Para uma banda que apenas
começou em 2012 já ter no seu currículo uma tour
no Reino Unido, uma outra com Gus G, seguir-se, em breve outra com os Eclipse é
sintomático. O guitarrista Ludvig Turner atingiu a final four da versão sueca dos Ídolos,
mas o que realmente dá força a este quarteto é a excelência do seu álbum de
estreia Reach Out To Rock.
Contactamos David Jones, baixista do jovem quarteto para falar destes assuntos,
do álbum e do que ainda virá.
Olá David! Obrigado por
este momento! Podemos começar por apresentar os Reach aos rockers portugueses, pode ser? Como tudo começou?
Olá!
Sim, é claro, por onde devo começar? Somos quatro elementos suecos, três de
Estocolmo e o nosso vocalista Alex que é de uma pequena cidade a norte de
Estocolmo. Gostamos de música, noites quentes de verão e, ocasionalmente, uma
bebida ou duas. Os Reach nasceram quando o showman
energético Marcus Johansson foi chamado para fazer alguns shows com o nosso virtuoso da guitarra Ludvig Turner na sua banda
anterior chamada Critikal Solution. Desde a primeira batida no tambor que
Ludvig soube que ele e Marcus estavam destinadas a escrever música juntos e
começaram a falar sobre fazerem um projeto. Entraram em contacto com Thomas
Widmark que tinha alguns contactos com um estúdio/editora aqui em Estocolmo e
os três começaram com essa ideia de que talvez os Reach pudessem ser uma banda que trabalhasse em conjunto com
compositores, gravasse músicas e fizesse alguns cêntimos. Começaram por gravar
algumas demos, mas ficaram presos porque
não tinham vocalista, então começaram com audições. Tinham ouvido 10-15 nomes
até que um certo Alex Waghorn entrou em estúdio. Naquele dia, Marcus e Ludvig ficaram
até tarde no estúdio e repararam naquele rapaz de aspeto cool, com tatuagens junto da cabina de gravação a gritar os seus pulmões cá para fora e,
nessa altura, disseram "sim, essa é o nosso vocalista!". Portanto, lá
estavam os três amigos e agora só precisava do quarto. Eu conheço Marcus desde
que tínhamos 11-12 anos e num final de tarde quente a meio do verão, estávamos
todos reunidos para comer e beber quando ele me perguntou: "hey David, queres
juntar-te à banda?" E respondi – “claro, diz-me apenas quando e onde!
". É esta a história do nascimento dos Reach (haha)!
Um primeiro álbum com
grandes reviews, tours com Gus G e Eclipse, uma
tour no Reino Unido – está tudo a
acontecer muito rápido ou não?
Bem,
só vive uma vez! A toda velocidade e se tiveres um acidente há paramédicos e
médicos certo? (Haha). Brincadeiras à parte, sim, aconteceu tudo um pouco rápido.
Em comparação com outras bandas que estão juntas há 10 anos ou mais, olhando
para os Reach e nós só tocamos juntos há 2 anos, pode dizer-se que fomos de 0 a
100 num curto espaço de tempo com este álbum. Mas, até agora, foi uma boa
viagem e estamos animados para ver o que o futuro nos reserva.
Para quem não vos conhece, como
descreverias a vossa música?
A
maneira mais fácil de descrever Reach e a nossa música seria: hard rock melódico. Em bastantes
críticas temos sido rotulados como uma banda de AOR. Sem ofensa para o AOR,
mas acho que estamos um pouco mais dentro do hard rock do que do AOR.
Há uma grande variedade de influências na música dos Reach, que cria um som hard rock jovem com bastantes influências
dos anos dourados de 70 e 80.
E que influências são essas?
Como
disse, todos nós gostamos de diferentes bandas. Mas é claro que há algumas em
comum, como Gary Moore, Scorpions, Whitesnake, Pretty Maids, Ozzy Osbourne - sim,
tu percebes, todos os heróis de antigamente. O som de Reach Out To Rock foi criado com muito das bandas e músicos
mencionados anteriormente, em mente.
A respeito de Reach Out To Rock, a vossa estreia,
durante quanto tempo trabalharam nessas músicas?
O
trabalho começou, bem, acho que logo no início. Marcus e Ludvig juntaram-se e
foram escrevendo algumas grandes músicas desde então. Algumas músicas do álbum
estava prontas há já algum tempo e outras foram escritas imediatamente antes de
entrarmos em estúdio.
E como decorreu o processo
de gravação?
