Entrevista: Marcelo Paganini

Natural de Belo Horizonte mas há bastantes anos a residir em França, o guitarrista Marcelo Paganini é um verdadeiro globetrotter da música. Já tocou e toca todos os estilos, passou por diversas cenas mundialmente famosas, tocou com gente de todos os espectros musicais, num curriculum riquíssimo! 2014 marca o seu regresso aos álbuns de originais com 2012 Space Traffic Jam, motivo que esteve na origem da nossa conversa com este simpatiquíssimo guitarrista. Conversa que acabou por resvalar para outras áreas.

Olá Marcelo, tudo bem? Antes de mais obrigado pela tua disponibilidade.
Nunca estive tão bem na minha vida. Para mim é um prazer e uma honra.

Segundo o press release, finalmente um álbum em teu nome é uma realidade. Como estás a viver este momento? Por que razão nunca houve a oportunidade de gravares um disco teu?
Vou responder a essas duas perguntas de uma assentada. Antes de mais nada, este não é o primeiro álbum. Eu lancei também de forma independente Virtualmente Real: Realmente Virtual em 1996 na França e no Brasil com boas críticas. O cd está esgotado há muitos anos e chegou até a ser pirateado na Austrália por um selo que já nem existe, descobri isso há pouco tempo. E em 2011 eu lancei o single Technodream apenas em formato digital. Essa música foi tocada quase 30 mil vezes no Myspace, rendeu-me mais de 10 mil fans, foi a mais pedida da semana num programa de rádio em Los Angeles: Music Highway with Sheena Metal. O clip de Technodream foi exibido no Portobello Film Festival em Londres em 2012. Mas claro que nenhum desses projetos teve a mesma produção e a mesma repercussão internacional do que 2012 Space Traffic Jam lançado no dia 25 de janeiro de 2014. Para a maioria das pessoas é o meu primeiro álbum de que ouviram falar. Agradeço ao Universo por ter permitido esse projeto virar realidade. Eu ouço o disco todos os dias para ter a certeza de que realmente aconteceu. Na letra de For Real/De Verdade está uma frase que eu vi numa oficina de conserto de aparelhos eletrónicos em Belo Horizonte, MG, Brasil, há muitos anos atrás.¨Impossible things I do right away, miracles take a bit longer¨/ ¨O impossivel eu faço na hora, milagres demoram um pouco mais¨. Foi por isso que demorou 35 anos: foi um verdadeiro milagre. Mas foi também um trabalho colossal de mais de 35 anos sonhando a esse respeito e mais de 2 anos produzindo com 16 horas de trabalho por dia, em média. Neste momento sinto-me como se tivesse finalmente conseguido atravessar uma ponte precária em cima de um precipício sem fundo. Estou feliz de ter conseguido chegar ao outro lado, mas quando olho para trás para ver do que escapei, dá medo...

Estranho título: 2012 Space Traffic Jam. Algum significado?
Sim, tudo começou com uma piada, uma brincadeira. Em 2012 falou-se muito no Calendário Maya, com algumas pessoas pretendendo que previa o fim do mundo. Muita gente estava esperando a chegada de discos voadores e seres extra-terrestres e o começo de uma nova era para a humanidade... Eu comecei a pensar que eram tantos disco voadores vindo para cá ao mesmo tempo que isso provocou um enorme ¨engarrafamento¨ (em inglês ¨traffic jam¨) no espaço, mas do outro lado da Galáxia, de tal maneira que daqui da Terra não vimos absolutamente nada. A capa do álbum ilustra o conceito. Este é um álbum conceptual, como se dizia nos anos 70. O Dragão extra-terrestre tocou na beira da auto-estrada intergalática completamente engarrafada 10 canções que foram captadas no distante planeta Terra e capturadas no cd que estás a ouvir agora. 

E o termo jam também dá para depreender que há muito espaço para as jams e improvisação neste disco?
Claro que o título pode ser interpretado também como a jam session do espaço, que aconteceu no meio da circulação dos discos voadores. O espírito de improvisação e de liberdade é fundamental no meu trabalho, ao lado das passagens elaboradas e dos arranjos precisos. Capturar esse sentimento de urgência e de espontaneidade das jams e das improvisações, e manter o mesmo nível de energia nas passagens arranjadas, era esse um dos meus objetivos principais.

