25 anos de carreira sempre ao maior
nível é significativo. Snowy Shaw tem essa experiência e agora quis partilhá-la
com os seus fans em todo o mundo com a edição de uma luxuosa caixa DVD/CD. Não
quisemos perder a hipótese de poder entrevistar esta autêntica lenda tentando
abarcar todos os seus diferentes aspetos e Snowy, simpático e cheio de bom
humor, falou abertamente de tudo. Ou quase…
Olá Snowy! Tudo bem? Obrigado pela tua
disponibilidade com Via Nocturna! O teu mais recente lançamento passa em
revista a tua carreira de 25 anos. Quando decidiste fazer algo assim?
Não
decidi, pelo menos até ao final de edição e finalização do material para a Box DVD/CD ao vivo quando um dia me
apercebi que este ano fazia 25 anos desde que me tornei profissional quando me juntei
a King Diamond. Podes chamar isso de coincidência ou de um acidente feliz. No
entanto, a ideia de fazer uma coisa assim, surgiu há alguns anos antes mas por
uma razão diferente.
Onde foram gravados estes
espetáculos?
O
primeiro na minha cidade em Gotemburgo em 2011 e o segundo no Halloween, um ano
depois, em Varberg, também na Suécia.
Que músicos te acompanharam nos
concertos?
Acho
que já sabes, mas precisas perguntar para a entrevista, suponho. Portanto, segue
a lista completa de músicos e atores convidados e envolvidos nesta caixa
soberba. Primeiro o núcleo duo da minha banda desde 2011 que consiste no guitarrista
Kristian Niemann (ex-Therion), no baterista Mannequim De Sade III (ex-Notre
Dame) a baixista/vocalista Hellinor. No ano seguinte, contei com um line-up completamente diferente por qualquer
razão, ou seja, Mark U Black ex- e novamente guitarrista solo dos Dream Evil, o
baterista Petter Karlsson (ex-Therion) e a minha amiga de longa data Vikki
Valkyrie no baixo e vocais - anteriormente e também atualmente nas thrash metallers femininas Ice Age.
Depois tivemos uma vasta gama de convidados especiais como: Andy La Rocque,
Michael Denner, Mats Leven, Hal Patino, Mike Wead, Thomas Vikström, Kee
Marcello, Gus G, Pete Blakk, Mary Ann Cotton e muitos outros. Por último mas não
menos importante, dois mascarados dos Opera Diabolicus, fazendo a primeira e,
provavelmente, a única aparição ao vivo. Um velho amigo meu estava programado
para se juntar a mim numa canção dos IllWill mas não apareceu.
Nesses espetáculos tocaste músicas
das bandas por onde passaste durante a tua carreira. Foi uma tarefa difícil
fazer a escolha dos temas?
Não,
de todo, uma vez que o conceito e slogan
era Snowy Shaw a tocar todas as suas canções favoritas das suas ex-bandas. Por
isso, foi fácil escolher quais músicas numa primeira seleção também levando em
consideração os convidados que estariam presentes na altura. Apesar de ter sido
mais difícil com a segunda seleção de temas mais obscuros que nunca ou raramente
foram tocadas ao vivo. Mas eu pus alguns no segundo espectáculo. Isto é, há um
baú de tesouro sem fundo composto por com 9 ou 10 itens do fundo do catálogo de
guloseimas. Não se pode ficar a tocar
interminavelmente e o segundo espetáculo estava cronometrado para cerca de 3
horas, que é o limite suportável para que as pessoas possam ficar, independentemente
de quão grande é pacote a entregar. No
fim, tinha filmado e gravado matéria com perto de 6 horas, por isso tornou-se no
que eu chamei de Operation: Kill Your
Darlings - como selecionar o melhor dos dois espetáculos, sem ser demasiado
longo. Isso foi muito mais difícil do que a escolha das músicas.
De qualquer forma, há também
algumas músicas pessoais tuas? Ou qualquer canção que nunca tenha sido lançada?
Pessoalmente
escrevi cerca de 60% das músicas que são executadas e outro material de
ex-bandas é algo que toquei ao vivo ao longo dos anos. Tudo isso foi lançado,
de uma forma ou de outra. Por exemplo, uma música da qual fiz um vídeo em 2005,
na altura chamada Le Masochiste foi
renomeada The Fashionista, apenas
para apagar qualquer possível confusão. Era para ser o meu primeiro álbum solo,
mas algo aconteceu – mas isso é outra história.
A parte teatral sempre foi muito
importante nos teus espetáculos e mesmo na tua música. De onde vem a inspiração?
