Em
silêncio no que diz respeito a material original, o regresso dos Smartini foi
muito saudado. Mas este EP de 4 temas intitulado Liquid Peace não deve ser visto como uma obra em solitário, já que
a banda já prepara novo material para breve como nos confidenciou João Paulo
Duarte.
Olá! Obrigado pela disponibilidade! Em
termos de discos não há nada desde 2007, mas tem estado sempre ativos não é verdade?
Existem caraterísticas que
são inerentes à nossa formação enquanto banda. Somos talvez perfecionistas,
parcimoniosos na composição, exigentes no processo e por isso o produto final
torna-se demorado. Por momentos a evolução que a música levou, fez-nos pensar
que estávamos “fora” e embora nunca fosse esse facto que nos demovesse e nos
impedisse de trabalhar, contribuiu para que nos voltássemos para “dentro”, e
como que num processo autista nos fechássemos. Foi um período de produção de
igual forma, pois hoje temos registos daquilo que se podem chamar “embriões
musicais”, ou “ideias na gaveta” e que serão a base do que futuramente iremos
apresentar. Parece que o tempo está agora a nosso favor, e assim, os smartini
poderão agora com Liquid Peace,
mostrar o que sempre foram. Claro que a vida familiar e profissional intensa de
cada um, também teve a sua cota responsabilidade neste hiato temporal, mas com
uma gestão cuidada das nossas agendas, queremos muito ficar presentes no
panorama alternativo da música portuguesa, fazendo aquilo que mais gostamos.
Quando sentiram necessidade de voltar a
gravar?
Gravar um
trabalho poderá parecer o princípio de tudo, mas na verdade consiste no fecho
de um ciclo. Neste momento os temas estão gravados, no entanto tudo volta ao
princípio que consiste na necessidade de os apresentar ao público. Esta fase é
importante para darmos por concluído um trabalho e pensar imediatamente na
composição de novos temas.
Este EP de 4 temas é uma obra isolada ou o
precursor de algo maior a caminho?
O processo de composição
dos nossos temas é pouco ortodoxo. O EP é
formado por quatro temas cuja correlação entre eles é pouco visível. Podemos
mesmo considerar que dentro de cada tema parece não haver conexão entre as
frases. A ligação só se dá após uma análise cuidada. Este EP não será visto
como uma obra isolada visto que existem muitos temas que deverão ser preparadas
para uma próxima edição.
O que, nesta altura, diferencia os Smartini
do tempo de Sugar Train?
Muito e nada. Somos os mesmos quatro
elementos de sempre que vão mantendo as mesmas influências, apesar de sermos
permeáveis às sonoridades que vão surgindo no panorama musical. A diferença
reside essencialmente no facto deste trabalho refletir mais aquilo que somos. Sugar Train teve um trabalho de produção
elaborado e apesar da boa crítica, nunca conseguiu demonstrar aquilo que
pretendíamos transmitir. Isso deixou algum desconforto na banda. Neste ponto, Liquid Peace apresenta uma sonoridade
idêntica ao que somos ao vivo e no nosso constructo do que idealizamos como
banda.
Como definiriam o vosso som, para quem não
vos conhece?
Somos
assumidamente uma banda cujo Rock'N'Roll
é a base. Depois provavelmente alternativo/Indie será o separador mais consensual.
Quando surgiu o álbum Sugar Train,
encontrávamos o disco nas estantes da música alternativa.
Projetos ainda para cumprir nos próximos
tempos? O que têm em mente?
Atualmente estamos focados em preparar da melhor forma
possível os próximos espetáculos. O que esperamos que venha sinceramente a acontecer
será a gravação de um álbum ao longo do próximo ano.
Mais uma vez obrigado! Queres acrescentar
mais alguma coisa?
Gostaríamos de agradecer todas as pessoas que nos têm dado
apoio neste projeto. Aos estúdios Sá da Bandeira e aos fredericos pela
realização dos videoclipes.
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