Evergloom (La Chanson Noire)
(2016, Chaosphere
Recordings/Raging Planet/Raising Legends/Necrosymphonic Entertainment)
(5.2/6)
O
pulsar do coração na abertura Pródiga
Primavera prova (se é que havia necessidade disso) que os La Chanson Noire continuam bem vivos,
independentemente da notícia anunciada há uns tempos que Charles Sangnoir tinha posto um ponto final no projeto após o
terceiro disco. Não o fez e, sinceramente, ainda bem, porque Evergloom é o disco mais bem conseguido
do projeto. Intenso e numa luxuosa edição onde se inclui um baralho de tarot a celebrar quase uma década de
canção negra. Entre dois momentos spoken
word em português – a abertura anteriormente referida e o encerramento com Amante Marítima - com poemas de inegável
classe, o disco desenvolve-se em diferentes fases de uma negritude bela e
passagens sofridas. E sempre com uma abordagem lírica excecional, variando,
como habitual, entre o inglês e o português, mas eventualmente menos provocante
e decadente do que anteriormente. As linhas de piano são o elemento mais
marcante, conduzindo os temas por caminhos tortuosos onde a bateria acaba por
introduzir as dinâmicas necessárias. Mas, à medida que Evergloom avança, outras ambiências surgem como a introdução de
elementos mais experimentais e até de world
music (Drama Queen); a entrada em
cena do órgão (a substituir o piano) em Hymn
To Hashish; o surgimento do poder do rock
nas distorcidas Família de Chantilly
e Come Collapse, e, principalmente, a
viagem à portugalidade quer na temática lírica (mar/destino/fatalidade) quer na
inclusão de guitarra portuguesa em Marinheiro
de Aguardente e mesmo no sentido de canção de intervenção em O Uivo. Evergloom acaba por ser, na nossa opinião, o atingir do expoente
máximo no trajeto de um projeto único.
Tracklist:
1.
Pródiga Primavera
2.
Lonely Leader
3.
The Dead
4.
Evergloom
5.
Drama Queen
6.
Hymn To Hashish
7.
Família de Chantilly
8.
Marinheiro de Aguardente
9.
The Widow’s Son
10. O Uivo
11. Come Collapse
12. Amante Marítima
Line-Up:
Charles Sangnoir –
vocais, piano, guitarras
Ramon Galarza –
bateria
Diogo Beleza – Bateria
Ana Ferrão – spoken word em #1 e #12
Patrícia Andrade – backing vocals em #5
M-Pex – guitarra portuguesa em #8
Phil Mendrix – solo de guitarra em #11
Internet:
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