Entrevista: StoneRider

Se é verdade que o psicadelismo está muito em voga nos dias de hoje, não é menos verdade que há poucas bandas que o consigam criar de forma tão envolvente e inebriante como os StoneRider. E isso fica plenamente demonstrado no seu novo álbum, Hologram. Via Nocturna reuniu três stoneriders, o guitarrista e vocalista Matthew Turner, o baterista Jason Krutzky e o novo teclista Noah Pine, numa conversa elevada e… psicadélica.

Viva, tudo bem? Obrigado pela entrevista! Terceiro álbum cá fora… e um grande álbum, de facto. Naturalmente, devem estar orgulhosos deste lançamento…
Matt Tanner (MT)- Sim, estamos, de facto. Muita energia e muito tempo foi vertido para a realização deste disco. Foi um alívio poder lança-lo.
Noah Pine (NP)- Sim! Muito orgulhoso deste lançamento.

Em comparação com os vossos lançamentos anteriores, este é, definitivamente, um forte passo em frente. Onde pensam que os Stonerider poderão chegar?
MT- Quanto mais tempo tocarmos juntos, mais o som irá evoluir. Há muito de funk e groove a acontecer atualmente. Gostaríamos de ser a primeira banda no espaço. Isso seria um belo prémio.
NP- Ainda estamos a cavar na música e apenas arranhamos a superfície. Será que alguém pode realmente saber isso? Quão profundo é o oceano? Onde podemos chegar? Eu adoraria espalhar os nossos tentáculos de vibração para alcançar todo o caminho para a América do Sul, Japão, Austrália... Musicalmente queremos continuar a aprimorar-nos e a fazer sons que nos fazem querer continuar e sons que apelam a muitos tipos e pessoas. À medida que avançamos, adoraria, em muitos aspetos da nossa vida e da nossa maneira de viver, mover-me com a música de uma maneira bonita e harmoniosa.

O que têm feito desde 2012 quando lançaram Fountains Left To Wake?
NP- Foi quando comecei a fazer música com Stonerider. Matt tinha acabado de tocar guitarra e um grupo de harmonias no meu EP a solo, Train Life.
Jason Krutzky (JK)- Temos vindo a trabalhar na música a totalidade do tempo. Noah entrou para banda logo depois de termos voltado da Europa (em 2012) e passamos esse tempo a aprender a ser uma banda com um pianista incrível. Muita coisa mudou, muita música foi escrita e lançada fora. Somos um grupo muito peculiar e gostamos simplesmente de tocar, por isso demora um pouco mais de tempo para termos tudo pronto!

Este é um álbum muito atmosférico e esotérico. De onde vêm as vossas influências e inspirações?
MT- Definitivamente este disco tem alguns sons espaciais que cresceram um pouco mais com a chegada de Noah. A adição de teclados acrescenta muito e não competem sonoramente com a guitarra. Os dois são capazes de tocar e encaixar muito bem. Bem, acho que fomos capazes de nos expressar, verbalmente, muito mais neste disco. Queríamos mostrar harmonias vocais, tanto quanto possível.
NP- No que toca a músicos, adoro Richard Wright, Rick Wakeman, Billy Preston, The Band, Dylan e Steve Winwood. E sou influenciado pela vida. Dependendo do número de dias que usei o mesmo merkin ultrapassado e sujo, isso pode afetar o ritmo de uma música tocada ao vivo naquela noite. Ou será que David Gilmour aceita o nosso dom de Merkins de seda Pré-shakespeariana com os braços abertos ou talvez com exagerada prudência? Depois de dirigir por todo o estado do Texas o promotor do clube tem que nos fazer parar de tocar porque o jogo está a começar, ele vira as televisões e diz Y’all rawk. Amamos tudo.

Este Hologram tem um som muito orgânico. Foi gravado ao vivo?
MT - Sim, as músicas foram gravadas ao vivo e alguns overdubs ocasionais foram adicionados depois.
NP - Orgânico é bom. Mesmo assim, adoraria interpretar advogados do demónio e dizer que não é tudo orgânico porque é a partir terra?

E com muita improvisação e jamming, suponho...
MT- Bem, as canções saíram, definitivamente, fora de controlo. Foi nos solos onde, provavelmente, mais improvisação ocorreu.
JK- Há coisas inesperadas que ocorrem quando gravas ao vivo. Achamos que temos um desempenho muito mais honesto agindo assim. Olho para Noah, ele vai tocar uma linha, e depois vou tentar copiá-lo ou adicionar mais um pouco. É como uma conversa, mas só é possível naquele momento exato. Tens que estar presente e ouvir. Há pequenos momentos como esses em todo o álbum.

Nos próximos meses de setembro e outubro virão até à Europa. Quais são as vossas expetativas?
MT - Temos grandes expetativas para essa tour. No entanto, vamos ver como corre. Até agora recebemos algum feedback agradável sobre o disco.
NP - É melhor não assumir nada, mas fazer coisa e fazê-la bem, fazê-la melhor do que ninguém, sem qualquer expetativa, mas sabendo que estamos a caminhar no nosso sonho.

Estão a preparar algum set especial para esta visita a Europa?
JK - Cada set é especial! Além disso, esta será a nossa primeira tournée na Europa, o que é muito bom para todos nós. A energia pura vai ser palpável.
MT - Sim, talvez por isso. Vamos certamente tocar bastantes temas deste disco. E alguns momentos de jams.

Até lá estarão em tour pelos EUA?
MT- De momento, parece que vamos fazer alguns concertos regionais até essa tournée europeia em setembro.

NP - Adoraríamos fazer uma tournée completa pelos EUA, mas vocês são muito mais Groovy. É por isso que vamos aí primeiro! 

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