Os Xerife surgem em abril de 2014 e editaram o
primeiro EP a 29 de setembro do mesmo ano. A banda do ribatejo tem vindo a
afirmar-se no panorama musical português, tendo já passado por alguns espaços
conceituados. Fevereiro deste ano vê o lançamento do segundo EP do qual o single Histórias têm vindo a circular
com regularidade nos media nacionais.
É com orgulho que trazemos até às nossas páginas mais um jovem coletivo
nacional de grande qualidade, numa conversa com a vocalista Laura Macedo.
Olá
Laura, tudo bem? Quem são os Xerife e como surgiram?
Olá! Os Xerife são, para além de mim, o Marcelo Silva, na
guitarra, o Zé Ganchinho, no baixo, o Cláudio Marques, na bateria e o Peka, nas
teclas. Nasceram em abril de 2014. Já existíamos enquanto banda de covers (F.M.I.) à exceção do Peka, que
entrou mais tarde. Surgiu a necessidade de criarmos as nossas próprias músicas.
Queríamos dar o nosso contributo à música portuguesa. E foi em abril que
começámos a compor. Nesse verão gravámos o primeiro EP e, em setembro, lançámos
o nosso primeiro single Dá-me a Mão.
Foi também nessa altura que convidámos o Peka para se juntar a nós, que veio
trazer uma nova energia às músicas.
Porque
a escolha de um nome como Xerife?
O nome de Xerife surgiu por duas razões. Primeiro, porque achámos
que era um nome com uma boa sonoridade e que podia resultar a nível estético.
Depois porque, como é uma entidade que não existe em Portugal, simboliza também
o que queremos com a nossa música: trazer algo de novo. Se o conseguimos ou
não, isso já fica ao critério de quem nos ouve.
Conta-nos
um pouco da vossa história até agora…
Depois de em 2014 e em tempo quase record termos lançado o nosso primeiro EP, tivemos alguns concertos
durante o verão e continuámos a compor e a preparar o segundo EP, Histórias, que lançámos agora em
fevereiro. Pelo meio, passámos pela RTP e RDP, compusemos uma música para uma
banda sonora de uma curta-metragem e ganhámos um concurso que consistia em
compor uma música para um anúncio. Temos dado pequenos passos, mas vamos
subindo degrau a degrau, com muita persistência e às custas do nosso trabalho.
Quais
são as vossas principais influências?
Temos várias. Somos muito ecléticos. Do punk rock ao metal, do funk aos blues, ouvimos de tudo um pouco. Stevie Wonder, RHCP, Queen,
Radiohead, Metallica, Guns’n’roses, Joe Bonamassa, Tara Perdida,
Xutos&Pontapés, Nirvana, BB King, Foo Fighters, Arcade Fire, Jamiroquai…
Podíamos ficar aqui algumas horas a dizer referências! (Risos)
Qual
é o background musical
dos elementos dos Xerife?
Todos temos já alguns anos disto e já integrámos vários projetos
de covers e de originais. O Cláudio
(baterista) e o Marcelo (guitarrista) fazem também parte dos R12, banda de punk rock, e já integraram outros
projetos de covers. O Zé Ganchinho,
que é o mais novo da banda, é também baixista dos Caelum's Edge, e o Peka
pertence também à banda de originais The Pilinha e aos Los Camaias.
Histórias é o single de avanço do segundo
EP. Que outras histórias nos podem contar a respeito deste novo EP?
Há muitas histórias diferentes neste EP. Mas fala sobretudo de
pessoas e da forma como nos relacionamos em sociedade. Neste EP está presente
uma urgência de sentimentos puros e verdadeiros e de justiça também.
E, na
vossa opinião, a melhor forma de contar essas histórias é exclusivamente em
português?
Sim, esse sempre foi um ponto assente quando formámos os Xerife.
Cantar na nossa língua. Não só por querermos chegar mais facilmente a quem nos
ouve, mas também por ser um desafio bem mais difícil do que escrever em inglês,
por exemplo.
E
musicalmente não é um disco homogéneo. Como se fundem os vossos diferentes backgrounds musicais no estilo Xerife?
Nós tentamos não pensar muito nisso. Deixamos a coisa fluir. O
resultado final é a fusão das várias influências e gostos de cada um. Não
estamos preocupados em seguir um determinado estilo.
Os
Xerife acabam por se enquadrar naquilo que se convencionou chamar de rock português. Acaba por ser o que melhor vos identifica?
Sim, o rock pode ser
muito abrangente. E embora tenhamos algumas influências de funk e pop, penso que nos
enquadramos no rock português.
Sei
que tiveram uma passagem pelo palco da TVI. Como se proporcionou essa experiência,
ainda por cima num canal bastante limitado em termos de abrangência musical e
pouco dado a ondas mais rockeiras?
É óbvio que é sempre uma tarefa difícil chegar aos canais de
televisão. É um circuito que está muito fechado, ainda mais, quando se trabalha
sem agências. Neste caso, a oportunidade surgiu por intermédio da Câmara
Municipal de Salvaterra de Magos, terra onde decorreu a emissão e onde nasceram
os Xerife. Infelizmente, e apesar de não ter nada contra a música popular, hoje
em dia só há espaço para esse tipo de música, sendo difícil para as bandas de rock ou pop-rock conseguirem integrar estes alinhamentos. Acho que deve
haver lugar para tudo e que se deve dar voz às várias bandas que vão surgindo e
que têm qualidade. Basta um pouco de projeção para se conseguir chegar bem mais
longe.
Já
tiveram, entretanto, o vosso concerto de apresentação do EP. Como correu?
Correu muito bem. Escolhemos a fantástica sala do Teatro Ibérico,
em Lisboa, cheia de misticismo, onde já atuaram bandas como os Madredeus, por
exemplo. Tivemos casa cheia e feedback
muito positivo!
E há
outras novidades a respeito da apresentação deste EP ao vivo?
Sim, dia 10 de abril vamos estar na FNAC Colombo, em Lisboa, pelas
17h, e dia 15 de abril na FNAC Almada. Estamos a tentar ir também ao centro e
norte do país. Assim que tivermos novidades, iremos divulgar.
E
para o futuro, que projetos estão previstos para os Xerife, nomeadamente no que
diz respeito a um longa-duração?
Este ano vamos andar a promover este novo EP e começar a compor
novos temas. Ainda não sabemos se será um disco, uma vez que hoje em dia o
mercado musical está um pouco diferente. Ainda vamos pensar e decidir qual será
o próximo passo.
Mais
uma vez obrigado, Laura. Queres acrescentar mais alguma coisa?
Obrigada eu! Sim, quero agradecer ao Via Nocturna pela entrevista
e por cumprir a tarefa árdua de ajudar a divulgar a nova música portuguesa!
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