The Eyes Of Power pôs o
mundo a olhar com mais atenção para uma banda eslovaca: Signum Regis. Três anos
depois a banda surge renovada, com um conjunto de ilustres convidados e assina
mais outro álbum conceptual e histórico. A propósito de Exodus e de todas as alterações nos Signum Regis, fomos, mais uma
vez, falar com o líder Ronnie König.
Olá
Ronnie! Tudo bem desde a nossa última conversa? Mais uma vez obrigado pelo teu
tempo despendido com Via Nocturna e parabéns pelo vosso regresso com este excelente
álbum. No entanto, desta vez parece que o núcleo duro da banda foi reduzido. É
verdade?
Muito
obrigado pelas tuas palavras amáveis. Sim, podes colocar nessa perspetiva. O guitarrista
Ado Kaláber mudou-se para o
Reino Unido, por isso não foi possível para ele continuar a tocar
regularmente connosco; também decidimos não gravar com Göran Edman como
vocalista exclusivo de Signum Regis. A principal razão para isso foi que nós
sempre quisemos tocar ao vivo e parecia que isso não iria acontecer com Göran.
No álbum anterior a bateria foi gravada por Adrian Ciel. Ele gostava de gravar em
estúdio, mas não estava tão interessado em tocar ao vivo; portanto, Jaro
Jančula juntou-se a nós praticamente logo após o álbum anterior estar terminado.
Ele também gravou o álbum Exodus. Ján
Tupy (teclados) tem estado connosco desde o início e nunca mais saiu, mas eu
programei a maioria dos teclados do álbum Exodus.
Por isso é que surge nos créditos do booklet.
Pelo contrário,
tens um maior número de convidados… No campo vocal, por exemplo, tens, mais uma
vez, Göran Edman, mas também alguns outros. Têm um papel diferente na história
do álbum ou isso não se verifica?
Não
propriamente, porque não temos muitos personagens na história. Pode dizer-se
que Samuel Nyman fez o papel do Faraó, mas o resto é mais ou menos a partir da
perspetiva de Moisés.
Falando
de vocalistas, a última vez que falámos estavas à procura de um vocalista para
a banda. Já há um vocalista permanente capaz de ir para palco?
Sim,
andamos à procura de um vocalista mas não conseguiu encontrar ninguém que pudesse
encaixar na nossa banda da forma que queríamos. Convidar tantos vocalistas era,
na verdade, uma parte do processo de construção do line-up. Pensamos que, talvez tendo a oportunidade de trabalhar com
tantas pessoas pudéssemos encontrar alguém que tivesse disponibilidade para continuar
a trabalhar connosco também depois do lançamento do álbum. E isso está,
realmente, a acontecer. Tocamos agora ao vivo com Mayo Petranin que gravou a
canção Mountain Of God. Fomos
gravando os nossos ensaios com ele que podem ver no nosso canal de youtube (www.youtube.com/user/signumregis).
Acho que soamos muito bem juntos. Por outro lado, gostamos do processo de
gravação com cantores de todo o mundo, por isso queremos fazer isso de novo e
ter mais convidados nos próximos discos. Não sabemos ainda que os convidados serão
da próxima vez, mas definitivamente contaremos com Mayo, que irá gravar algumas
músicas e também continuar a cantar ao vivo connosco.
Como foi
o processo de gravação dos vocais? Juntaram-se todos ou cada um gravou no seu
país?
Todos
eles gravaram nos seus próprios estúdios ou alugaram algum estúdio local no seu
país.
Também ao
nível dos instrumentistas tens alguns convidados...
Sim,
como mencionado anteriormente, Ján Tupy gravou os teclados e Ado Kaláber fez o
solo de guitarra, ambos na faixa instrumental The Last Days In Egipt. Libor Krivak de Symphonity fez um solo de
guitarra na música Exodus e Ivo
Hofmann (também de Symphonity) gravou os teclados em Promise Land. Na verdade, ele veio com uma introdução para essa
música e é por isso que a música tem duas partes.
Como foi
a sua escolha?
No
que diz respeito aos músicos, foi uma escolha natural. Todos eles são amigos há
muito tempo. Acontece que eu também sou membro dos Symphonity desde o ano
passado e Ado e Janci foram membros dos Signum Regis e da nossa banda anterior,
os Vindex. Com os vocalistas houve muito envolvimento de Emil Westerdahl, que
dirige a editora. Ele ajudou-nos, já que os conhece a todos, tem os seus
contactos e assim por diante. Alguns dos vocalistas que participam no álbum, eu
nunca tinha ouvido falar. O bom é que todos eles são muito talentosos e fizeram
um excelente trabalho. Emil deu-nos um monte de gravações que esses elementos
tinham feito e nós ouvimos, tentando imaginar, como aquelas vozes soariam nas
nossas músicas. Parece que encontramos uma combinação perfeita para cada
canção.
Como já
se disse, Exodus é outro álbum conceptual.
