Oriundos de Ashville, NC, os Alarm Clock
Conspiracy são uma banda de indie rock,
power pop e country alternativo. Nascido como duo acústico evoluiu para um
projeto de grande qualidade artística como se prova no segundo trabalho Harlequin, motivo da nossa conversa com
o membro fundador Ian Reardon.
Olá Ian! Obrigado
por nos concederes esta entrevista. Podes fazer uma breve apresentação dos
Alarm Clock Conspiracy para os rockers
portugueses?
Somos um grupo Indie Rock, Power Pop e country alternativo com influências dos
anos 60 e 70.
Uma das
coisas mais estranhas na banda é o seu nome. Há algum significado particular
para Alarm Clock Conspiracy?
Originalmente era apenas um
comentário improvisado para o fato de nenhum de nós gostar dos nossos trabalhos
diários, de modo que se supôs uma crença de que havia uma certa
"conspiração" para tudo, desde acordar de forma irracional, correr
para os nossos empregos e ver as nossas vidas a deteriorarem-se num abismo de
tédio. Nos anos seguintes tornamo-nos mais filosóficos a este respeito. Agora é
uma chamada para as pessoas dizendo: "Acordem e comecem a desfrutar da
vossa vida."
E agora estão
de regresso aos álbuns. Harlequin é o
vosso segundo, certo? Algumas diferenças para em relação à estreia?
Sim, Harlequin é o nosso segundo álbum. O que diferencia este do
anterior é que este foi gravado num estúdio profissional com um produtor nomeado
para um Grammy - John Keane Studios -
REM, Widespread Panic, Warren Zevon, Uncle Tupelo. O nosso primeiro álbum foi
gravado com o nosso bom amigo Greg Sipes. Todos nós produzimos o álbum com Greg
e ainda estamos por trás até hoje. Todos nós fizemos ajustes para que o álbum
realmente visse a luz do dia. Este álbum esteve nas mãos de John Keane. Temos
muito respeito por John e confiamos nele para fazer justiça com as nossas
músicas, o que sentimos que, definitivamente, fez. Nunca tínhamos estado com um
produtor deste nível. O processo de nos afastarmos e confiarmos nele para saber
exatamente o que as músicas precisavam foi uma sensacional experiência
educativa.
Uma vez que todas
as canções foram escritas ao longo de vários anos, ainda são representativas dos
ACC atuais?
Absolutamente. Esta banda sofre
metamorfoses e mudanças ao longo do tempo, mas voltamos sempre às nossas
raízes.
Os principais
escritores és tu e Chris. Podemos supor que esta coleção de músicas é, de certa
forma, pessoal ou não?
Sim, esta coleção de canções é muito
pessoal. Todos nós escrevemos o que sabemos, e sempre escrevemos sobre as
experiências que acontecem nas nossas vidas nesses momentos. Estas músicas têm
personalidade e significam algo que nunca ninguém irá entender. Dito isto,
queremos que os ouvintes estejam envolvidos, por isso, escrevemos de uma forma
que alguém possa fazer referência às suas próprias vidas. Nesse sentido, eles
podem fazer das músicas algo próprio e é isso o que torna a música especial
para o ouvinte. Eles ligam-se à nossa arte.
É possível
ouvir diversas influências na vossa música. Como é feita essa mistura a fim de
conseguir criar um álbum sólido?
Quando nos sentamos para escrever
música não temos nenhuma influência em mente nem dizemos: "Ei, vamos
escrever uma música assim”. As influências surgem naturalmente como uma pintura
numa tela limpa, por assim dizer. Isso é assim com todos, acho eu. Para se
honesto contigo, estamos todos um pouco ADD a executar a nossa gama de influências.
Se uma sucessão de acordes ou um certo som sai e nós gostamos, desenvolvemos
uma canção. Temos pelo menos 15-20 músicas para encontrar as melhores e que mais
gostamos e vamos para estúdio para monitoriza-las e, em seguida, cortar as
músicas que simplesmente não encaixem bem com as outras, bem como as restantes.
Há sempre mais músicas do que precisamos e estamos sempre a escrever para o
álbum seguinte. Algumas dessas canções sofrem cortes, outras nunca têm cortes e
outras, simplesmente, aparecem do nada para bater as outras para fora dessa
lista, porque são as que mais nos inspiram.
Há alguma
teoria da conspiração em Harlequin?
Não, nenhuma conspiração. Apenas um
conto de perda e redenção. É realmente um conto pessoal, mas encorajamos os nossos
ouvintes para fazer a sua própria história.
Vocês são uma
banda que toca em dois campos: acústico e elétrico. Onde se sentem mais
confortáveis, se é possível dizer?
As nossas raízes estão baseadas num
duo acústico, mas apreciamos muito as misturas. Por isso olhamos para pessoas
como Neil Young, The Beatles, The Foo Fighters e Wilco como influências. Bandas
que entendem a necessidade de ter os dois estilos de música no que fazem.
Estamos confortáveis tocando músicas acústicas tranquilas. Gostamos de fazer
isso, mas também estamos confortáveis com guitarras elétricas a tocar uma
canção punk rock de uma maneira
negligente.
Como decorreu
a experiência de gravação deste álbum?
Foi um processo muito suave e
agradável. John comandou o estúdio e estivemos todos a bordo a fazer a nossa
parte no melhor das nossas capacidades. Foi um período muito divertido. Estamos
unidos como jamais estivemos enquanto banda. No geral, foi muito gratificante e
medicinal.
Contaram com alguns
convidados em Harlequin. Queres apresentá-los
e dizer-nos que papel desempenharam no resultado final?
Sim, John Keane foi quem mais
contribuiu para este álbum. Tocou pedal
steel, Hammond, um pouco de
percussão, guitarra e alguns backing vocals.
O outro convidado foi Randal Bramblett (Traffic, Steve Winwood, Greg
Allman Band, Bonnie Raitt...). John tem uma boa amizade com Randal pelo
que o trouxe para tocar a parte de piano em To
My Lost Friend, bem como a parte Hammond
na canção de Wes Something Tells Me.
Não poderíamos estar mais felizes com o que estes dois músicos trouxeram ao
álbum.
Próximos
projetos tempo? Alguma coisa em mente?
Só agora começamos a falar sobre isso
e a juntar as músicas. Temos pensado em voltar para estúdio ainda este ano, mas
isso ainda está para ser determinado. A única coisa em que todos estamos de
acordo, é que o nosso próximo álbum vai ser um projeto muito divertido e muito
mais experimental, mas sempre com a nossa sensibilidade pop porque no fim vem sempre a canção. Sem a música, o que tens?
Mais uma vez,
Ian, obrigado. Há alguma mensagem que queiras deixar?
Muito obrigado. Apreciamos muito…
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