35 anos de carreira, com altos e baixos – é verdade, mas
sempre em defesa do true metal e os
Killer ainda aí estão para as curvas
como o comprova a vitalidade de Monsters
Of Rock, um disco em que o título diz tudo. Juntamente com o guitarrista e
vocalista Paul Shorty Van Camp fizemos uma viagem do tempo que nos levou
inclusive ao futuro que passa por Barcelona onde os belgas irão atuar brevemente
e que será um boa oportunidade para os metalheads
nacionais os verem.
Olá Paul! Finalmente de regresso aos
álbuns. O que aconteceu para demorarem 10 anos entre o vosso álbum anterior e
este?
Demorou muito tempo devido a várias
razões. Por exemplo, tivemos algumas mudanças de formação com vários baixistas
o que nos custa muito tempo. Também tivemos muito trabalho com a nossa banda de
covers Blackjack. Por isso, tivemos
outras prioridades.
Estando a comemorar os 35 anos de carreira, quais foram,
na tua opinião, os vossos momentos mais altos e mais baixos?
Momentos mais baixos foram, naturalmente,
os períodos em que parámos. Momentos mais altos foram cada álbum e o conjunto de
concertos e festivais agradáveis que fizemos. Outro momento alto é o
reconhecimento que recebemos dos nossos fãs.
Quando começaste, lá trás na década de oitenta, alguma
vez pensaste que poderias estar agora a comemorar 35 anos e com um álbum forte?
Não, nunca pensei tão longe mas sabia
que a música seria sempre a minha ocupação principal na vida. Não consigo viver
sem tocar música. E quando estava a compor e gravar Monsters Of Rock, senti que estávamos a fazer um álbum forte.
Monsters Of Rock diz tudo, não concordas?
Mas pedia-te que falasses de sentimentos presentes neste álbum que não sejam tão
óbvios?
É difícil dizer em poucas palavras, mas
creio que todas as letras e a música fala por si.
Como já vimos, foi um longo caminho até este novo álbum.
Como percorreram esse caminho?
O álbum foi composto ao longo de diferentes
períodos - algumas das canções têm 8 anos de idade, embora as tenha renovado.
Outras canções surgiram nos últimos minutos e até há mesmo músicas compostas quando
já estávamos a gravar.
Recentemente tive a oportunidade de entrevistar os
Dygitals e eles disseram que grunge não
teve a total responsabilidade no caso deles no final dos anos oitenta. Sentes o
mesmo? Sentes que, eventualmente poderiam ter feito as coisas de uma maneira
diferente naquela altura?
Sim, eu senti que o grunge foi o grande responsável pela
queda de muitas bandas de metal
melódico. Apenas algumas bandas maiores, como por exemplo Saxon e Motorhead,
não se preocuparam com o grunge e
continuaram a fazer as suas próprias coisas. Mas eles eram suficientemente
famosos para o poder fazer e sobreviver. Mas, naquela altura, as bandas menores
tiveram montes de problemas para encontrar uma editora e promotora de
concertos. Portanto, estou feliz porque o grunge
desapareceu novamente em favor do metal
real e verdadeiro
Mas o passado é passado e o que interessa é que vocês
estão aqui com um disco com forte influência dos anos 80. Como se percebe, o
vosso DNA não mudou…
Não, não vou mudar. Sempre fui e
sempre serei um verdadeiro true metal man
influenciado pela melodia a algum blues.
Esta é a única música que gosto e posso tocar. É mais do que apenas música, é
um estilo de vida.
E mais uma vez como trio. Sentem-se mais confortáveis
nesse formato?
Sim, sentimo-nos muito bem como trio.
Temos um som claro, forte e pesado e na verdade não precisamos de mais do que
uma guitarra, um baixo e uma bateria para tocar boa música. Primitivo, mas
muito eficaz.
Depois de 35 anos ainda tens sonhos?
Antes de mais, o meu sonho é ter
saúde para permanecer vivo o maior tempo possível.
Como banda, como vêm o futuro?
Esperamos tocar mais shows para promover o novo álbum. No
início do próximo ano, vamos gravar um álbum ao vivo. De momento estamos a escrever
novas músicas para um próximo álbum de estúdio. Quando tudo isto estiver
concluído vamos ver o que acontece e o que o futuro nos vai trazer.
Muito obrigado, Paul! Queres acrescentar mais alguma
coisa?
Sim. A todos os metalheads, no caso de não conhecerem os Killer, façam um esforço
para ouvir o nosso novo álbum. Tenho a certeza que irão gostar e serão surpreendidos.
Esperamos tocar em Portugal, mas, de qualquer maneira, tocaremos em Espanha -
Barcelona no Metal Cova Festival a 28
de novembro de 2015.
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