Daqui a uns dias os Hogjaw
regressam pela quarta vez à Europa e trazem na bagagem o seu novo álbum, Rise To The Mountains, mais heavy que os anteriores, e um novo
guitarrista. São sete anos de carreira, cinco álbuns e muitos milhares de
quilómetros percorridos que fazem da banda do Arizona um dos expoentes máximos
do rock sulista atual. JB Jones (guitarra
e vocais), Elvis D (baixo) e Kwall (bateria e vocais) falam-nos do novo álbum e
do que mudou nos últimos anos.
Olá, pessoal! Mais uma vez obrigado
pela vossa disponibilidade. Rise To The
Mountains está cá fora - como se sentem?
Kwall: Digo-vos que
nos sentimos muito, muito bem agora!!! Tem sido uma viagem emocionante, no
mínimo, com este novo álbum. Muito positiva!
JB: Fico feliz por
ter um novo disco no mundo, está tudo bem e é bom ouvir pessoas que gostam dele.
Elvis: Acho que este
é o melhor álbum que escrevemos. Estamos muito orgulhosos dele.
Desta vez, e atendendo ao que
afirmaram, este álbum tem uma vibe musical e lírico conceptual. Quer dizer o
que?
Kwall: Quando escrevemos
o álbum gastamos muitas horas a discutir o conteúdo lírico e todas as opiniões colidiram
no que se iria falar. Rimo-nos e dissemos que isso poderia ser um álbum conceptual
se realmente antecipássemos todos os cenários em retrospetiva. Portanto, é um
semiconceptual!!
JB: À medida que
as canções ficavam prontas sentimos que tinham uma base em comum. Se olhares
para as músicas poderá verificar que eles se entrelaçam com a vida que todos
nós vivemos, os bons tempos, os maus, a procura de respostas.
Elvis: Há uma
temática sobre a vida e sobre vive-la, vocês irão perceber isso nas letras. Como
subir uma montanha
Podemos, por isso, pensar que mudaram
alguma coisa no vosso método de trabalho?
Kwall: Para além do
facto de que temos um guitarrista novo no grupo (Jimmy), atacamos este álbum praticamente da mesma forma que fizemos nos quatro
anteriores. Eles saem como foram escritos e nada é premeditado.
JB: Na maioria das
vezes, escrevemos no momento e isso não mudou. Podemos ter começado a analisar
um pouco mais o aspeto lírico, mas com a entrada de Jimmy e com o seu trabalho
isso pode ter criado outra vibe no
registo.
Elvis: É muito
divertido fazer música com o Jimmy. Tem sempre ideias excelentes.
Com um fundo de catálogo que inclui
quatro grandes álbuns, ainda é fácil para vocês criar o efeito de sensação ou o
efeito surpresa?
Kwall: Primeiro,
agradeço as tuas palavras simpáticas. Mais uma vez, nós fazemos a nossa própria
festa quando estamos em jams ou no
processo de criação (lembras-te de uma banda de garagem? Os mesmos ideais.) Não
nos preocupamos em escrever, simplesmente deixamos que isso aconteça… mesmo
depois de cinco álbuns.
JB: Há sempre o
elemento de surpresa, especialmente quando encontramos um novo riff e que resulta de um esforço
conjunto da banda. Essa é a minha parte favorita de música.
No entanto, desta vez apresentam
algumas canções que se aproximam do som Metallica. Sei que vocês costumam citar
os Metallica como uma das vossas influências, mas desta vez elas são um pouco
mais notórias. Concordam?
Kwall: Eu não
discordo da tua pergunta, no entanto, se voltares ao tempo dos outros discos ouvirás
muitos riffs que eclipsam o som dos
Metallica. Quero dizer, nós crescemos a bater
com a cabeça em algumas das maiores bandas de metal... essas influências vão borbulhar no caldeirão do processo
de escrita. Não se pode negar o passado!!!
JB: O lado heavy metal geralmente entra em ação
algumas vezes nos discos, mas desta vez, foi um pouco mais e experimentamos
mais. Parece que não conseguimos ficar longe dele.
Elvis: Simplesmente
tocamos coisas que gostamos de ouvir.