Vou
contar-te: tivemos muita diversão! Mas não foi apenas uma caminhada em rosas. Logo
na altura em que decidimos entrar em estúdio, o nosso querido Mr. Turner ficou apurado
para as finais do Ídolos sueco. Tivemos
que contornar isso, mas no final resultou muito bem. Tivemos muita sorte em trabalhar
com todos aqueles que nos ajudaram a gravar Reach
Out To Rock. O álbum foi gravado principalmente num estúdio em Upplands Väsby
(cidade natal dos Europe e H. E. A. T.). Entramos em contacto com um bom produtor,
amigo nosso, que é muito interessado em gravação de música e ficou muito animado
com a ideia de gravar um álbum completo. Ele chamou um amigo que conheceu quando
estudava produção musical e com a sua ajuda Reach
Out To Rock nasceu. Muitas noites até tarde, chamadas de última hora e
rearranjos foram feitos durante esse período. A criança que foi gerada no estúdio cresceu e transformou-se no rock n roller que é com a ajuda do
mentor Pontus Norgren que misturou o álbum - Pontus é, acima de tudo, conhecido
pelo trabalho com bandas como Hammerfall e The Poodles mas também como
engenheiro de som profissional. Ele pegou nas nossas músicas e fê-las soar de
forma surpreendente. O nosso manager foi
responsável por essa ligação e não consigo ver como Reach Out To Rock poderia ter soado sem a ajuda de Pontus.
Referiste que Ludvig Turner
participou nos Ídolos suecos. Será
que a banda ganhou mais exposição devido a isso?
Sim,
é verdade! Mas foi, como disse, apenas Ludvig que participou. Sim, claro que tivemos
mais exposição, mas nunca foi nada do género "Ludvig dos Reach está aqui
connosco esta noite para cantar no Ídolos!".
Mantivemos esses dois mundos separados - Ludvig cantou no Ídolos mas ele toca guitarra e faz alguns backing vocals nos Reach e nós gostamos assim. Mas não podemos
negar que os quinze mil jovens de 12 anos que começaram a seguir Ludvig no Facebook e Instagram deram um impulso aos Reach. Haha!
É curioso, porque em
Portugal, se não tiveres um estilo pop,
não tens qualquer hipótese neste tipo de concursos…
A
sério? Bem, na Suécia isso não é novidade, tu sabes. Aposto que todos
conhecemos Erik Grönwall, certo? A Suécia estabeleceu-se recentemente como uma
espécie de Meca do rock n roll e acho
que não consigo contar pelos dedos quantas grandes bandas que estão aí e que
são oriundas da Suécia. Portanto, sempre que um ícone de rock n roll aparece na grande comunicação social na Suécia eles
obtêm uma grande resposta. Quero dizer, tu podes tentar negar mas todos nós
sabemos que as mulheres adoram o misterioso rockeiro
de cabelos compridos com uma guitarra. E Ludvig tornou isso bastante óbvio já que
foi o único rapaz que chegou à final four.
Por que razão o vosso primeiro
single, Black Lady não foi incluído no
álbum?
Tínhamos
assinado por outra editora quando gravamos Black
Lady e foi essa a razão pela qual não a incluímos no álbum.
O artwork do disco é bastante simples. Não temem que possa passar
despercebido no meio de toneladas de
lançamentos diários?
Nunca
tivemos quaisquer tipo de preocupações com isso. Fizemos o projeto com um bom
amigo nosso, Morgan Hassel, com quem trabalhamos antes em algumas sessões de
fotografia. Ele também nos ajudou com os vídeos de Black Lady e Wake Me Up.
Queríamos um design
"fresco" e porreiraço e que
também fosse possível trabalhar em t-shirt
e ele surgiu com essa ideia e todos nós pensamos "yeah! That rocks!". É triste dizer, mas atualmente os álbuns
não têm o mesmo valor como tinham antes, tu sabes. Antes as capas dos álbuns
eram artísticas e variadas porque as pessoas os colecionavam. Hoje tens de pensar
de forma diferente, novas formas, onde tens que te adaptar à forma como a tua
música surge em diferentes comunidades e sites
como Facebook, iTunes e Spotify. Quando
vês Reach Out To Rock, vês Reach Out To Rock, se é que me entendes.
E a partir de agora tocar muito,
suponho. O que têm programado? Alguns festivais importantes?
Nada
planeado para o verão, mas estamos sempre à procura de shows, embora nada esteja agendado até agora. Depois, no outono,
teremos uma tournée com os Eclipse. Começa
na Dinamarca em setembro e termina na Alemanha em outubro. Com essa tournée vamos chegar a muita gente, visitar
muitos países e ver muitas cidades porreiras.
Infelizmente, não vamos a Portugal, mas estamos a trabalhar nisso! Já fizemos o
Reino Unido, agora vamos fazer a parte norte da Europa e em breve iremos mais
para o sul.
Muito obrigado, David! Foi
um prazer fazer esta entrevista. Queres acrescentar mais alguma coisa?
De
todos nós - foi um prazer! Gostaríamos de agradecer a ti e aos teus leitores e
para todos vocês que apoiam os Reach e gostam da nossa música - você são os melhores!
Lembre-se de Reach Out To Rock agora!
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