De
todos os heróis teatrais de shock rock
antes de mim, suponho. Como Alice Cooper, Kiss, WASP e por aí fora. Gostaria de
acreditar que eu consigo trazer algo novo e adiciono o meu próprio toque
pessoal. Desde o lançamento desta caixa de DVD/CD muitos jornalistas já me
comparam a Rob Zombie, enquanto outros vão tão longe a ponto de dizer que ele me
roubou tudo e o que fiz foi estar de volta aos dias de Notre Dame. Eu respondo dizendo
que Rob Zombie e eu somos como irmãos de uma mãe diferente – o nosso pai é
Alice Cooper. Até agora não tive oportunidade de conhecer o homem, mas tenho a certeza
que temos muito em comum e seríamos grandes amigos.
De regresso ao teu novo DVD, há dois
atos diferentes e um DVD extra, não é? Quais são as principais diferenças entre
os dois atos e o que podem os fãs esperar do DVD bónus?
Uma
ligeira correcção, é um DVD e um CD, com material completamente diferente,
embora a partir dos mesmos dois concertos monstruosos. Uma vez que fiz esses programas
longos, e este não é o típico espetáculo de rock
ou metal, decidi incluir algo usado
frequentemente em teatros e óperas chamado Intermission.
Só para que as pessoas pudessem ir à casa de banho ou comprar mais cerveja ou o
que seja. Portanto, decidi dividir o DVD em dois atos diferentes, até porque tivemos
mais uma intro e outro. O material bónus são algumas cenas de bastidores, desde a
festa pós-show e sessão de
autógrafos, bem como algumas entrevistas. E como se isso não bastasse, há
também algumas cenas superexclusivas de fotos de Johnny Depp e Brad Pitt nus (pensei
que deveria vir com algo que encorajasse a aquisição física desta caixa
superaclamada pela crítica - apenas para o caso de não haver outros motivos
suficientes por si só).
O CD tem um tracklist diferente. Foi apenas uma questão de tempo?
Sim,
como disse, não queria torná-lo demasiado longo, porque nem sequer eu iria
gostar de ver a tournée Destroyer dos
KISS com um tempo superior a 4-5 horas. Mas um CD de áudio podes desfrutar de
uma maneira diferente e ouvir vezes e vezes, mesmo com um filme. Depois, em
segundo lugar, e para ser perfeitamente honesto, houve algumas questões
técnicas. Devido à falta de comunicação entre mim e o engenheiro de luz o
resultado foi, como por exemplo a música Dusk
And Blood Countess Bathory que ficou tão mal iluminada que as câmaras não
puderam filmar e, portanto, escolhi-as para as incluir apenas no CD.
Deixando um pouco este teu novo
lançamento, podes descrever um pouco o tempo passado em cada uma das bandas?
Mercyful Fate - Foi uma verdadeira honra tocar com esses lendários pioneiros do
black metal. Algo como um sonho
tornado realidade, mas às vezes um sonho é melhor mantido enquanto apenas isso,
um sonho. Os rapazes foram excelentes e a reunião foi um grande sucesso, mas de
alguma forma a nível pessoal, nunca me senti realmente em casa nos Mercyful
Fate. É triste dizer, mas simplesmente foi assim. No entanto, encontrei um
verdadeiro e genuíno parentesco em Michael Denner. Eu chamo-o de Tio Denner e é
uma das pessoas mais espetaculares do planeta.
King Diamond – O momento de definição de uma vida para este jovem inexperiente
quando em Los Angeles 1989 arrebatou esse slot
aparentemente impossível onde, mais de 40 bateristas de renome de todo o mundo
fracassaram diante de mim. Tive o momento de uma vida.
Therion – Em 2007, viajamos por todo o mundo durante um ano com Gothic Kabbalah e a tournée do 20º aniversário. Foi ótimo e adorei cada minuto, mas o
meu interesse começou a desgastar-se gradualmente e receei não ser muito apreciador
da direção que as novas coisas estavam a tomar. No entanto, permaneci até 2012,
com exceção de algumas semanas, quando Dimmu Borgir mais ou menos me forçaram a
parar com os Therion. Não sei se te lembras, mas houve um inferno de tumultos e
boatos que circulam na comunicação social de metal na altura.
