Entrevista: Time Killers


Os Time Killer são uma jovem banda originária do norte da Finlândia e praticante de um punk rock assente na sua vertente mais melódica mas liricamente obscura. O ano de 2015 fica marcado para o quarteto pelo lançamento da sua estreia em formato longa-duração, Dead City Dreams, depois de um EP de 2013. O coletivo juntou-se para falar de si, do seu álbum e, naturalmente, do adeus ao inigualável Lemmy!

Viva! Obrigado pela disponibilidade! Podes apresentar o Time Killers aos rockers portugueses?
Time Killers é uma banda de punk rock da pequena cidade de Keminmaa, no norte da Finlândia. A banda foi originalmente formada em 2008 por Jeremy Timekiller (Jere Peurasaari), Jones TimeMachine (Jouni Yliherva) e J. TimeAttack (Jani Yliherva). T.J. TimeBomb (Tuomas Julku) juntou-se à banda como guitarrista principal em 2013. Nesse ano, a banda começou a trabalhar a sério rumo ao seu primeiro álbum, que acabou por ser Dead City Dreams.

Quando e como decidiram criar os Time Killers? Que motivações tiveram?
Em 2008, os membros fundadores da banda tinham 12-14 anos de idade. Os irmãos Yliherva (TimeMachine & TimeAttack) tiveram algumas experiências anteriores na música e tocaram numa banda. Jere tinha ganho a sua primeira guitarras como presente do Natal, poucos meses antes. Os jovens compartilharam um sonho comum de se tornarem rockstars e decidiram formar uma banda. Jeremy foi aprendendo a tocar o seu instrumento à medida que avançava. Também numa cidade pequena como Keminmaa não há realmente muito a fazer por isso também foi uma boa maneira de matar algum tempo. Portanto, a banda foi formada por amor e paixão pela música e por e também por mero aborrecimento.

Alguns de vocês tiveram, então, algumas experiências anteriores antes de Time Killers?
Para Peurasaari TimeKillers esta é a primeira e única banda em que esteve. Aliás, como disse antes, aprendeu a tocar guitarra principalmente por causa da banda. Os irmãos Yliherva tinham estado antes em algumas bandas com diferentes membros. Antes e na altura da formação dos Time Killers, havia muitos jovens músicos em Keminmaa e por isso muitas bandas foram formadas. Julku também já tinha tocado em algumas bandas antes de se juntar aos Time Killers. Originalmente ele juntou-se à banda, porque naquela altura, a sua banda anterior tinha acabado e ele pensou que seria porreiro tocar algum punk durante algum tempo. E dessa altura, manteve-se neste trilho.

Como surge o nome Time Killers?
O nome da banda é originário simplesmente do propósito original da banda. Três jovens rapazes que apenas queriam uma maneira de matar algum tempo. Assim, uma escolha natural para nome foi Time Killers!

Como definem a vossa música e que nomes ou movimentos mais vos influenciaram?
Diremos que Time Killers é ramopunk influenciado pelo punk rock melódico. Mas geralmente gostamos apenas de o chamar de rock, porque isso nos dá mais liberdade na música. Não estamos necessariamente ligados ao punk ou a qualquer outra coisa, estamos apenas no amplo género que é o rock. As principais influências para os membros fundadores são bandas como Ramones, Misfits e Bad Religion, considerando que TJ TimeBomb vem de um background musical um pouco diferente de forma que as suas principais influências são, por exemplo, The Beatles, Rolling Stones e Motörhead.

Dead City Dreams é a vossa estreia. O que têm a dizer sobre todo o processo de composição, gravação e produção deste álbum?
As primeiras canções que acabaram por ser incluídas em Dead City Dreams foram escritas logo após o lançamento do EP Punk'N'Roll Crew, que foi lançado no final de 2013. Assim, todo o processo de composição até lançar o álbum demorou cerca de dois anos. Mas, de facto, a banda não teve pressa para escrever material. As músicas como que surgiram e a determinada altura sabíamos que iríamos fazer um álbum. O trabalho sério para o álbum foi no verão de 2014, quando Teemu Ylinikka (vocalista/guitarrista dos SlapBetty) se juntou à equipa como produtor. Com ele trabalhamos sobre o material que tínhamos, entramos em estúdio na primavera de 2015 e fizemos o álbum. Assim, em resumo, todo o processo foi muito fácil e apenas um evento natural na linha do tempo da banda. Não queremos ter quaisquer canções forçadas quando chegamos a estúdio, portanto é importante sentirmo-nos bem e focarmo-nos nos concertos, tanto quanto pudermos, e ao mesmo tempo escrever novo material. E quando percebemos que tínhamos o álbum completo, reservamos o estúdio e começamos a gravar.

Portanto, quanto tempo estiveram a trabalhar nele?
Como disse, isso depende de como analisares. Realmente a trabalhar no álbum apenas cerca de 9 meses, mas as primeiras canções para o álbum foram escritas dois anos antes… decidam!

Afirmaram que este álbum é uma viagem às mais escuras profundezas da mente humana. De que forma?
O álbum não tem, definitivamente, um bom feeling, isso é certo. Lida com sentimentos um pouco pesados e temas como desespero, falhanços (no amor e na vida), alguns problemas mentais e a maneira pretensiosa como parece que as pessoas vivem atualmente. É daí que surge essa descrição.

Têm algum vídeo filmado a partir deste álbum?
Não, de momento, não temos. Está na lista de tarefas para fazer e a qualquer altura iremos lançar um vídeo.

Recentemente o mundo do rock ficou devastado com a notícia da morte de Lemmy. Como reagiram, visto que os Motörhead são uma das vossas referências?
Definitivamente, os Motörhead influenciaram a banda, especialmente TJ. Quando recebemos a notícia da morte de Lemmy isso não aumentou, necessariamente a tristeza. O sentimento foi apenas de vazio e melancolia. Sabíamos que isso ia acontecer em algum momento, mas nunca acreditamos que realmente acontecesse. Um grande capítulo do rock ‘n’ roll tinha chegado ao fim. E, claro, levantamos um copo de Jack & Coke para honrar Lemmy.


Próximos passos para os Time Killers? O que têm programado?
Estamos a pensar entrar em estúdio no inverno ou primavera de 2016 para gravar um EP que terá lançamento digital. Para já, o foco principal está nas nossas novas músicas e no novo álbum que vamos gravar no verão. Também agendar uma tour para a primavera e o verão está em cima da mesa. Portanto, há muitas coisas a acontecer nesta altura. E para o futuro álbum, podemos dizer que embora haja ainda muito trabalho a fazer estamos muito entusiasmados.

Muito obrigado. Querem acrescentar mais alguma coisa?
Agradecer-te pelo teu interesse nos Time Killers! Não muito mais, lembrem-se de nos visitar nas redes sociais. Podem encontrar-nos praticamente todos os lugares, procurando por timekillerspunk. Também encorajamos todos vocês a começar a seguir os nossos perfis pessoais no Instagram. Dá um vislumbre fresco ao que acontece nas nossas vidas fora da banda! E, claro, feliz 2016 para todos os rockers! E não se esqueçam de ouvir Time Killers! Saudações!

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