Podes contar-nos em que consiste a história?
Êxodo
é o segundo livro da Bíblia. É sobre a forma como os israelitas foram
escravizados no Egito, construindo o reino do Faraó, fazendo trabalhos forçados.
Deus ouviu o clamor do seu povo e escolheu Moisés para ser o único a liderar os
israelitas para a liberdade. A forma como tudo aconteceu foi muito dramática. O
Faraó, naturalmente, não estava disposto a permitir a liberdade dos seus
escravos, de modo que o Senhor mostrou a sua força e enviou os sinais principais
(as dez pragas). Eventualmente, o Faraó perdeu a luta e teve que os deixar ir. Os
Israelitas estavam finalmente livres e deixaram o Egito atravessando o Mar
Vermelho.
E mais
uma vez, à semelhança de The Eyes Of
Power, voltas a abordar assuntos históricos. Gostas desta temática…
Sim,
mas o engraçado é que as letras para The
Eyes Of Power foram todas escritas pelo Tommy König e as de Exodus por mim. Como irmãos, temos o
mesmo background, e acho que é por
isso que ambos escolhemos temas históricos. No futuro, com certeza irei escrever
algumas letras históricas de novo, mas não se pense que estou a evitar alguma
coisa do nosso tempo. Leio notícias, escuto rádio, sei muito sobre o que está se
passa, por isso, quando for a hora certa e isso se encaixar num álbum, poderemos
ter algumas letras muito update.
Musicalmente,
este álbum parece um pouco mais agressivo e pesado. Concordas? Simplesmente aconteceu
ou foi tua intenção desde o início?
Concordo.
Algumas músicas são muito agressivas. Para além de bandas melódicas sempre
gostei de bandas como Megadeth, Metallica ou o material mais pesado que os
Judas Priest fizeram. Tenho orgulho em ser influenciado por essas bandas e às
vezes escrevo algum material pesado. Let
Us Go! e Wrath Of Pharaoh são as
músicas mais pesadas do álbum e acho que se encaixam muito bem com as letras e com
toda a história. Mas foi algo que aconteceu naturalmente.
E depois
de um excelente álbum como The Eyes Of
Power, sentiste algum tipo de pressão?
Na
realidade, não! Eu tenho o mesmo tipo de sensação que muitos músicos têm.
Sempre que fazem algo novo, acham que é melhor do que qualquer coisa que eles
fizeram antes. Eu tenho sempre essa sensação. Estou todo animado em voltar para
o estúdio novamente para gravar o melhor álbum! Até agora, já gravei sete
álbuns na minha carreira e sei que o novo nem sempre foi melhor do que o
anterior, mas quando estou a trabalhar num álbum, realmente acredito que esse irá
ser grande. Com esta mentalidade não me preocupo tanto.
Curioso é
o salto da Inner Wound para a Ulterium. Considerando que são editoras gémeas (penso que as poderemos
considerar assim…) suponho que isso não vos afetou muito...
Sim,
estás certo. É principalmente porque a Ulterium Records está mais focada em
bandas com membros e temas cristãos. Para nós, é como estarmos na mesma editora
mas com um logotipo diferente no booklet.
Já vimos
que Exodus é um pouco mais pesado
mas, de uma forma mais global, como analisas este álbum principalmente quando
comparado com os teus álbuns anteriores, nomeadamente, The Eyes Of Power?
Penso
que The Eyes Of Power é um pouco mais
progressivo. Havia 3 faixas instrumentais, solos técnicos loucos, por isso acho
que pode agradar a fãs de bandas como Symphony X. O álbum Exodus é um pouco mais para a frente; há mais canções com melodias cantaroláveis e, como referiste, algumas
músicas são mais pesadas do que qualquer coisa que fizemos antes.
Projetos
futuros em mente, como tournées ou
outros, o que nos podes adiantar por agora?
Ainda
estamos em fase de ensaios e a gravar vídeos. O plano é ter 10-12 vídeos com
bom som no youtube para que os fãs possam
ouvir e ver como podemos tocar ao vivo. Não há planos para tournées em 2014 mas iremos tocar em festivais e em clubes, sempre
que surgir algum convite. Neste momento, já estamos a terminar as composições
para o próximo álbum. A música está mais ou menos feita, apenas precisamos
escrever mais algumas letras. O plano é começar a gravar dentro de alguns
meses.
Mais uma
vez obrigado! Queres acrescentar algo para os nossos leitores e também para os
vossos fãs?
Claro.
Obrigado por lerem esta entrevista. Aprecio isso de verdade. Somos muito sérios
com a nossa música e queremos continuar. Se tiverem alguns minutos, confiram o
nosso canal do youtube e a nossa
página no facebook. Há algumas coisas
boas de graça. Se gostarem, por favor, compartilhem com os vossos amigos metaleiros e ajudem-nos a crescer como
banda. Em troca, iremos continuar a fazer grandes músicas para vocês!
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