Sattyg (Kaipa)
(2014, InsideOut
Music)
(5.9/6)
Muito se tem falado de progressivo. Muitos
grupos se apresentam como sendo progressivos. Mas serão efetivamente? Meus
amigos, se querem saber o que verdadeiramente é rock progressivo, escutem Sattyg,
décimo segundo trabalho da banda de Hans Lundin, os Kaipa. A sua mistura única, genial e irrepetível de rock progressivo, folk, sinfónico e medieval é assustadoramente bela, desafiante e
desconcertante. Basta a abertura com A
Map Of Your Secret World para ficarmos literalmente de queixos caídos. O trabalho de guitarra é assombroso, em sucessivos
solos e permanentes diálogos com as teclas, com a flauta e com a… voz! Tão bem
conseguido que por vezes a guitarra parece falar! Depois a melodia imprimida, principalmente
aquando da parte vocal de Aleena Gibson é de arrepiar. E claro que o jogo vocal
entre os dois vocalistas é, também ele de realçar. Como deve ser destacada a
capacidade em criar surpresas, em mudar de ritmo, em alterar a melodia, em
surpreender! Isto é prog em todo o
seu esplendor! Podíamos ainda falar do desempenho de uma flauta endiabrada e
enfeitiçada, cortesia de Fredrik Lindqvist e do violino, a cargo de Elin
Rubinsztein. Dois instrumentos que ajudam a cimentar a riqueza de um disco
impressionante e que promovem, ainda mais, a superior qualidade de Sattyg. E que proporcionam que, em
espaço de segundos, passemos de um ambiente de estádio para uma selva encantada
da Idade Média povoada por duendes ou um baile num qualquer Salão da
Aristocracia europeia. E que dizer das sucessivas acrobacias na guitarra e teclas que se vão sucedendo? Simplesmente
brilhantes. Mas atenção, para a coerência das estruturas e manutenção do
equilíbrio, só uma secção rítmica de eleição consegue suportar essas acrobacias. Depois da longa faixa de
abertura, a tendência mantém-se ao longo de todo o disco, embora algumas
surpresas mereçam ser aqui focadas: Screwed-upness
é um tema com poucas vocalizações, com um interminável solo de guitarra e com
um início muito dark a resvalar para
um rock contemporâneo da escola Muse. Sattyg, tema título, é o mais curto do álbum e é um instrumental
com forte enfase na flauta e violino. E também Unique When We Fall, o segundo tema mais curto e que se destaca
pela sua impressionante melodia. Alguma questão? Indiscutivelmente um dos melhores discos do ano.
Tracklist:
1. A Map Of Your
Secret World
2. World Of The Void
3. Screwed-upness
4. Sattyg
5. A Sky Full Of
Painters
6. Unique When We Fall
7. Without Time –
Beyond Time
Line-up:
Hans Lundin – teclados
e vocais
Per Nilsson –
guitarras
Morgan Agren – bateria
Jonas Reingold – baixo
Patrik Lundström –
vocais
Aleena Gibson – vocais
Convidados:
Fredrik Lindqvist -
flauta
Elin Rubinsztein -
violino
Internet:
Edição: InsideOur Music
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