Memento Mori - Foi ótimo e fizemos boa música, mas os conflitos internos, subsequentes,
especialmente entre mim e o Messiah arruinaram tudo. Muito mau! Considero
Messiah um dos verdadeiramente grandes e os Candlemass são uma das minhas
bandas favoritas de sempre. Para ser brutalmente honesto, devo dizer que adoro
sair e confraternizar com ele, mas tão espectacular que ele é como pessoa que é
igualmente horrível para trabalhar profissionalmente. Este facto é um dos
segredos mais mal guardados do negócio. Basta perguntar ao Leif Edling.
ILLWILL - Uma banda à frente do seu tempo. O mundo ainda não estava preparado
para essa banda brilhante de metal e
fomos praticamente ignorados em todo o universo. Tive essa grande expetativa
sobre isso e realmente tinha toneladas de inovação, novas ideias, ideias que
alguns anos mais tarde se realizariam com enorme sucesso por outros como
Rammstein, Marilyn Manson e Meshuggah entre outros.
Dream Evil - Nunca me diverti tanto em qualquer outra banda. Dream Evil
tinha todo o potencial e poderia e deveria ter-se tornado enorme, se não fosse o
facto de ninguém, exceto Gus e eu, estarmos dispostos a comprometermo-nos a
100%. Foi pena.
Loud ‘n’ Nasty - Rob Nasty é um dos meus melhores amigos, é como o irmão que
nunca tive. Compartilhamos muitas ideias e pontos de vista, mas não
necessariamente o gosto musical. Ofereci-me para produzir um mini-álbum deles,
pelo que as coisas não foram exatamente como trabalhar para eles e tive pena pelos
seus esforços e na frustração na tentativa de trazer alguns entalhes. Isto
resultou num contrato de gravação para o Japão. Muitas voltas e mais voltas
mais tarde, por várias circunstâncias, isso acabaria por se tornar numa outra
banda chamada...
XXX – Como
as coisas se desenvolveram, os XXX acabaram por ser o meu veículo para a minha
obsessão com a era do glam rock dos
anos 70 com o qual eu cresci a gostar de bandas como Bowie, Sweet, T-Rex, etc.
Estou orgulhoso do álbum que fizemos, não só porque é uma grande coleção de
cativantes bubblegum hits em
potencial, mas porque eu, sozinho, conseguiu salvar um navio afundando. Em completo
contraste com a luz fácil que queríamos trazer para o álbum Heaven, Hell or Hollywood?, foi um
nascimento extremamente difícil.
Dimmu Borgir - É engraçado como algo que parecia tão incrivelmente bom desde o
início, de repente se tornou tão incrivelmente mau num único flash. Entra o manager. Apesar de toda a imagem satânica e em completo contraste com
a crença comum, aquela malta é um conjunto de anjos, enquanto seu empresário é, literalmente, o diabo. A minha
banda de Black Metal favorita, sem
dúvida.
Notre Dame – Uma ideia bizarra minha entre 1997 e 2004. Um caldeirão onde
misturei todo o meu fascínio, inspiração e paixões desde a infância. Fortemente
enraizado em banda desenhada e filmes de terror. E saiu um deliciosamente
saboroso fermentação de bruxas.
Opera Diabolicus - Outro desses partos difíceis. Acho que não estou a exagerar
quando afirmo que demorou oito anos para terminar o álbum de estreia e eu só
estive envolvido durante os últimos quatro. Mas é um fantástico trabalho de arte
e eu adoro o conceito de ópera rock em
jeito de doom metal com vários
cantores a interpretar diferentes papéis que interagem na linha da história. Finalmente
começamos recentemente a trabalhar num novo álbum, mas se os dois elementos principais
do projeto vão repetir o mesmo procedimento e insistir na gravação, voltar a
gravar, misturar e remasterizar ad absurdum,
suspeito que não vai estar cá fora pelo menos antes de 4 anos. É o Chinese Democracy do Doom Metal teatral.
Theatres Des Vampires - Não muito para dizer, suponho. Nunca cheguei a conhecer as
pessoas; apenas gravei alguns vocais no meu próprio estúdio e enviei o ficheiro.
