Guitarrista
dos prog rokers italianos Maieutica,
Matteo Brigo concretizou um sonho antigo e lançou aquele que é a sua primeira
experiência laboratorial, desculpem, o seu primeiro disco a solo. It Works! é um disco instrumental,
orientado para a guitarra e conceptual. Fomos conhecer as motivações deste
guitarrista italiano.
Viva Matteo! Como estás? Como é que esta criatura
que criaste ganhou vida?
Olá para todos! Por aqui tudo ótimo! Foi um trabalho
muito intenso porque tive que lidar com todos os detalhes do álbum. Quando tens
uma banda podes dividir as tarefas com os outros membros, mas aqui o caso era
mais complexo, mas também mais gratificante, porque tudo resultou como eu
queria. Tudo começou há muito tempo. Eu sempre quis criar um álbum instrumental
e tantas vezes comecei a trabalhar num, mas acabava sempre por empancar em algo
e desistia. Finalmente tomei a rédea da situação e disse: "É agora a
altura certa" e comecei a trabalhar nele a sério.
E definitivamente, funciona?
Espero que sim! Estou muito orgulhoso do resultado
final. Quase toda a gente que ouviu o álbum deu-me um feedback positivo assim... parece funcionar!
It Works! é, então, a tua estreia como guitarrista a
solo. Quando e por que decidiste que este era, efetivamente, a altura certa para
fazer um álbum como este?
It Works! é um sonho que se tornou realidade. Desde
que comecei a tocar guitarra que queria lançar um álbum assim. Até agora sempre
toquei e compus a pensar com a cabeça de outros. Tinha que pensar no som, melodia
e metas da banda e tive que adaptar o meu estilo e a minha forma de tocar. Tudo
foi ligado por compromisso. A certo ponto... kaboom... Algo explodiu! Comecei a criar algo que realmente
representam a música que ouço na minha cabeça.
Este é um álbum conceptual, mas sendo um álbum
instrumental, como é que trabalhaste o conceito?
Cada faixa é como um capítulo de uma história. Alguns
momentos envolvem reflexão e contemplação, outros são ação pura. Tentei
processar a melhor música de acordo com a história. É uma história de ação de
modo que o álbum é muito brilhante e agitado, mas há momentos mais introspetivos
e filosóficos como a última música. Aqui os personagens, após uma viagem no
tempo, paradoxos e aventuras estranhas voltam tempo presente. Mas será
realmente assim? Tudo o que mudaram no passado também poderá ter mudado o seu
tempo presente. É assim que começa Who
Knows, uma música progressiva, que é diferente do modo fascinante e
cativante do álbum. O processo criativo foi bastante simples também porque não
tinha que pensar nas letras. Um problema a menos!
O principal personagem é um cientista louco. Podes
falar um pouco sobre ele?
Tive a ideia de tocar com um vídeo jogo antigo, Day Of The Tenctacle, uma história de
ciência estranha, uma das histórias mais surreais e engraçadas que conheci. Génio
puro! O pano de fundo do jogo está cercado por invenções malucas deste
cientista louco como máquinas do tempo, monstro do tentáculo e outros materiais
estranhos. Esse é o lugar onde tudo começa. Adicionei algumas caraterísticas e
detalhes da década de 80 de filmes que gosto como Back To The Future, Ghostbuster
e muitos outros. O cientista louco é uma espécie de alter-ego meu, porque gasto
muito do meu tempo no laboratório a tentar trazer à vida um estranho material
musical encantador. Tudo irónico!
Musicalmente este é um típico álbum de guitar hero dos anos
80/90. Quais são os nomes (guitarristas ou não) que mais te influenciaram?
Adoro o shred
dos anos 80 e anos 90 e estou sempre a tentar descobrir novos álbuns dessa
idade de ouro. Ao mesmo tempo, tento estar atualizado sobre as novidades nesta
área. Certamente queria recriar a essência happy-go-lucky
dos clássicos, Steve Vai e Joe Satriani, mas a lista é muito longa: Van Halen,
Marty Friedman, Vinnie Moore, Paul Gilbert, Yngwie Malmsteen... Falando de
bandas, o meu ponto de referência, está muitas vezes ligado ao heavy metal e hard rock. Mas tenho que ouvir material novo que vou descobrindo e
tento absorver os inputs de muitos
estilos musicais diferentes.
Falando de influências, há também algumas de filmes
de culto, como aliás já mencionaste. Quais os que tiveram maior relevância para
ti?
Eu sou um fanático dos filmes dos anos 80! Comédia, fantasia,
ficção científica! Tudo era grande nos anos 80! Sou inspirado principalmente
por Back To The Future, Weird Science ou Querido, Encolhi os Miúdos. Mas gosto de todos os filmes com
Michael J. Fox ou Arnold Schwarzenegger, ambos verdadeiramente inspiradores do meu
mundo innerd.
Para além deste trabalho a solo, também és membro
da banda de rock progressivo Maieutica. De alguma forma os dois trabalhos se
interligam?
Não, não estão interligados. Maieutica tem um estilo
diferente, mais obscuro e mais complexo. Quando componho material novo para os
Maieutica tenho de banir a ironia e a leveza, porque os seus movimentos poéticos
e musicais agem em áreas diferentes. Além disso, é uma banda de verdade, com um
cantor e com letras profundas e filosóficas. Depois de anos a tocar esse tipo
de música senti a necessidade de fazer algo relacionado com a parte irónica e
ensolarada de mim.
E com um álbum lançado ainda este ano, R.E.S.. Podes falar um
pouco deste disco?
R.E.S. é álbum de rock progressivo com influências metal e alternativas, cantado em italiano. Todo o álbum roda em
torno de viagens e movimentos interiores e exteriores. Há influências exóticas nas
melodias e muitas atmosferas diferentes. Tentamos experiências interessantes e
uma série de diferentes estilos, mantendo intacta a nossa marca. Estou muito
orgulhoso de canções como Primo Contatto
ou Maelstrom. É completamente
diferente de It Works!. R.E.S. é uma viagem onírica e sonhadora;
It Works! é uma descarga de
adrenalina, uma louca aventura no espaço-tempo!
E a respeito de próximos projetos?
Estou sempre a compor novo material para Maieutica ou para
o meu projeto a solo. Adoraria levar It
Works! para palco e estou à procura de uma banda completa. Também estou a
trabalhar num novo videoclip e espero
lançar algo entre setembro e outubro. Sigam o meu canal do youtube, a ser constantemente atualizado.
https://www.youtube.com/user/MatteoBrigo
Muito obrigado, Matteo! Queres acrescentar mais
alguma coisa?
Muito obrigado! Para mais informação ou detalhe sobre
o meu trabalho, por favor, acedam a www.matteobrigo.com. Obrigado a todos que
lerem esta entrevista e vemo-nos em breve neste mundo musical mágico!
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