A versão aqui presente de Somewhere Somehow é mais longa que a apresentada anteriormente. Resolveste incluir os solos de bateria e hammond
Estás a referir-te à versão da música no Myspace onde apenas se chama Somehow e era mais curta, que foi gravada em demo tape em 1993. Foi depois de ouvir essa versão que o Gary Husband aceitou gravar o disco. Eu pedi-lhe então para fazer o solo de bateria. Compus a introdução com o solo de Hammond, convidei o Tony Kaye para gravar e caprichei no solo de guitarra. Essa versão ampliada chama-se Somewhere Somehow. Quando surgiu a oportunidade de participar do cd incluído na revista PROG Magazine UK de janeiro 2014 com a banda do Mike Portnoy Transatlantic abrindo a compilação e eu fechando, havia um limite de duração das músicas para participar. Eu decidi editar a música sem o solo de bateria e o solo de Hammond, começando diretamente no solo de guitarra, para não ultrapassar o limite. Convido assim os ouvintes a comprarem o álbum para ouvir a versão integral da música. Esse número é collector. Versão exclusiva da música para revista PROG.

Hammond que é tocado por Tony Kaye, um dos convidados para este disco. Mas tens outros… Queres falar disso e do seu envolvimento com o projecto?
A primeira pessoa que aceitou participar no disco foi o incrível Billy Sherwood ex-membro dos YES e um dos maiores produtores de prog rock nos EUA. Ele gravou esse baixo maravilhoso em Somewhere Somehow. Ele tem uma banda que se chama CIRCA, junto com outro ex-membro dos YES, Tony Kaye. Eu estava em Londres a gravar as baterias com o Gary Husband e eles estavam em tournée no Brasil com os CIRCA e estavam a adorar. Aproveitei a oportunidade para convidar o Tony Kaye para gravar também na mesma música e ele aceitou. Tem dois ex-membros dos YES e o baterista de Allan Holdsworth, John Mc Laughlinm e vários outros, Gary Husband, no disco todo. Para resolver o velho problema de que a tua banda só é tão boa quanto o baterista. O baixista francês Marc Madoré (Georges Moustaki, Les Étoiles, Nene Band, Joyce, Monica Passos) toca na minha banda desde 1996. Ele gravou 9 das 10 músicas. E ainda tive o imenso prazer da participação da lenda viva do jazz, produtor e compositor extraordinário Eumir Deodato (de Frank Sinatra a Bjork, entre muitos outros) tocando teclas em três músicas. Este álbum está mesmo escrito nas estrelas...

E depois existe o Can’t Autograph Your MP3. Uma referência à atual tendência para o consumo de música em formato digital? Qual a tua opinião sobre este caminho do mercado musical?
O álbum quase se chamou assim. Can’t Autograph Your MP3. Acabei por usar a foto na capa do livreto com as letras e a ficha técnica. Essa frase resume porque o show bizz foi por água abaixo. Na época dos LPs e compactos, os fans vinham ver os artistas e depois dos shows pediam um autógrafo. Não posso autografar o teu mp3 resume perfeitamente a situação. A música desmaterializou-se e junto com ela uma boa parte da relação entre artistas e fans. Foi por isso que escutei os meus fans quando me pediram para fazer cds e não apenas para lançar no formato digital. Agora estou esperando que as mesmas pessoas realmente comprem os cds que ficaram lindos... Eu posso autografar o teu cd, com prazer. O som do cd é muito melhor do que o mp3, não dá nem para conversar. Mas produzimos os melhores mp3s que pudemos. Eu também tenho um leitor de mp3. Ouvir o álbum usando headphones é uma experiencia única. O Neil Young tem uma nova proposta interessante, vamos ver no que vai dar e se eu posso entrar também. Tenho minhas dúvidas... As pessoas para quem a música é realmente importante devem investir em produções independentes como a minha comprando o cd ou o mp3 e decidindo da viabilidade económica dessa proposta. Muita gente está tão viciada em computadores e smart phones que ficaram apáticas, sem reação, blasés. E completamente vigiadas e controladas. A música existe em excesso, perdeu o valor, perdeu o mistério para muita gente. Que só escuta celebridades e nunca tem opinião própria. Para mim isso é o verdadeiro Inferno. Os fans de prog rock são um verdadeiro oásis no meio desse deserto. A minha música é uma passagem secreta para fugir desse cotidiano sinistro e medonho.

