era escrita.
Chegaram a ter uma "high school band" quando ainda estavam mesmo a
começar que passou por vários nomes como Blue Flames e The Symbols, mas não
passava de ensaios, a tocar músicas estilo Classic
Rock. O único concerto que deram com essa banda foi no colégio onde
estudaram (Colégio Internato dos Carvalhos) e foi verdadeiramente desastroso:
paragens a meio da música, instrumentos que nem se ouviam... Pior ainda é que
estavam umas mil pessoas na audiência por ser a festa final do colégio. Never again!
Quais os movimentos
e/ou nomes que mais vos influenciam?
As
nossas influências no que toca a artistas mudam a cada meio ano e somos mais
"influenciados" pela mentalidade transmitida pelas bandas do que
propriamente pelo seu som, não tentamos aproximar o nosso som ao som de
ninguém. Bandas como Pink Floyd, King Crimson, Tool, Porcupine Tree, Mastodon,
Faith No More e The Dillinger Escape Plan transmitiram-nos a ideia que podíamos
fazer o que bem nos desse na real gana
com a nossa música. E é só mesmo isso que queremos.
Algum significado
para Blackbird Prophet?
Digamos
apenas que gostamos muito do Edgar Allan Poe, já é uma pista...
Aetherea é a vossa estreia
em absoluto com edição a 4 de janeiro. De que forma analisam o vosso trabalho?
Estamos
muito contentes com o Aetherea e
achamos que é uma representação fiel de quem somos como músicos e como pessoas
neste momento. Gostamos de meter tudo o que temos na escrita e execução das
músicas, e se não sentirmos que estamos a evoluir com algum material
descartamo-lo imediatamente, por isto o que surge neste trabalho representa
muito para nós. Tem de estar tudo perfeito para os nossos critérios pessoais e
o que ouvimos a sair dos amplificadores e das colunas tem de ser uma réplica
exata do que ouvimos nas nossas cabeças. Isto pode-se tornar tortuoso em alguns
momentos, mas é de longe a melhor maneira de trabalhar para nós. Já agora, o
trabalho só sai dia 11 de janeiro, mas dia 4 disponibilizamo-lo para streaming na íntegra gratuito.
Quais são os
principais objetivos com a edição deste trabalho?
Primeiramente
e acima de tudo queremos satisfazer-nos a nós próprios, aliás, esse é o motivo
pelo qual fazemos música, porque nos faz felizes. Este lançamento serve como
cartão de apresentação do que são os Blackbird Prophet. Claro que queremos
fazer com que o Aetherea chegue ao
máximo de ouvidos possível e o real desafio nesse aspeto vai começar agora da
maneira que mais gostamos: concertos. Adoramos tocar ao vivo tanto ou mais do
que gravar.
Fizeram a captação
deste registo nos Estúdios Entreparedes. Como decorreram as sessões de trabalho
e a experiência?
Já
conhecemos o Entreparedes há algum tempo e desde que lá entrámos pela primeira
vez que nunca mais saímos. Aliás, o Paulo, que anda a tocar connosco agora,
criou os estúdios com a Fernanda Roxo e coproduziu o Aetherea connosco. A captação foi feita muito rapidamente e sem um
único minuto desperdiçado, porque a banda trabalha sempre com um orçamento
muito limitado. Foi uma experiência muito saudável e fácil, honestamente.
Vocês são
referenciados como um trio, embora em algumas fotos apareçam quatro elementos.
Quem é esse quarto elemento?
Nas
fotos mais recentes é o Paulo, antes tivemos o João Abade e deve haver uma ou
outra foto mais antiga com o João Poças. Mudanças de alinhamento sempre foram
uma praga para nós.
Sei que já têm uma
festa de lançamento agendada. Querem falar disso?
Sim,
o nosso release show vai ser na sala
2 do Hard Club, no Porto, no dia 11 de janeiro de 2014 às 21:00! Vamos tocar
dois sets, sendo que o primeiro consiste
no Aetherea tocado na íntegra sem
interrupções, e o segundo no material restante da banda, incluindo músicas não
gravadas, versões alteradas de material antigo e uma cover. Vamos ter os Pobres Afortunados e os Dust Bone como bandas
de abertura, e existem dois bilhetes disponíveis, a entrada a 5 euros e a
entrada mais o Aetherea por um preço
mais amigável do que comprar o trabalho separadamente, a 7 euros. Estamos out of our minds com isto por ser um
sítio tão mítico e porque já passaram por lá bandas muito importantes para nós,
como os The Ocean, num caso atual. É de longe o concerto mais importante da
banda até à data.
E depois, que
projetos têm em mente desenvolver nos próximos tempos?
Dar
o máximo de concertos possível, trabalhar arduamente e definitivamente escrever
mais música, porque por esta altura já andamos a mudar outra vez e a querer
adicionar ideias e conceitos novos. Não gostamos de nos repetir, por isso uma
espécie de Aetherea II está fora de
questão.
A terminar, há mais
alguma coisa que queiram referir que não tenha sido abordado?
Em
relação a nós não nos ocorre nada, queremos só aproveitar para agradecer de
novo por todo o interesse e disponibilidade, significa muito para nós.
Obrigado!
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