Tsunamiz é o
nome artístico de Bruno Sobral, músico multi-instrumentista e compositor
oriundo da margem sul que adota um estilo one
man band e a filosofia D.I.Y..
Sobral gravou e produziu o álbum Evil
Live, lançado oficialmente a 13 de janeiro, tendo-o já apresentado ao vivo
diversas vezes em palcos como o Music Box, Festas de Corroios, Festival Musa e
Março Jovem Seixal. O ano de 2015 promete ser um ano de afirmação para
Tsunamiz, estando para breve o regresso aos palcos e a gravação de um segundo
álbum. Enquanto tal não acontece, Bruno Sobral falou com Via Nocturna sobre
este inovador projeto.
Olá Bruno!
Tsunamiz é o teu projeto pessoal. Queres falar-nos um pouco o que te motivou a
criar esta entidade?
Olá! Fazer música para mim nunca foi
uma opção, mas sim uma necessidade. Sempre me pareceu a forma mais natural e
eficaz de expressar emoções. Sempre usei a música como um curativo. E se
funciona para mim, porque não partilhar com os outros? Portanto, a dor e o
sofrimento são os pais de Tsunamiz.
Quando
sentiste necessidade de transpor os teus sentimentos musicais para o Tsunamiz?
Desde os 9 anos que me exprimo
musicalmente como posso e com o que tenho, seja com caixas e bolas de praia a
servirem de bateria ou a voz a fazer todos os instrumentos. Aos 11 anos recebi
a minha primeira guitarra acústica e aos 13 a primeira guitarra elétrica.
Formei a primeira banda 'Tsunami' com 15 anos. No entanto, só em 2006 surge o nome
Tsunamiz, inicialmente um trio, depois uma dupla e agora, em 2015,
assumidamente o meu nome artístico e projeto a solo.
E porque
Tsunamiz? Algum sentido em especial?
Tsunamis são uma força destrutiva da
natureza. São puros e inocentes na sua ação e são causados por um distúrbio nas
profundidades que podemos comparar ao inconsciente. E como diria Nietzsche,
para se ser um criador tem de se ser também um destruidor. Através da criação
musical destruo todos os sentimentos negativos.
O primeiro
trabalho, Evil Live, acabou de ser
lançado. Como o descreverias?
Evil Live é um álbum que mistura
indiscriminadamente vários géneros musicais, desde o rock, punk, grunge, electro, techno, kuduro, etc. O conteúdo lírico do álbum
é intencionalmente subversivo. É uma inversão de todas as coisas “boas”.
Que nomes ou
movimentos mais te influenciam enquanto executante e criador de música?
Lembro-me de querer ser o Axel Rose
quando tinha oito anos. Graças à influência do meu tio, com sete anos já ouvia
Nirvana, o que me fez querer pegar na guitarra, cantar e compor. Depois fui-me
interessando por vários géneros musicais desde o punk-hardcore ao hip-hop,
da música clássica á música eletrónica. Encontro qualidade em todos os géneros
musicais.
Sentes-te
realizado com este trabalho? Era isto que idealizavas?
Sinto que quando o compus, gravei e
produzi, utilizei ao máximo o conhecimento que tinha e, portanto, dei o meu
melhor. Agora quero gravar o segundo álbum e superar-me a todos os níveis.
Apesar de
adotares o estilo de one man band, no
vídeo Kounting Sheep apareces com
outros músicos. Que elementos te acompanharam na gravação ou te acompanham
agora nas apresentações ao vivo?
Quando filmámos o vídeo éramos um
trio mas as circunstâncias da vida, nomeadamente a atual crise, fomentadora de
desemprego entre jovens altamente qualificados, fez com que eles tivessem de
seguir caminhos diferentes. A gravação do álbum, no entanto, foi inteiramente
realizada por mim, quer a nível de programação de batidas e sintetizadores,
gravação e produção. Ao vivo sou uma espécie de Noiserv mas sem a loop station.
Já agora Kounting Sheep é o primeiro vídeo
retirado de Evil Live? Porque essa
escolha? Há perspetivas para mais algum?
Kounting Sheep é o segundo e último vídeo de Evil Live. Foi realizado por João
Serralha e conta com a participação de Soraya Moon. Escolhi esse tema porque
tem todas as características melódicas e líricas que queria partilhar com o
público, nomeadamente o tema do inconformismo e da liberdade de pensamento.
Já agora que
falamos de vídeos, há no youtube
alguns teus com versões, nomeadamente de Leonard Cohen e Zeca Afonso. Estes
temas fazem parte do álbum? De forma surgem estas versões no teu percurso?
Estas versões surgiram de forma
natural. São músicas que aprecio muito e com as quais me identifico mas, no
entanto, quando as ouvia tinha uma visão de como poderiam ser transformadas. Só
consigo fazer versões se puder acrescentar algo de diferente ao original. Estes
temas não estão incluídos no álbum. São temas que brevemente irei
disponibilizar para download gratuito.
Sei que já
tiveste oportunidades para tocar este álbum ao vivo. Como foi a receção?
Penso que primeiro estranha-se, e
depois entranha-se. As reações têm sido positivas. Fui finalista no concurso de
música moderna de Corroios e dei vários concertos em 2014. Penso que as pessoas
ficaram entusiasmadas com a originalidade do formato e do som.
Para além de
Tsunamiz, estás envolvido em mais algum projecto?
Tenho um projeto de electro-rock com a Priscilla Devesa
(ex-Anarchicks) chamado Illplaygirl que está ativo desde 2001 e que promete
novidades para 2015.
Mais uma vez
obrigado! Queres deixar alguma mensagem?
Obrigado eu por esta oportunidade!
Continuem a apoiar os artistas independentes nos quais reconhecem valor.
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