Imaginem uma
banda do passado ou do futuro que teve de trocar o seu planeta destruído por
outro… ainda pior e as relações de amizade entre humanos e alienígenas. Leroy
Powell leva ao extremo a sua paixão pela ficção científica e com os seus The
Messengers surpreende com um disco novo – The
Overlords Of The Cosmic Revelation – cheio de inovações na forma de
trabalhar do americano. Confiram tudo com o próprio Leroy.
Olá Leroy! Como
vais? Como te sentes com um novo álbum cá fora?
Sinto-me bem e com muita energia a
respeito do novo disco. Demorou muito tempo a fazer (cerca de 9 meses) mas estou
muito feliz que tenha sido lançado em todo o mundo.
Este álbum é
um ponto de várias influências fundidas. Foi essa a tua intenção desde o início,
criar um som como este ou simplesmente a composição levou-te nesta direção?
Eu sou um grande fã de música... toda
a música e tenho tendência a ser influenciado por muitas coisas. Este registo
foi fortemente inspirado pelo conceito de The
Overlords Of The Cosmic Revelation, que é uma banda do futuro e do passado.
Dentro desse quadro, senti que poderia fazer o que quisesse com a música.
Assim, tentei imaginar como iria soar naquilo em que este disco se tornou. Passei
a maior parte do tempo a criar sons de sintetizador e a fazer as partes de
percussão.
De onde surgem
todas essas influências? Qual é o teu background
musical?
Desde criança que tanto ouço Hank
Williams Jr. Como Metallica. Charlie Daniels e Jimi Hendrix. Waylon Jennings e
John Coltrane. Andei sempre por todo o tipo de géneros e sons. Desde cedo que aprendi
a tocar vários estilos diferentes e tentei sempre encontrar maneiras
interessantes de os misturar a todos.
Como funciona
o processo de escrita nos The Messengers?
A maioria das canções são escritas e
gravadas por mim sentado sozinho em frente do meu computador. Gosto de pensar
em conceitos musicais que soem como a ficção científica e escrevo letras que refletem
esses humores. Algumas músicas são coescritas com o meu baixista, Dean Tomasek,
como King Kong que tem uma das minhas
linhas favoritas "Helicopter blades
for shaving… chimney stacks packed for blazing". Adoro isto…
Está visto
que és um grande fã de ficção científica…
Sou completamente marado! Vi na noite
passada o Guardians Of The Galaxy!
Que grande filme!!!
E nota-se no booklet com toda a história em BD sobre
ficção científica. É usual este tipo de trabalho nos teus álbuns?
Isso foi algo que o baixista e
coescritor, Dean Tomasek, fez completamente sozinho. Teve uma visão e resultou
no incrível trabalho de arte com uma história que é paralela à música.
Como analisas
este novo álbum em comparação com os teus trabalhos anteriores?
Este álbum é diferente dos meus
outros álbuns de diversas maneiras. Uma grande novidade é que escrevi, gravei e
misturei as músicas quase totalmente sem bateria, acrescentando-a mais tarde. Isso
foi realmente divertido, porque as melodias e o poder tinham que estar lá antes
das batidas entrarem. Nunca tinha feito isso antes. Também é totalmente
diferente na intenção. Tentei fazer um disco que fosse muito estranho para que qualquer
editora considerasse um contrato. Queria cantar sobre alienígenas, super-heróis
e destruição atómica e fazer declarações políticas e sociais no contexto de um
universo de faz de conta. Outra diferença é que não usei amplificadores para o
registo. Gravei todas as guitarras diretamente no computador. Inicialmente fiz
isso por necessidade, porque tinha um terrível zumbido de eletricidade no meu
estúdio, mas depois adorei aquele som gorducho
e crocante que obtive.
Como surge este título The Overlords Of The Cosmic Revelation?
The Overlords Of The
Cosmic Revelation é uma
banda fictícia que está a tocar a música que ouves. É uma banda originária de
um futuro distante ou de um passado distante que teve que deixar o seu planeta
natal, porque foi destruído e estão noutro planeta que está tão lixado como o
que deixaram para trás.
E de que fala
uma canção como King Kong? Está
relacionado com a tua ligação à ficção científica?
Posso falar um pouco sobre essa
música. Esta canção é sobre como fazer amizade com aliens. Como, numa primeira fase, são aterrorizados por eles para
depois se tornarem os melhores amigos.
Em algumas
músicas nota-se um trabalho vocal impressionante. Tiveste algum trabalho em particular
nos arranjos vocais?
Praticamente cantei aqueles vocais em
um ou dois takes. Queria uma performance vocal ao vivo e honesta para
não ter que pensar mais nessa parte da gravação. Os back-up vocals, pelo contrário, foram muito mais trabalhados. Cantei
até conseguir soar muito exuberante e depois tive a incrível prestação de Hugh
Mitchell a emprestar as suas impressionantes harmonias vocais como reforço.
Atualmente
estás envolvido em mais algum projecto para além dos The Messengers?
Eu estou sempre numa série de
projetos. Estou a terminar um novo álbum country
e também uma banda all-star na qual
estou a trabalhar e que acabou de gravar algumas músicas novas. Vais poder ouvir
isso em breve.
Para
terminarmos, resta-me agradecer-te e perguntar se queres acrescentar mais
alguma coisa…
Muito obrigado pela atenção e pelo
teu tempo a ouvir-me. Apenas espero que as pessoas possam ouvir The Overlords e que se deixem
transportar nessa viagem. Gostava que um dia este disco se tornasse num musical
de um filme de culto.
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