Tudo começou em 2009, em Londres, onde Ricco
Vitali, o percursor dos Cavaliers Of Fun, se atreveu a desenvolver aquilo a que
chamou de pop tropical futurista, embalado por baixos saltitantes e arpeggios italo-disco. A sua viagem,
entretanto trouxe-os de regresso a Lisboa onde saltaram para a ribalta com a
vitória na segunda edição do EDP Live
Bands. Astral Division é o disco
que agora colocam no mercado e que nos fez ir ter com um Ricco Vitali, senhor
de uma criatividade impressionante.
Olá Ricco, tudo
bem? Os Cavaliers Of Fun já existem desde 2009. Porque tanto tempo até ao
primeiro longa duração?
Olá Via Nocturna. Sim está
tudo. Espero que estejas bem também. 2009 foi um marco mas, no fundo, já
existimos desde 1207. Fomos, por um tempo breve, músicos na corte de Sancho II.
O Miguel envolveu-se com uma senhora da corte e tivemos de fugir para Leão. Não
gostámos de Leão.
Sei que se
formaram em Londres e que, entretanto, vêm para Portugal. Porque? Não teria
sido preferível estar no sítio onde tudo acontece? O que vos motivou a essa
mudança?
Diz isso a um habitante de
Golut da galáxia de Neven2. Para teres uma noção em Golut há vulcões em erupção
constante, unicórnios são os “transportes públicos” e o ar respirável cheira às
meias do Miguel depois de uma tour de 77 concertos. Londres ao lado de Golut é
tipo zero. Calmo. Em Lisboa as comunicações com Opus 9 são mais diretas,
portanto pareceu-nos a escolha acertada. Não queiras saber o que existe em Opus
9.
Ao longo destes
seis anos, no entanto, lançaram dois EP’s. Como foi a sua aceitação?
Média. Aqui no teu país
foram razoáveis. Tocámos na Aula Magna, Coliseu dos Recreios, duas vezes no
Alive e fizemos tours em Espanha. Já
em Vepel na Cintura de Orion não podemos sair à rua. Literalmente porque há
bichos chamados Vepelinos que andam pelas ruas e lançam-te vapores que te
cristalizam. Já alguma vez foste cristalizado? Pois... É meio chato.
Como se sentem no
papel de vencedores do 2015 EDP Live
Bands?
Não chegamos a ver esse
papel? Qual papel? E esse papel tem os nossos nomes? Não estamos a perceber
bem. Atenção a esse tipo de papéis que nós não autorizámos.
Agora, Astral Division, é o vosso primeiro disco. Para quem não vos conhece, como
descreveriam a vossa música?
Parva como as nossas
respostas. Mas com toques leves de genialidade pós trópico-espacial.
E que expetativas
têm para este disco?
Dar uma entrevista para a
Via Nocturna. Missão cumprida. Já agora adoramos o nome Via Nocturna e adoramos
o facto de não adotarem o acordo ortográfico. Não sabem o esforço que estamos a
fazer de escrever neste português. Em Opus 9 tudo é centrado em combinações com
o número 9. Tipo 9.999.9.999999.9.9.999999 quer dizer ok, de acordo.
Interessante, não?
E em termos
futuros, onde podem os Cavaliers Of Fun chegar? Quais são as vossas aspirações?
Aspiramos a paz no mundo e
que libertem todas as focas em cativeiro e que os Exames de Matemática em Opus
9 sejam abertos a outros números para além do 9. É importante não discriminar o
6, que no fundo é o 9 ao contrário. Agora pensa.
Muito obrigado!
Queres acrescentar mais alguma coisa?
Sim. Se esta entrevista for
publicada há um unicórnio que nasce num evento cósmico magnífico. E mais...Cada
vez que for lida por alguém esse mesmo unicórnio cópula com outros unicórnios
dando lugar ao milagre da multiplicação. Não deixes os unicórnios morrer. Há um
unicórnio por nascer. Só tens de acreditar.
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