Entrevista: Dirt River Radio

Se também são daqueles que pensam que os Australianos são loucos, o que segue vem confirmar. Heath Brady, dos Dirt River Radio, fala-nos das gravações (já terminadas) do novo álbum – Sun City White – e da loucura (pois naturalmente) que será a sua próxima vinda à Europa, onde não se incluirá Portugal.

Viva, pessoal! Como vão? Já terminaram as sessões de gravação para o álbum número três?
Viva! Sim, os Dirt River Radio estão muito bem e animados! Bom dia, Buenos Dias e G'day Mate desde a ensolarada St. Kilda (abaixo de Melbourne, Austrália). Eu sou Heath Brady dos DRR e estou feliz por estar a responder hoje às tuas perguntas para o povo de Portugal (e aqueles em Espanha, que percebam). De facto, as sessões de gravação para o álbum número três acabaram. Esta semana vamos imprimir os CD’s e estamos extremamente orgulhosos do que criámos que, para além de qualquer dúvida, é o melhor álbum que os DRR fizeram. BOOM!

O que mantiveram dos discos anteriores e o que acrescentam de novo neste disco?
O novo álbum de Dirt River Radio é ao mesmo tempo familiar e cheio de surpresas. As nossas vozes, os nossos instrumentos, o nosso estilo de contar histórias, blues e rock'n'roll com um pouco de country. No entanto, as surpresas vêm de algumas diversos géneros apresentados em algumas músicas que têm um som mais escuro. Há os riffs mais pesados de guitarra que já ouviste em DRR e também elementos mais sinistros. Talvez consigas ouvir o assombro e a tristeza profunda de almas torturadas. Felicidade e corações partidos em torno de nós. Há momentos bonitos, espaçosos e tranquilos que dão espaço para recuperar o fôlego. E até mesmo uma pequena festa com música cigana. É verdade!

O título será Sun City White, estou correto? O que estão a tentar dizer com este título?
Sun City White é o título. É o título de uma canção do álbum. É uma canção pessoal escrita olhando para trás no tempo alguns anos para uma bela (mas louca) mulher mexicana por quem Danger se apaixonou em El Paso, Texas. Mudaram-se juntos para a Austrália para um período de tempo muito volátil, curto e turbulento que, infeliz e aparentemente estava destinado ao fracasso. Uma das razões foi Sun City White. A cocaína de El Paso e sua favorita. Às vezes, o Universo protege-te das tuas próprias decisões erradas entrando e salvando o teu coiro de pessoas que não são boas para o teu futuro. Como diz a letra da música, depois do romance ter acabado, o pai dele diz que saiu a tempo. Caso contrário, Danger estaria a viver num parque no Texas com dez filhos e uma grande arma (risos).

Enquanto o álbum não chega, já têm um single a rolar. Escolheram as canções mais fortes do álbum ou seguiram outro critério de seleção?
Sim, com certeza quisemos apresentar as duas primeiras músicas tipo um duplo Lado A com Postcards From The Road e The Cocksucking Blues, lado a lado, a fim de mostrar os "dois cantos do envelope" ou os dois sabores de Sun City White (sabendo que ainda estamos a guardar os "outros dois cantos" para tua surpresa e prazer na audição). Portanto, temos um toque de nosso som hard rock mais um sabor da nossa bluegrass acústica.

E as reações a estas primeiras canções dão-vos algum sinal do que esperar para o álbum?
Ao vivo, quando apresentamos as novas músicas, elas foram muito bem recebidos. De qualquer forma ainda é muito cedo para dizer, mas temos uma longa lista de publicações, blogs e críticos que estão ansiosos por ouvir mais e analisar o álbum completo. Se isso fornece alguma indicação? Depois de termos o tesouro fabricado nas nossas mãos, dentro de dias, poderei dizer-te mais.

Para além destas duas canções, uma outra já foi revelada: All My Friends. Um tributo a todos os que têm estado ao vosso lado nos últimos anos?
All My Friends não é uma canção nova, mas sim a nossa canção mais famosa e a favorita do público. É uma bonita balada de piano, poeticamente simples sobre os amigos de um homem num bar, a beber cerveja e a ajudá-lo a atravessar a rutura de um mau relacionamento. Adoro! All My Friends surgiu no nosso primeiro álbum em 2010. Só que agora a nossa editora lançou uma compilação com cinco músicas do álbum número um e cinco músicas do álbum número dois e essa compilação intitula-se All My Friends. No entanto, é justo dizer que este lançamento não foi escolha nossa e nós pensamos que o nosso melhor ainda está para vir e que somos demasiado jovens para Greatest Hits.

Recentemente ocorreram algumas mudanças no vosso line up. O que aconteceu?
O nosso bom amigo e baterista Ross aposentou-se da banda de forma amigável - não está preparado para percorrer o mundo durante alguns anos com o novo álbum. Quando Mark Down-Price saltou fora desta atual tournée na Europa, citando compromissos familiares, tivemos de encontrar alguém para substituí-los por forma a podermos cumprir os nossos compromissos. Ainda somos bons amigos. O que aconteceu depois foi além da nossa imaginação e não poderia ter acontecido nada melhor com os músicos que escolhemos. Temos Matt Bray na bateria que imprime um maravilhoso groove, swing e swagger e temos o regresso do nosso irmão Anthony Casey pra o baixo, ele que tocou nos nossos dois primeiros álbuns. Yeehaw! O filho pródigo de volta à equipa. Somos um grupo novo, com um espírito verdadeiramente familiar. E as senhoras, Kellie Fernando e Sarah Fagan (cujo cantar soul está presente em todo o álbum) são capazes de ir nessa tour pela Europa em agosto deste ano. Todo o show estará na estrada!

Os novos membros já tiveram a oportunidade de colaborar no processo de escrita do novo álbum? Como foi a sua adaptação?
Têm contribuído e gravaram duas músicas de um total de onze. Estou feliz porque tivemos a oportunidade de os ter a gravar para este disco para facilitar a transição. São dois elementos divertidos, de boa índole, senhores com atitudes muito positivas que, como nós, gostam de festa e tocar boa música! A adaptação foi completamente indolor, de facto, uma grande alegria. Sentimo-nos completos e estamos ansiosos por provar isso ao vivo. Whoop!

E prontos para regressar à Europa de novo? Que surpresas vão trazer desta vez?
Um baixista com uma barba maior que a minha? Castanholas! Verdade! (risos). Dois novos músicos e um line-up de seis elementos para o vosso prazer, incluindo as nossas duas senhoras encantadoras que chamamos de Dirtettes. Vamos levar a febre de sábado à noite a todos os dias da semana! Não haverá dois espetáculos iguais em toda a tournée, muitas das novas canções num espetáculo completo. Vamos mostrar por que razão Melbourne tem reputação de rock’n’roll em todo o mundo e vamos mostrar porque as pessoas pensam que os australianos são loucos.

Muito obrigado, Heath. Foi um prazer!| Queres acrescentar mais alguma coisa?
O nosso slogan: Go The Fckn Dirties! Vemo-nos no bar.

Comentários

DISCO DA SEMANA #47 VN2000: Act III: Pareidolia Of Depravity (ADAMANTRA) (Inverse Records)

MÚSICA DA SEMANA #47 VN2000: White Lies (INFRINGEMENT) (Crime Records/We Låve Records)

GRUPO DO MÊS #11 VN2000: Earth Drive (Raging Planet Records)