Falando de algumas canções, como surge
Grey Skies? É a vossa primeira
experiência em formato unplugged?
Como têm reagido os fãs a este formato despido
de música sem riffs e outros
elementos mais pesados?
Kwall: Eu quero
dizer, por que não, não é!! Novamente, é uma forma de expressão da nossa banda.
JB tinha esta peça armazenada no banco da memória há uns anos... era tempo para
ele brilhar. Temos recebido muitos elogios com essa canção.
JB: O pessoal queria
fazer uma canção acústica e começamos a brincar com um velho tema que eu tinha feito
há uns anos atrás. Rapidamente se tornou em muito mais do que eu podia
imaginar, e aí está ele…. Algo diferente é sempre bem-vindo e faz crescer.
Elvis: Eu penso que
queríamos mostrar que somos mais do que apenas músicos que tocam riffs altos, poder mostrar um lado diferente
do que podemos fazer musicalmente.
Em Rise To The Mountains estreiam um novo guitarrista. Como foi a sua
integração com a banda e com as músicas antigas?
Kwall: EXCELENTE!!
Imagina como é entrar num projeto com 40 músicas gravadas... Jimmy entrou e encaixou
que nem uma luva quer no aspeto
musical quer de personalidade. Ele já era amigo do grupo e nós sabíamos que ele
era o nosso homem, mesmo que ele ainda não soubesse - LOL. A principal tarefa era como iríamos tocar juntos, a coisa mais
importante para o nosso futuro...
JB: Como Kwall
diz, Jimmy entrou e foi quase perfeito em todos os sentidos. Eu acho que ele se
está a divertir tanto quanto nós por o termos aqui.
Elvis: Jimmy entrou e
foi um enorme pontapé. Estamos muito motivados para sair e mostrar as nossas
novas músicas.
Teve oportunidade de colaborar no
processo de escrita?
Kwall: Sim, a cada
passo do caminho. Acho que a primeira música que escrevemos para o novo
registro foi Fire, Fuel & Air. Ele
trouxe o riff para os ensaios e fomos
por ele.
JB: Jimmy trabalha
arduamente e mostra isso neste disco. Envolveu-se em todos os aspetos da
escrita.
Elvis: Jimmy é muito
produtivo, tem sempre um riff ou uma
melodia prontas.
Kreg Self teve de abandonar devido
a problemas de saúde, certo? Está tudo bem com ele agora?
Kwall: Kreg decidiu que
a vida de rock ‘n’ roll já não era
para ele. Quando voltamos da nossa tour
de 2013, ele teve que enfrentar problemas de saúde. Uma vez que nos apercebemos
da realidade da situação tivemos que seguir em frente com a sua bênção.
Inserimos Jimmy!
JB: Kreg está melhor
mas tem que ir com calma agora. Ele envia saudações, tenho a certeza.
Daqui a pouco, de regresso à
Europa. A vossa quarta tour por cá! O
retorno do filho pródigo! Sentem-se em casa aqui, não é verdade?
Kwall: Ohhh, sim,
claro!!! Vocês são muito semelhantes à maneira como vivemos a nossa boa e velha vida no Arizona... Estamos
sempre honrados por poder visitar e compartilhar a nossa música com todos!!!
JB: Tornou-se a
nossa segunda casa, as pessoas são tão favoráveis com o que fazemos e estamos
gratos por isso.
O que estão a preparar para essa
visita?
Kwall: O inesperado será
sempre esperado. Nós escrevemos set lists
em guardanapos e em tudo o que esteja perto de JB na hora e local do espetáculo.
Diria que irão ouvir muitas músicas do álbum novo com bastantes clássicos (desde
2007) – risos!
JB: Não vamos estragar
o Natal – todas as noites iremos desembrulhar o que vamos apresentar!!!
Muito obrigado. Tudo de bom para
vocês! Querem acrescentar mais alguma coisa?
Kwall: Igualmente e
estamos ansiosos para rockar para
toda a gente… vemo-nos nos espetáculos!
JB: Vamo-nos
preparar para derramar alguns uísques e passar um bom período, estamos à espera!
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