Olhando para trás, começaste a tocar em 1975. De que forma olhas para a tua carreira? Consideras-te um músico completamente realizado ou ainda tens sonhos para concretizar?
Se eu parasse agora, já estaria de bom tamanho. Vai se difícil superar esse álbum. Mas a minha carreira está a começar apenas agora de uma certa maneira. O meu trabalho é tornar o impossível possível. E isso nunca tem fim. Sonhar é meu jeito de viver, eu sonho em tocar ao vivo esse reportório. Precisa de uma enorme produção, valeria a pena fazer um dvd ao vivo, mas é muito complicado e caro. Teria que ser num grande festival, abrindo para outra banda. Ou participar num desses cruzeiros marítimos com bandas de prog rock como Cruise to the Edge, Nation Progressive at Sea, etc...Seria a situação ideal. Espero que aconteça em breve, principalmente se o Mike Portnoy ler esta entrevista.

De todos os projetos em que participaste e de todos os nomes com quem colaboraste, qual ou quais te deixaram mais marcas?
Em Belo Horizonte, MG, Brasil nos anos 80 havia uma ¨banda de bandas¨ chamada Tribo de Solos. Hoje a sede é em Penedo no estado do Rio de Janeiro.  Foi o equivalente no rock ao que foi o Clube da Esquina na MPB. Membros dos Skank (Lelo, baixista), Jota Quest (Marcio Buzelin, teclista) e as bandas Sepultura, Kamikaze, Serpente, Minério de Ferro, entre muitas outras passaram por lá. A minha banda ensaiava lá até eu começar a tocar sozinho. Eu fui um dos pioneiros da música eletrónica no Brasil com o show Marcelo Paganini is the Band em 1986 em BH. Eu tocava vários instrumentos acompanhado por uma bateria eletrónica e um sequenciador de apenas 200 notas que eu programava na hora em tempo real. Apagando a música anterior. Depois fazia repetir apertando um pedal e o teclado saía tocando sozinho. As pessoas ficavam malucas. Ninguém nunca tinha visto isso antes e eu tocava guitarra, violino, harmónica, baixo, por cima desse acompanhamento. Tocava durante 4 ou 5 horas, até o último cliente - sucesso total. Esse show começou no bar Stricnina e depois lotou o Cabaré Mineiro em plena segunda feira em fevereiro de 1987. Mais tarde fiz a junção entre a Tribo de Solos e o Clube da Esquina quando o cantor e compositor Lo Borges me convidou para participar num dos seus shows em 1989, antes da minha mudança definitiva para França. Depois Lo Borges gravou Iugoslavia Fictícia no meu primeiro cd Virtualmente Real: Realmente Virtual. Durante os meus estudos de Musicologia, cantei no coral da Sorbonne durante 3 anos, fazendo vários concertos junto com a Grande Orquestra da Sorbonne. Foi uma expriência inesquecível.

Ultimamente tens andado dedicado ao cinema, não é verdade? Como têm corrido as coisas neste campo?
A minha primeira curta-metragem foi Interatividade em 2003. Já participei em vários festivais em diversos países. Ganhei um prémio em Londres em 2011 fazendo uma curta-metragem em menos de 69 horas. Incluindo a composição, gravação e mistura da música. Atualmente estou a fazer um documentário sobre a gravação do meu álbum, com entrevistas com Eumir Deodato, Gary Husband, Billy Sherwood. Vou integrar os vídeos de duas músicas e imagens das gravações e bastidores.

