Jornalista desportivo de
renome em Inglaterra, Ian Danter é também um rockeiro à maneira. As coisas com Prove You Wrong, disco de estreia, correram tão bem que, o agora
também DJ no Planet Rock, regressa às
gravações com um disco onde com menos pessoas se torna mais forte. Second Time Around é o título dessa nova
proposta o que nos levou de novo a conversar com Ian Danter sobre a música,
sobre o jornalismo desportivo e claro, tema quente (na altura da realização da
entrevista) a expulsão de Mourinho do Chelsea.
Olá Ian! Mais uma vez, obrigado,
pela tua disponibilidade! O que tens feito desde a última vez que conversamos
em 2013?
Olá! Bem,
estive ocupado a trabalhar em jornalismo desportivo aqui no Reino Unido e fui
ao Brasil fazer a cobertura do Campeonato do Mundo de 2014. Também comecei a
trabalhar como DJ no Planet Rock, uma
estação de rádio de rock clássico no
Reino Unido que é tão divertido quanto o trabalho no futebol na talkSPORT!
Segunda vez por aí e o que tens
a dizer sobre isso?
Bem, na
realidade não tinha planeado fazer um segundo álbum, mas a grande resposta
crítica dada a Prove You Wrong
inspirou-me a começar a escrever novamente em 2013 e a escrita continuou em
2014/15. Depois gravei as músicas ao longo de 3 sessões separadas nos Arkham
Studios Birmingham durante esse intervalo de tempo.
Mais uma vez, um álbum
escrito, tocado e cantado inteiramente por ti próprio. Sentes-te mais
confortável agindo assim? Será por teres o controlo total?
Estou mais
confiante nas minhas capacidades agora do que em 2012, quando o álbum de estreia
foi gravado, de modo que me levou a acreditar mais no meu talento como
guitarrista e vocalista, as duas coisas que tinha delegado em outros na maior
parte de Prove You Wrong. Sei como as
músicas devem soar na minha cabeça e sei que posso obter as performances diretamente para a fita, por
isso não há necessidade de fazer alguém aprender se eu o posso fazer tão bem.
Até os convidados são em
menor número que no álbum anterior, não são?
Bem, isso aconteceu
dessa forma, não foi uma decisão consciente no início. Jane Gillard fez um bom
trabalho nos backing vocals femininos
de tal modo que a queria para a faixa-título e para a Simple As That, mas sabia que me tinha a mim para fazer o resto
sozinho. Alex, o produtor, também foi uma fonte de grande encorajamento para fazer
isso sem muita ajuda exterior.
Parece que Second Time Around está um pouco mais orientado
para o hard rock do que Prove You Wrong. Concordas? Era essa a
tua intenção desde o início?
Pode ser
devido ao meu estilo vocal, uma vez que Lee Small tem um tom vocal mais soulful no álbum de estreia em
comparação com o meu. Mas, simplesmente escrevi as músicas para mim, sem
necessariamente pensar sobre se eles eram mais pesadas do que antes. A intenção
sempre foi a de manter as coisas variadas em termos de ritmo e melodia ao longo
do álbum, embora mantendo um núcleo central de peso.
Mas, na minha opinião, este
álbum é realmente um passo em frente. Prove
You Wrong também serviu como uma lição de aprendizagem, não?
Obrigado por
dizeres isso. Concordo que Prove You Wrong
foi um grande processo de aprendizagem sobre como os arranjos que tinha em mente
se traduziriam em canções gravadas. Portanto, fui para o segundo álbum muito
mais preparado o que tornou o processo mais suave e eficaz. Até agora, Alex e
eu temos uma boa relação de trabalho o que significa que não se perdeu tempo no
sentido de obter as músicas gravadas com as melhores performances possíveis.
Então, como foi o processo
de gravação desta vez?
Realmente
muito simples. Comecei por gravar todas as faixas de bateria. Nessa altura não
tinha uma guitarra guia – tinha que me lembrar dos arranjos da minha própria
cabeça (risos)! Quando o produtor Alex e eu estávamos satisfeitos com os
desempenhos de bateria, acrescentamos, pouco a pouco, o baixo, a guitarra
ritmo, guitarra solo, teclados e todos os vocais em cima. Alex foi, como de
costume, brilhante sugerindo ideias e momentos que ele imaginava ouvir como os
solos de twin guitars em Truth Is A Lie e Chinese Whispers e algumas grandes ideias de riffs para unir diferentes partes como em Mr. Posion. Ele próprio é um músico muito talentoso com muito bom
ouvido!
Como está a situação dos
Dressed To Kill? Na última vez que falamos estavam a considerar a possibilidade
de recomeçar a tocar?
Bem, eles comemoraram
25 anos de carreira e eu fiz alguns espetáculos com eles no ano passado como
parte dessa Anniversary Tour. Foi
muito divertido como sempre. A banda irá continuar em 2016 e para além disso,
mas não vão estar tão ativos no circuito de tournées
no Reino Unido como antes. Estão apenas a escalar um pouco as coisas, só isso.
Vou tocar com eles de novo? Não descartaria essa possibilidade!
É engraçado que, na última
vez que te entrevistei, falamos sobre o regresso de Mourinho ao Chelsea. Agora falamos
sobre a sua saída. Como jornalista desportivo, talvez próximo desses movimentos,
qual é a tua opinião?
Acho que esqueceu
muito rapidamente a sua afirmação quando regressou a Inglaterra de que era o “the
happy one”. Certo que ganhou o título, mas depois continuou a provocar
confusões desnecessárias com todos e qualquer um que se cruzasse com ele - mesmo
no seu próprio clube - e a sua posição foi enfraquecendo em cada uma dessas
polémicas. Ele pode ou não ter aprendido as lições de seus últimos meses no
Chelsea. Será interessante ver qual o próximo que joga com ele.
Já que falamos de jornalista
desportivo, como vêm os teus companheiros de trabalho o teu lado de rock and roll star?
A maioria
deles não são fãs de rock e portanto
não entendem o que faço, o que é bom para mim. Um ou dois colegas deram-se um
grande apoio e foram ver-me tocar ao vivo e felizmente gostaram do que viram e
isso é encorajador para mim.
Voltando à música, tens
algo planeado para levares este álbum para o palco?
Bem, já fizemos
alguns espetáculos com os fantásticos Cats In Space mas espero poder organizar
alguns espetáculos por mim próprio e também mais algumas aparições em festivais
de verão este ano.
Muito obrigado Ian. Queres acrescentar
mais alguma coisa?
Apenas que
estou grato a todos os que mostraram interesse na minha música e que espalharam
a palavra sobre Prove You Wrong e agora
Second Time Around... Quem sabe, pode
haver um terceiro álbum se houver interesse do lado de lá.
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