Mad Architect - Isso era algo como uma bola de curva e devo dizer que o
primeiro álbum saiu muito melhor do que eu esperava, por isso já estamos a trabalhar
num segundo. E acredito que vai ser muito melhor já que estou muito mais
envolvido, a partir do zero neste momento. No processo de composição e arranjo
e vou supervisionar toda a gravação. No primeiro fui contratado como vocalista e
tive apenas o material enviado para mim, juntamente com letras escritas sem
quaisquer linhas vocais em mente, pelo que tive que fazer o meu melhor e cantar
o melhor que pude em cima da música final. Na minha maneira de ver é uma forma absurda
de trabalho que vai contra tudo como eu prefiro trabalhar, mas ao mesmo tempo
gostei do desafio. E devo dizer que estou orgulhoso de mim mesmo e como fiz
isso funcionar contra todas as probabilidades, e que realmente ficou muito bom
aqui e ali, graças a minha própria criatividade e desenvoltura. Queres ouvir
algo estranho? Embora todos nós vivamos na mesma cidade, até há pouco tempo eu nem
sequer conhecia os elementos, particularmente, o líder, guitarrista e
compositor Magnus Daun, que, por sinal, é uma pessoas incrivelmente agradável e
confiável. Por enquanto sou só eu e ele, e desta vez além de fazer todos os
vocais também vou tocar bateria e, possivelmente, alguns dos baixos se não
encontrarmos um bom e adequado elemento.
Sabaton
- O melhor grupo de pessoas com quem já tive o prazer de trabalhar, para ser
completamente honesto, e que inclui todos e cada uma das pessoas da equipa e da
organização. Não estou a dizer que todas as outras bandas não fossem grandes,
mas os Sabaton têm algo fora do comum. Até agora nunca lamentei ter deixando
uma banda, mas admito que com os Sabaton senti-me um pouco emocional a esse
respeito e achei que me iria arrepender dessa decisão. Na verdade, amaldiçoei-me
por ter todas essas ambições de fazer a minha própria música. Se eu pudesse
apenas contentar-me em viver a vida apenas como um baterista numa banda de
sucesso, eu deixava ir e a minha vida seria muito mais fácil e conveniente.
Outros
nomes que possa ter esquecido… - Não esqueceste muitos. Somente os The CNK &
Snowy Shaw, Kee Marcello’s K2, Ralf Scheepers por exemplo, mas eu prefiro deixar
assim e passar à próxima pergunta.
É verdade que estiveste nos Dimmu
Borgir apenas um dia em 2010? Podes explicar essa história? Até porque gravaste
no álbum Abrahadabra?
Eu
fiz todo o baixo e vocais limpos em todo o álbum. E não, eu estive envolvido
com os Dimmu Borgir durante cerca de 7 meses. Claro, eu posso revelar-te todos
os segredos sobre o que aconteceu e que levou à minha morte prematura, mas depois
teria que te matar! Agora a sério, tenho um contrato onde estou proibido de
revelar quaisquer detalhes a este respeito. Ainda.
Porque a escolha de um nome como
Snowy Shaw? Quando surgiste com este nome pela primeira vez?
Tem
sido o meu apelido desde a infância. Snövit
é Branca de Neve em sueco e uma abreviação natural é Snowy. Quando entrei para
King Diamond e me tornei músico profissional não queria usar o meu nome de
nascimento, Tommie, e ser confundido com outros bateristas, como Tommy Lee e
Tommy Aldridge. O meu segundo nome é Mike e o terceiro Chris, e é quase
desnecessário salientar quantos pessoas existem com esses nomes. Não, eu queria
ser único e excecional com um nome que ficasse como Ozzy, Ace, Blackie, Alice, King
e assim por diante e, portanto, aí fui eu como Snowy como um nome artístico
também. Há cerca de 20 anos atrás mudei-o legalmente.
Também trabalhas como fotógrafo e designer. Como vão as coisas? Tens trabalhado
em alguma coisa ultimamente?
Devido
à falta de tempo e um pouco falta de interesse, não tenho feito muito disso
ultimamente nem para os outros nem para a minha própria banda. Mas sempre que alguma
coisa fixe surge sinto que quero trabalhar, tendo tempo e sendo bem recompensado.
Há uns tempos atrás, Christofer, o líder dos Therion veio ter comigo e perguntou-me
se estaria interessado na conceção de algumas coisas para ele. Vamos ver o que
acontece.
Ainda te lembras dos teus tempos de miúdo? Que
bandas escutavas? Qual eram as sensações na altura?