Sendo que chegaste a tocar em Nova Iorque, que memórias guardas desses momentos? É verdade que a cidade tem um feeling especial?
Eu chamei Nova Iorque minha casa uma vez, vou chamar Nova Iorque minha casa para sempre. Um dos melhores lugares do mundo para ser músico. E um dos piores. Guitarra e saxofone são os instrumentos mais ingratos, pois os melhores do mundo moram lá, ou tocam sempre lá. Como eu toco vários estilos e vários instrumentos eu pude tocar com músicos de universos que normalmente nunca se cruzam. De tarde eu gravava demos de prog rock no meu home studio, de noite eu tocava piano bossa nova, mpb e jazz brasileiro até à meia-noite e guitarra com outra banda e outro repertorio até as 4 da manhã. Se não tinha shows no domingo, tinha jam session brasileira de tarde, jam session de blues de noite, jam session de jazz de madrugada. Um bar Latino com órgão tocando na porta de casa até as 6 da manhã... Sim, a cidade tem uma energia enorme que te pode transportar ou esmagar-te. Nova Iorque é mundo inteiro, mais idiomas são falados na cidade do que na ONU, que também fica lá. O público de Nova Iorque é especial, cosmopolita, difícil de impressionar. Nunca sabes quem te pode estar a ver e ouvir. Os melhores músicos do mundo inteiro ou moram lá ou passam por lá. Tem os músicos incríveis da cena do jazz brasileiro de Nova Iorque, Tiberio Nascimento, Vanderlei Pereira, Itaiguara Brandão e a cantora Raquel Lima. Muita gente boa no mesmo lugar, competição feroz, mas positiva se és forte para aguentar a pressão. Eu volto a Nova Iorque sempre que posso. Mas deixei o meu coração em San Francisco. Apaixonei-me pela Califórnia. Sonho com Hawaii, Japão...

E Paris? Há quanto tempo vives aí? Um feeling diferente suponho…
Em novembro vai fazer 30 anos que me mudei para França. Fui um dos primeiros a pedir a dupla-nacionalidade franco-brasileira desde que foi possível. Paris é linda, maravilhosa, a França é um país fantástico, mas para mim foi um choque musical terrível essa mudança. Cheguei em 1984 achando que iria fazer esse álbum de prog rock no máximo num ano e que tudo seria uma maravilha. Desde o primeiro domingo eu fui levado na tradicional feijoada brasileira com bossa nova, samba e batucada. Eu não sabia tocar esse repertório e nem gostava na época. Só queria saber de rock. Tive que sair do Brasil para aprender a amar e a tocar a música brasileira mais tradicional, que para mim, na época,  era a música de velhos... Comecei a tocar na noite música brasileira, acompanhando cantores e cantoras desde então. Em 1985 o compositor e clarinetista Zex Pitron convidou-me para gravar com ele a música experimental Flashex: Dardant no álbum Four French Forms lançado pelo selo Delphes Records de Luc Mariani. Faz parte da enciclopédia do rock francês, álbum cult. Toquei com o Luiz Antonio Band no Sunset em Paris em 1986, também foi um grande momento. O baixista Kzam Gama é fantástico. Fiz a tournée europeia tocando teclados, há muitos anos atrás, do cantor Nelson Ned, junto com o grande pianista Walter Araujo, que nos deixaram recentemente. Tocamos no Palais de la Mutualité em Paris, na Suiça, na Holanda. Sempre lembrarei da cantora Duduna com quem toquei o principal baile de Carnaval e de Reveillon de Paris durante vários anos. Mas as melhores lembranças sempre serão os shows com a minha banda de funk rock brasileiro tocando o reportório do meu primeiro cd. Em Paris tocamos no New Morning, Divan du Monde, Cithea, La Java, La Flèche d´Or... Entre 1996 e 2000. Depois comecei a gravar cada vez mais no meu estúdio e mais tarde comecei a fazer curtas-metragens. Depois mudei-me para a Normandie num vilarejo perto de Le Mans e continuo gravando, compondo e fazendo filmes e vídeos. De vez em quando viajo, faço shows, participo em festivais de cinema e depois volto para o meu sossego e minhas criações.

