Nada melhor que uma banda ter o seu
próprio espaço para explorar o seu som. Então quando essa banda compartilha
esse espaço com… fantasmas fixes, a coisa melhora substancialmente. Falamos dos
Vaudeville Etiquette que assinam o segundo álbum baseado no infame Aura Vista Motel – motel em Seattle que
serviu de nome ao disco. Confiram todas as histórias na pessoa da vocalista Tayler Lynn.
Olá Tayler! Muito obrigado pela disponibilidade. Como surgiram os Vaudeville
Etiquette e como aparece este nome do coletivo?
Bradley
e eu conhecemo-nos numa escola de música em Seattle, depois, mudamo-nos para
Los Angeles por algum tempo, onde os Vaudeville Etiquette oficialmente
começaram, como duo. Encontramos o nome num slide
de um filme antigo da era do cinema mudo escondido num canto mágico de um bar histórico
em Los Angeles. Voltamos a Seattle onde tínhamos deixado uma cena próspera e
uma comunidade apertada de músicos. A partir daí, evoluímos para o quinteto
Vaudeville Etiquette que somos hoje.
Sendo
vocês de Seattle, a cidade que deu ao mundo o grunge, ainda há, hoje em dia, ligações a esse movimento?
Absolutamente.
Tivemos o prazer de trabalhar com a lenda de Seattle Barrett Martin (dos
Screaming Trees, Mad Season, Walking Paper) como produtor do nosso primeiro
álbum e ele trouxe Jack Endino para as misturas. São ambos pessoas muito
responsáveis por aquilo que se chamou de "som de Seattle" e tê-los
a melhorar o nosso projeto foi uma verdadeira honra. Uma das grandes coisas a
respeito da cena de Seattle é que os músicos jovens e menos jovens estão sempre
à procura de colaborar, apoiar e encorajar uns aos outros. Há um verdadeiro
espírito de camaradagem por e isso ajuda muito a música que sai da cidade.
Depois
de dois anos em tournée, poderemos
afirmar que foi a melhor preparação para este novo álbum?
Trabalhamos
com Shawn Simmons (Head And The Heart) como produtor de Aura Vista Motel e ele
foi fantástico em conseguir compilar todas as ideias que trazíamos da estrada num
álbum e conceito coeso. Eu diria que a nossa melhor preparação foi sair com
Shawn... e comer muita pizza.
O que
trazem de novo para Aura Vista Motel,
em comparação com a vossa estreia?
Debutantes & Dealers foi o nosso primeiro longa-duração e tem um som muito honesto, muito
fiel à vida, porque queríamos ser tão autênticos quanto possível nessa primeira
experiência. Experimentamos muito ao vivo e fizemos poucos takes o que contribuiu para essa sensação vibrante e de frescura. Queríamos
expandir isso neste segundo disco, Aura
Vista Motel, mas também empregar as coisas que tínhamos aprendido a tocar
juntos, nas tournées e nas gravações
dois anos antes de Debutantes &
Dealers. De certa forma, Aura Vista Motel
é como uma versão mais sofisticada de Vaudeville Etiquette. Queríamos a assumir
mais riscos, para sermos um pouco mais elétricos e crocantes. Desde o início,
Simmon sugeriu que o som deste álbum era como "os Vaudeville Etiquette com
as luzes apagadas" e nós fomos atrás disso.
Pegaram
no nome de um infame motel de Seattle. Tiveram alguma experiência estranha por lá?
Definitivamente
há algumas coisas estranhas que acontecem, de vez em quando, com as luzes, ou
coisas estranhas que aparecem e desaparecem nos corredores, mas nunca me senti
assustado. Penso que qualquer que seja a energia que ronde no motel é
benevolente. E acho que eles gostam do barulho que fazemos e da festa e diversão
que temos. Tem sido muito bom ter o nosso próprio espaço para explorar
livremente, ter o nosso tempo, e ter um espaço seguro para correr riscos com a
nossa música. Muitas bandas não têm esse privilégio pois têm de compartilhar um
espaço ou alugá-la. Temos muita sorte em sermos capazes de continuar a
construir coisas no nosso próprio espaço sagrado... com fantasmas fixes!
Aura Vista Motel é um álbum composto de várias histórias em
formato de música. O que mais vos inspirou a escrever?
Na
medida do fio temático, o álbum é centrado no motel. Há uma tal dicotomia nesse
conceito, com um motel a servir de abrigo seguro, mas também um terreno fértil
para os problemas. Este apela à dinâmica da banda, ao nosso gosto e ao nosso
estilo. Há uma linha
em Empty Hands, que diz when we tire of the pictures, we’ll just
move to a different room. E isso é exatamente o que o
guarda-chuva do motel nos permitiu fazer; poderíamos dizer histórias diferentes
em salas diferentes, a mover-se por toda parte, mas unidas sob um teto pouco
sórdido.
Estão
a preparar alguma tournée para
promover este álbum?
Andamos
em tournée, em apoio a este álbum, em
redor do Pacífico noroeste, na Primavera deste ano, dirigindo-nos para a costa
oeste no final do verão/outono, e, em seguida, para a Europa neste inverno. Andar
em tournée, é uma das melhores coisas
de estar numa banda, porque é um grande afastamento da vida normal. É sempre
uma nova aventura e sempre a fazer sentir como se estivéssemos a viver num
diferente plano do tempo de todo mundo.
Projetos
que têm em mente?
Iremos
reservar algum tempo este outono para começar conceitos e demos para o álbum número três. Fiquem atentos!
Muito
obrigado, mais uma vez! Queres acrescentar mais alguma coisa?
Muito
obrigado, Via Nocturna. Esperamos ver-vos e aos vossos leitores nos espetáculos
durante a nossa tour europeia em fevereiro
de 2017!
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