Ainda sou um miúdo só que um pouco mais enrugado,
gasto e velho, mas isso é só no exterior. Brincadeiras à parte, é claro que me
lembro. Ouvi casualmente os Sweet, Deep Purple, Nazareth e outras coisas que a malta
mais velha tinha nos seus aparelhos de som. Foi bom, mas nada que se pudesse
comparar com o momento em que descobri os KISS numa loja dos subúrbios da minha
cidade em março de 1976. Era um fã incondicional de banda desenhada e filmes de
terror e tropecei neste LP Destroyer
com quatro ferozes supermonstros. Embora não conseguisse entender o que estava
a segurar na minha mão. Não era uma história de banda desenhada e parecia ser
um disco da música com uma pintura incrível na frente. Fosse o que fosse, sabia
que tinha de ter aquilo e quando finalmente juntei dinheiro suficiente para o comprar,
vendendo o meu arco e flechas e algum lixo, e o coloquei a tocar, todo o meu
mundo mudou num piscar de olhos. Pneus de carro a chiar, crianças a gritar e a
chorar, música demoníaca e rock
pesado. O genial produtor Bob Ezrin criou uma obra-prima tão fenomenal e tão
cinematográfica que era quase como se fosse uma banda sonora de um filme que
passava dentro da minha cabeça. Este foi uma daquelas experiências que mudou a
minha vida para sempre.
Também te lembras do primeiro álbum que compraste e
da primeira banda que viste ao vivo?
O primeiro álbum que comprei com meu próprio dinheiro
foi o dos Kiss, mas antes disso, ou mais ou menos na mesma altura, comprei o Greatest Hits dos Nazareth e o Strung Up dos Sweet, para o aniversário
ou Natal, acho eu. Diferente dos concertos semiprofissionais com bandas suecas
no centro da juventude, o primeiro concerto de verdade foi dos Iron Maiden, na
Primavera de 1983, quando tinha 14 anos.
Se te perguntasse onde passaste os teus melhores
momentos, o que responderias?
Na cama.
Com uma carreira tão marcante no metal, há algo que ainda penses fazer no
futuro que ainda não tenhas feito?
Este DVD/CD marca o meu 25º aniversário e é um somatório de meu
passado, mas eu ainda me sinto jovem no coração e extremamente apaixonado. Na
verdade, gostaria de acreditar que o melhor ainda está por vir, e este
lançamento é também o pontapé de saída para a minha carreira homónima como
artista a solo. Assim que terminar com todo o trabalho que ainda tenho
relacionado com o DVD ao vivo, como falar contigo e negociar acordos em todo o
mundo, irei entrar em estúdio e começar a gravar o meu novo material que há
tanto tempo está à espera.
25 anos no metal. De que mais te orgulhas de ter feito? E de que tens mais
vergonha (risos !!)?
Vamos começar pelo fim. Tento não pensar nisso como tal.
Aprendemos com tudo o que fazemos, seja uma experiência boa ou má. Portanto,
não posso dizer que tenho algum arrependimento ou que me sinta particularmente
envergonhado de nada que fiz. Sempre fui totalmente honesto e genuíno nas
minhas intenções e de ter feito o meu melhor, dadas as circunstâncias. Pelo
menos de todos os erros e atos questionáveis recolhi muita experiência e aprendi a
não cair na mesma armadilha novamente. Quanto a orgulhar-me – na realidade, não
consigo escolher uma única coisa entre tudo o que eu fiz ao longo dos últimos
25 anos como profissional. Tenho orgulho de ter sobrevivido e de me ter mantido
tanto tempo no negócio mais cruel e enganador que existe. O que não te mata,
faz-te mais forte, certo? E Deus, sou muito forte!
Falando de futuro, acredito que estejas
sempre a trabalhar, certo? Mas pergunto em que estás a trabalhar neste momento?
Estou
a falar contigo, meu amigo, e isso é parte do trabalho de promoção. Além disso
estou a gerir o negócio da minha própria editora e empresa de produção, a loja online, o planeamento para os próximos
lançamentos, organização etc etc. Por mais que tenha para fazer tento sempre roubar
algum tempo para tocar um pouco e, sobretudo, escrever novo material.
Bem, Snowy, mais uma vez, obrigado,
pela tua disponibilidade e deixo este último momento para que possas enviar uma
última mensagem...
Um
pouco fora do assunto, acho eu, mas estou cansado da Suécia, embora ainda prefira
permanecer na Europa e Portugal está no top 3 da minha lista de lugares para me
mudar. Alguns pensamentos a este respeito? Pode ser uma boa ideia agendar uma
série de shows no próximo ano com a minha
banda homónima e ter um pouco mais de tempo para verificar as coisas em
Portugal uma vez que até agora só visitei um par de vezes quando estava em tournée. De qualquer forma, obrigado pelo
vosso apoio e por permanecerem fiéis… Podem fazer uma visita à minha loja, onde
além desta caixa com o DVD/CD podem encontrar muito merchandise exclusivo e fixe, cartazes, CDs, Vinis, acessórios e memorabilia e muito, muito mais.
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