E Belo Horizonte… capital do metal, não é? Casa dos lendários Sepultura. Também acabas por incluir algo de metal no teu álbum. Como consegues misturar todas essas influências?
Comecei a interessar-me de verdade pela música em 1974. Entre os 9 e 10 anos. Em 1975 toquei para 10 mil pessoas num festival. Nessa época as fronteiras entre prog rock, heavy metal, hard rock não eram bem definidas. Rick Wakeman gravou com os Black Sabbath por exemplo. Eu andava com pessoas mais velhas da geração Woodstock, onde várias tribos musicais estavam representadas. Os Beatles foram os primeiros a misturar geral no mainstream, e ainda eram bastante influentes na época, bem mais do que hoje. Tinham-se separado somente 4 anos antes. E a própria cultura brasileira é antropofágica e engole todas as influências que lhe agradam. A minha pegada na guitarra é meio perigosa desde o começo. Sou fan do Jimi Herndrix. Trabalhei num cabaré em Paris com músicos e cantores de vários países diferentes, aprendi muito. Estudei Musicologia durante 3 anos na Sorbonne. Fiz alguns anos de Conservatório. Morar e tocar em Nova Iorque, tudo isso é informação nova. A gente mistura no liquidificador e bebe. A banda de rock Kamikaze de Belo Horizonte, MG, convidou-me em 1989 para tocar teclados quando eles gravaram a minha composição Blues de Ninguém (letra e música: Marcelo Paganini) no primeiro LP que eles gravaram pelo selo Tribo de Solos para a Cogumelo Records. A mesma gravadora que lançou Sepultura. A música foi número um na rádio Terra durante vários meses e eles gravaram um vídeo, mas eu já me tinha mudado para Paris e em seguida para Nova Iorque. Tem gente que considera essa música como um dos melhores blues já gravados no Brasil. A minha sombra paira sobre a cena metal de BH dos anos 80 desde o começo, eu já estava na ativa antes deles. O primeiro pedal de distorção que o guitarrista Cláudio dos Overdose comprou na vida fui eu quem lhe vendeu. Ele foi usado para gravar o EP da Cogumelo Records que tinha Overdose de um lado e Sepultura do outro. O primeiro de todos. Durante um tempo que passei em Belo Horizonte de 1986 a 1989 eu alugava o meu amplificador para algumas gravações e shows da Cogumelo. No documentário sobre a cena do metal em BH Ruido das Minas o engenheiro de som do primeiro disco dos Sepultura, Marcos Gauguin engasga para não citar o meu nome, é muito engraçado...

E já que falamos em colaborações irás colaborar com Gary Husband no seu próximo álbum?
Eu fiquei extremamente honrado e feliz durante 15 minutos e extremamente preocupado em seguida por ter sido convidado pelo Gary Husband para gravar uma música no Dirty & Beautiful volume 3. Nunca pratiquei tanto a guitarra na minha vida desde então... Eu nunca vou ser tão bom quanto os outros guitarristas convidados (nos dois primeiros volumes tem participação do John Mc Laughlin e do Allan Holdsworth, entre outras feras). Só nos meus sonhos. Mas vou atravessar mais essa ponte precária em cima do precipício sem fundo tentando chegar vivo do outro lado...

Em termos de concertos como têm sido a tua agenda? E para os próximos tempos, o que há agendado?
Passei os últimos dois anos gravando o disco e o processo ainda não terminou completamente, como sou independente faço o trabalho de várias pessoas. Demora mais tempo mas fica do jeito que eu quero. Agora é a parte mais difícil da promoção, divulgação, distribuição e também da produção dos vídeos e do documentário. Espero mostrar o documentário em setembro, então tem que ficar pronto antes disso. Não há concertos previstos por enquanto. Mas de milagre em impossibilidades, tudo pode acontecer. A receção do álbum tem sido além dos meus sonhos mais otimistas. O que tem que acontecer acontece na hora certa. Quando a gente vai na boa direção o Universo inteiro conspira para o seu sucesso. O segredo é estar pronto para ter sorte.

Mais uma vez obrigado. Queres acrescentar mais alguma coisa que não tenha sido abordado nesta entrevista ou deixar alguma mensagem para os teus fãs?
Amo a cidade de Lisboa de paixão, passei 24 horas inesquecíveis em 1986 e nunca mais voltei... Mas sempre que posso como um pastel de nata para matar a saudade. Eu gostaria de agradecer a todas as pessoas maravilhosas que fizeram esse projeto tornar-se realidade. Tenho orgulho em ser endorser da Intex cables e das cordas de guitarra Dean Markley, elementos fundamentais no som de guitarra poderoso no meu álbum. Atenção a cada detalhe faz uma enorme diferença no resultado final. Também gostaria de agradecer aos fans de rock progressivo que são pessoas entusiasmadas e apaixonadas no mundo inteiro. Agradeço a cada pessoa que comprou os cds ou os mp3s, vocês estão fazendo uma enorme diferença no meu mundo. Gostaria de agradecer todas as pessoas que escrevem reviews de álbuns, é uma experiencia extraordinária descobrir como outras pessoas se sentiram descobrindo a música que fizemos com amor. Tu colocas o cd a tocar e entras noutra dimensão. Completem a vossa coleção de rock progressivo com este lançamento de outro planeta... Nós não estamos sós. 

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