Com um
passado relevante em diferentes estilos, Stevo Théard e Ginger Murphy juntaram-se
para criar a Sun Soul Orchestra, uma grandiosa viagem musical que culminou em What Matters Most álbum que demorou 5
anos a concretizar e que conta com a participação de uma enorme quantidade de
músicos colaboradores. O duo apresentou-se e explicou a Via Nocturna como tudo
se proporcionou.
Viva!
Obrigado por esta entrevista. A Sun Soul Orchestra é um projecto com um novo conceito.
Podem descrever em que consiste?
No início, queríamos experimentar com
cordas e percussão. As nossas primeiras ideias conduziram, de forma natural, à
adição de instrumentos para a secção rítmica, como baixo, teclados e guitarra.
Quando começamos a adicionar sopros e vocais, chegamos ao conceito que abraçamos
atualmente: sem imposição de limites para instrumentos ou estilos!
Vocês são o núcleo
deste projeto - dois artistas com origens musicais muito diferentes. Quais são
as vossas raízes musicais?
Ginger: Eu tenho formação musical clássica
em violoncelo e piano, a partir dos 9 anos de idade até ao nível universitário,
com um grau de desempenho clássico. Mas sempre gostei de ouvir outros estilos. Quando
era jovem sempre gostei de ouvir Prince, Michael Jackson, The Beatles, Stevie
Wonder etc..
Stevo: Eu comecei no piano aos 10 anos,
mudei-me para as congas, aos 14 anos, em seguida, bateria, aos 16 anos. Estudei
de forma particular, frequentei alguns cursos de música na faculdade, para
depois começar a aprender realmente o que precisava aprender no mundo real. Soul, Jazz e Rock estão na base
de tudo que faço.
Ambos trabalharam
com vários artistas nos últimos anos. Se vos perguntasse em que projetos vocês
mais gostaram de colaborar, o que diriam?
Ginger: Eu tive a grande sorte de trabalhar
com tantos grandes artistas. Foi um sonho tornado realidade ter tocado com
Stevie Wonder no seu show no Hollywood
Bowl. Mas em estúdio um dos destaques foi improvisar linhas de violoncelo
para o álbum de Josh Groban, All That
Echoes. E, mais recentemente tocar e gravar no álbum To Pimp A Butterfly de Kendrick Lamar, foi uma experiência
inesquecível!
Stevo: Eu gostei muito de trabalhar com
Terence Trent D'Arby. Ele é um cantor/compositor incrivelmente talentoso e
aprendi muito quando trabalhei em estreita colaboração com ele. Também gostei
de trabalhar com alguns outros grandes cantores como Jeffrey Osborne, Michael
McDonald, Peabo Bryson e Patti Austin.
Quando
começara a trabalhar juntos? O que motivou essa ligação?
Ginger: Eu estava a tocar num quarteto de
cordas que estava interessado em entrar por estilos alternativos nas novas
composições. Stevo ofereceu-se para escrever uma peça para o nosso grupo.
Acabamos por colaborar - a combinação de ideias foi mágica!
A respeito
das vossas influências? Que estilos ou movimentos mais vos influenciam?
Ginger: Crescendo como músico clássico, estive
imersa na aprendizagem/audição de música clássica, mas sempre gostei de ouvir
música pop-Hip Hop, Soul e vintage Rock como Led Zeppelin, The
Doors e The Beatles. Na faculdade toquei numa Big Band no Disney World
e atuei com alguns dos melhores alunos de jazz
do país. Todas as noites havia jam
sessions após os espectáculos e nasceu aí o meu amor pelo jazz.
Stevo: Adoro soul, mas também fui fortemente influenciado pelo Jazz e Rock. E Hip Hop é muito
inspirador para mim. Gosto muito das inovações que trouxe à música popular e vi
a sua influência global com os meus próprios olhos... É uma revolução!
What Matters Most é a vossa estreia. Como a descreveriam?
Ginger: What
Matters Most é uma coleção de 10 canções - 5 originais e 5 covers. Todas as músicas têm um feeling old school com um toque atual. Usamos
muitos instrumentos orgânicos e acredito que isso ajuda na criação de um
ambiente emocional honesto, humano para cada canção.
Stevo: É uma amálgama de influências que
Ginger e eu trouxemos para a mesa e o primeiro passo de uma viagem com muito
mais por vir!
Portanto, não
são apenas temas originais. Porquê?
Metade do álbum são músicas novas, a
outra metade são o que nós gostamos de chamar de "covers escolhidas" - canções que adoramos e com as quais temos
alguma ligação. Queremos sempre tentar trazer uma perspetiva única e fresca
para as músicas que fazemos versões.
Quanto tempo demoraram
a fazer este álbum?
Stevo: Escrevemos a nossa primeira composição
juntos em 2010, mas diria que o álbum realmente começou a ganhar forma entre os
anos 2011-2014.
Com quantos músicos
trabalharam?
Stevo: Eu contei 39 músicos na página dos
músicos no nosso site. É um grande
elenco de personagens!
Foi uma
produção gigantesca, portanto suponho que não tenha sido fácil gerir todos os assuntos...
Stevo: Muito do álbum foi gravado em
camadas, por isso foi um processo muito relaxado. Os músicos chegavam, tínhamos
algum tempo para conversar e começávamos a trabalhar... Foi sempre uma ótima
combinação de trabalho e diversão!
Tendo em
conta o elevado número de músicos envolvidos, já estão a preparar algumas
apresentações ao vivo?
Sim e sabemos que poderia ser um
pesadelo logístico, por isso, o nosso objetivo é criar versões menores, Unplugged do grupo para podermos sair e
fazer espetáculos. Eventualmente poderemos fazer alguns ensembles maiores também.
Para além
deste, estão envolvidos em mais algum projeto?
Stevo: Tenho trabalhado em redor de LA com
um grande guitarrista chamado Greg "Gee Mack" Dalton e também tenho
feito concertos com o meu próprio grupo New
Orleans/Soul chamado Gumbo Child.
Ginger: Eu tenho tocado em vários grupos - Dakah
Hip Hop Orchestra, Ultra Kinetic Orchestra e Raul Pacheco’s Immaculate
Conception, mas agora a Sun Soul Orchestra é meu foco principal!
Muito
obrigado Ginger e Stevo! Querem acrescentar mais alguma coisa?
Stevo: Muito obrigado por nos dares esta oportunidade
para falar sobre o nosso projeto. Ginger e eu temos andado em extensas tournées pela Europa mas nunca tocamos em
Portugal... Estamos ansiosos por uma oportunidade de visitar o teu país!
Comentários
Enviar um comentário