Sucessor do EP homónimo lançado em 2008 e dos álbuns Blues For The Dangerous Miles (2009) e Red Supergiant (2012), Sonic Debris, novo trabalho dos Miss
Lava testemunha a exploração de novas paisagens sonoras pela banda,
consequência de um processo criativo mais aberto e inclusivo, que os levou a
projetar estilhaços sonoros distorcidos, asteroides psicadélicos e bestas
obscuras. O disco é, de facto, uma viagem sónica com uma diversidade ainda não
evidenciada pela banda, como confirma o próprio Johnny Lee.
Olá Johnny,
tudo bem? Já lá vão cerca de seis anos desde a última vez que conversamos. Como
foi a vida no seio dos Miss Lava durante este período?
Ui, aconteceu
tanta coisa boa!... Desde aí, lançámos o segundo álbum Red Supergiant por duas editoras diferentes, com duas misturas
diferentes, uma em 2012 pela Raging Planet e outra em 2013 pela Small Stone
Records. Andámos a promover esse disco por todo o lado, tanto cá dentro como lá
fora. Tocámos no palco principal do Super
Bock Super Bock com Queens Of The Stone Age, tal como em outros festivais
importantes em Portugal, Alemanha e Espanha. Tivemos também algumas primeiras
partes importantes. Pelo caminho perdemos o nosso baixista/produtor e fundador
da banda, Samuel Rebelo, que decidiu sair para formar os Stone Cold Lips e
entrou o Ricardo Ferreira dos We Buffalo. O ano passado gravámos um novo álbum Sonic
Debri que está prestes a sair em vinil e CD via Small Stone Records.
O que
hoje nos traz aqui é, precisamente, a edição desse Sonic Debris, o vosso novo álbum. Desta vez acabam por
explorar novas sonoridades. Sentiram necessidade de se reinventarem ou
simplesmente aconteceu?
Diria que com o afastamento do Samuel que era o principal
compositor da banda, houve mais espaço para cada um de nós explorar mais um
pouco. Este novo trabalho teve um processo de composição muito mais inclusivo
que os anteriores. Desta vez toda a gente contribuiu para a composição do álbum,
num processo super natural e fluido. Nós tínhamos a necessidade de fazer algo
diferente, mas sem perder a identidade da banda, mas nenhuma música “nasceu” de
forma forçada. Foi tudo bem natural até. Muitas músicas surgem em jams na sala de ensaio, outras, a partir
de pequenas ideias que alguém trouxe, que depois todos juntos as fizemos
crescer.
O
álbum saiu à pouco tempo, mas anterormente já tinham sido dado a conhecer alguns temas, nomeadamente Another Beast Is Born, The Silent Ghost Of Doom e In The Arms Of The Freaks. Já têm algum feedback para estes primeiros temas?
Felizmente o feedback
tem sido bastante positivo. Temos sentido que o interesse pela banda tem vindo
a crescer, e que as pessoas reconhecem que estamos diferentes e talvez um pouco
mais maduros. Já saíram algumas reviews
excelentes ao álbum e não podíamos estar mais contentes com o feedback que recebemos até agora tanto
em relação a essas músicas tal com ao disco todo.
Aliás
o vídeo de In The Arms Of The Freaks teve estreia na conceituada Revolver. Mais um grande motivo de orgulho para os Miss Lava…
Sim claro, não é todos os dias que temos uma revista tão
conceituada a mostrar interesse na tua banda. É de facto fantástico poder estar
em destaque numa publicação com este prestígio que chega a tanta gente no
mundo, especialmente nos Estados Unidos. Também o vídeo para o The Silent Ghost of Doom teve o destaque
no site theobelisk.net, um dos sites mais importantes e influentes
sobre o universo Stoner, que
posteriormente disponibilizaram o álbum para o poderes ouvir na totalidade.
Quanto
ao vídeo de The Silent Ghost Of Doom foi filmado no Ateneu. Como se sentiram a gravar num local com tanta
história?
O Ateneu é de facto um sítio maravilhoso com muita história e era
importante que o local tivesse história porque tem muito a ver com a letra da
música. Ao início éramos para gravar o vídeo no campo de basquete que existe no
interior, mas felizmente tal não foi possível, porque ao lado no Coliseu tocava
a Patti Smith. Digo felizmente, porque a alternativa que nos arranjaram foi uma
sala lindíssima com um espelho e um candeeiro que só por si dispensava qualquer
outro tipo de cenário. Não podíamos ter arranjado set melhor.
E
pelo que percebi, há mais vídeos a serem preparados não é verdade?
Sim, estamos a planear lançar vários vídeos para este álbum. Um
deles, para a primeira música do álbum, Another
Beast Is Born, que só não foi ainda gravado porque houve um conflito de
agendas entre alguns atores e o pessoal da produção. O vídeo será gravado pelo
nosso querido amigo e companheiro Mike Ghost.
Em Sonic Debris contam com alguns convidados. Como se
proporcionou a sua entrada neste processo?
Sim, tivemos várias colaborações neste disco, algumas por acaso,
outras mais pensadas. A gravação deste álbum foi um processo muito aberto aos
nossos amigos e se um deles nos ligasse a dizer que ia passar pelo estúdio, era
sempre bem vindo. Alguns dos que passaram pelo estúdio acabaram por ficar
gravados. Foi o caso do Marco Resende e do Salvador Gouveia que acabaram por
fazer alguns backing vocals na Another Beast Is Born. Noutros casos como
na The Silent Ghost Of Doom,
achávamos que a minha voz não estava a funcionar muito bem e que precisávamos
de uma voz diferente, de preferência com um inglês mais fluído que o meu. Falámos
com o Rui Guerra dos The Quartet Of Woah!, que viveu muitos anos no Canadá. O
Rui interpretou de forma perfeita e enriqueceu bastante a música. Outra
participação importante surgiu por convite. É a dos Jónatas, baixista dos The
Rising Sun Experience, que com o seu Teremin
veio adicionar vários layers de psicadelismo às músicas I’m The Asteroid e In A Sonic Fire We Shall Burn. Por fim, também na música In
A Sonic Fire We Shall Burn, tivemos a participação espontânea do Fernando
Matias, produtor do álbum, que adicionou umas guitarras bem ao estilo western e que para nós levou a música
para outro nível.
Já
tiveram oportunidade de experimentar estes temas ao vivo? Como foi a reação?
Sim, já tocamos alguns há 2doisanos e So far so good... Os temas têm sido muito bem recebidos e para nós
tem sido uma lufada de ar fresco poder tocar estas músicas novas porque mostram
um outro lado de Miss Lava também ao vivo.
Para
os próximos tempos que outras ações de promoção têm planeadas?
Bom... quando fomos para estúdio a ideia era gravar 12 temas para
escolher 10. Acabámos por gravar 14 para escolher 10. As 4 que sobraram achamos
que vai dar um excelente EP em vinil e a ideia é ter esse EP à venda em
exclusivo nos concertos. Além desse EP, está prevista também a edição em Vinil
pela Raging Planet do nosso primeiro álbum Blues
For The Dangerous Miles. Acreditamos que também irão aparecer mais 2 ou 3
vídeos para promover o nosso novo álbum.
Muito
obrigado Johnny! Queres acrescentar mais alguma coisa?
Esperamos que oiçam, partilhem, comprem, comentem e gostem do nosso
novo disco. Queremos agradecer à Via Nocturna pelo interesse e pela entrevista.
Muito obrigado e até à próxima
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