Chitral
Somapala é um nome bem conhecido dos metaleiros
internacionais pela interminável lista de bandas a quem já emprestou os seus
dotes vocais. Nascido no Sri-Lanka, “Chity” achou ser o momento certo para se
aventurar num projeto em nome próprio. E em boa hora o fez porque Sinhabumi é um sensacional disco de rock. Diferente, muito diferente do que
tinha feito até aqui embora seja precisamente isso que valida este trabalho.
Para nós foi uma honra e um prazer poder colocar algumas questões a este
excelente e relevante vocalista. Confiram as suas ideias.
Olá Chitral! Obrigado pela tua disponibilidade para com Via
Nocturna. Com uma carreira tão longa cantando em diversas outras bandas, ainda
encontraste tempo para as tuas próprias obras e, por isso, Sinhabumi é o teu mais recente álbum. Como te definirias?
Muita gente no meu país me tem
questionando, durante as entrevistas, porque não fazia um conjunto de canções
na minha língua nativa. No passado, os meus pais cantaram na minha língua
nativa e fizeram algumas músicas marcantes no meu país. Desde criança que estou
ligado à Rádio Inglesa, por isso sempre quis seguir uma carreira na música rock e acabei por seguir esse caminho e
tenho a certeza que deves conhecer algumas bandas onde estive envolvido, não é
verdade? Portanto, agora estou a experimentar a minha própria identidade já que
as bandas que me pediram para cantar com elas já tinham outros álbuns no passado
com vários outros cantores e apenas tinha que adotar a identidade dessas
bandas. Finalmente, pensei para mim mesmo que tinha que fazer algo por conta
própria e fiz isto. Estou muito feliz com o resultado, os músicos envolvidos no
projeto fizeram um trabalho incrível e Markus Teske (Red Circuit, Vanden Plas,
UDO etc) obteve um ótimo som.
Por isso, desta vez optaste por cantar todo o álbum na tua
língua nativa?
Se quero chegar às massas do nosso
país preciso cantar nessa língua. Embora tenhamos estados no passado sob a
bandeira britânica nem toda a gente tem conhecimento do idioma Inglês.
Devido a isso, o conceito lírico é difícil de entender para a
maioria dos teus fãs. Sobre o que cantas em Sinhabumi?
E o título significa exatamente o quê?
Quando olhas para a bandeira do Sri
Lanka, vês um leão. Sinhabumi
significa A Terra dos Leões. Tive
alguns dos principais letristas no meu país já que não sou capaz de escrever
letras na minha língua nativa. O Sinhala é um idioma sânscrito e muito difícil.
Como foi o processo de criação do álbum? Foi uma tarefa rápida
ou não?
Foi tudo feito em cerca de 2 meses.
Os vocais e os arranjos foram feitos no meu estúdio e enviei a cada músico os
ficheiros com as sua partes para que as gravassem por conta própria e
livremente. Está fora de questão pedir a um músico para tocar e estares à
espera que ele toque o que queres ouvir. É o seu som em cada tema.
Que músicos tocam contigo? Como os escolheste?
O meu velho companheiro dos Avalon,
Sebastian Eder tocou guitarras, Carsten Enghardt (músico de estúdio da
Alemanha) tocou bateria, o músico de sessão Raoul Walton, que têm tocado com
grandes nomes tocou baixo – adoro a sua forma de tocar; Gunter Werno dos Vanden
Plas tocou piano em Nadee Ganga e
Rakitha Wickramaratne, um grande talento do Sri Lanka, tocou percussão em Miringuwa Parada e o resto dos teclados
foram tocados por mim.
O teu nome está ligado ao heavy/power
metal mas Sinhabumi é um pouco
diferente. Como te sentes atuando num estilo completamente diferente?
Sinhabumi é um
registo mais orientado para o AOR e
era isso que eu queria. Estava fora de questão fazer a mesma coisa que tenho
feito ao longo dos anos.
Está a trabalhar com alguma banda, atualmente?
Sim... Estou com os Red Circuit, uma
banda alemã de progressive metal
liderada pelo famoso produtor Markus Teske. Fizemos três álbuns para a Limb
Music.
Com um passado tão rico e variedade, que projetos te deram mais
prazer fazer?
Eu diria que todos. Foram grandes
experiências e é por isso que agora sou capaz de fazer as minhas próprias
coisas. Agradeço e respeito todas essas pessoas, do fundo do meu coração.
E o futuro? Que projetos tens em mente ou estás envolvido?
Estou envolvido em músicas para
filmes e tenho trabalhado com alguns dos principais realizadores do Sri Lanka
em filmes que estão para vir. Também fiz um pequeno filme de um realizador
Inglês e, de momento, também estou envolvido em Design de Som para Cinema.
Gosto muito. Ficas cansado de fazer sempre a mesma coisa, andando em tournée de país para país. Fiz isso
tantas vezes mas a vida precisa de novas aventuras.
E levar Sinhabumi
para palco? Estás a trabalhar nisso?
Definitivamente e sem dúvidas a esse
respeito.
Muito obrigado Chity! Foi um prazer fazer essa entrevista!
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