Apesar do nome
nos remeter para os Primus, a banda esclarece que não são influenciados pelo
som dos americanos, mas apenas por uma das suas personagens. Nascidos em 2012
em Vila Nova de Famalicão, estes quatro amigos assinam um álbum de estreia que
viaja pela sonoridade suja do rock e agitada do funk.
Como surgem os
Tommy The Cat? O que vos motivou a erguerem este projeto?
Tommy the Cat surge de
uma longa amizade, pessoal e musical, entre os elementos da banda. Podemos
dizer que Tommy the Cat é a nossa second
life. A dada altura sentimos a necessidade de fazermos algo criativo, algo
que nos permitisse extravasar da realidade dos dias, e do jugo das regras e
leis da boa conduta.
Qual era o
vosso background musical antes de iniciarem esta caminhada?
Todos tivemos
participações em vários projetos. O Nuno foi membro fundador dos Alison
Bentley, banda punk com vários prémios
nacionais. Enquanto os 3 restantes (Rui Pedro, Luís e Márcio), vinham em
conjunto de um projeto de ska,
Ghajdah. Depois com o fim destes projetos, podemos dizer que tivemos uns anos
sabáticos. E de uma forma muito natural
surgiu a necessidade de fazermos música juntos, de estarmos ativos, de musicar
todas as mudanças que fomos sofrendo quer a nível pessoal como musical.
A canção dos
Primus teve alguma influência na escolha do nome?
Pois, não temos muito
por onde fugir a essa pergunta. Pode dizer-se que sim, foi uma personagem que
muitas vezes nos acompanhou naquela coisa estranha que era os walkmans e discmans. Não sendo nós propriamente fãs dos Primus, eramos dessa
música, ou melhor, eramos da personagem criada por eles, Tommy the Cat. Este
excerto da letra era o resumo do que sentíamos, do que exprimíamos em cada
canção que fazíamos,
“Truly a wonder of nature, this urban predator!
Tommy the cat had many a story to tell”
Esta oportunidade que
tínhamos de dizer musicalmente o que nos corria nos nervos, mais a essência
maléfica que envolvia a personagem, foi o suficiente para assumirmos o
compromisso de juntarmo-nos a ela, e dar-lhe vida.
Acabam também
por ser eles próprios uma influência para a banda?
Não podemos dizer que o
seja. Apenas lhes roubamos uma personagem que achamos que merecia muito mais
que uma música.
Já agora, que
outras sonoridades também vos inspiraram/influenciaram?
Creio que nos podemos
considerar ecléticos musicalmente, e o som dos Tommy the Cat acaba por deixar
transparecer isso. Mas não podemos esquecer de onde vimos, somos filhos do rock da nossa geração, o grunge. Mas para além de
qualquer rótulo, gostamos de música com atitude, seja punk, funk, reggae, metal, o quer que seja. O que tentamos fazer no som dos Tommy the
Cat é aproveitar esses meios musicais todos para nos exprimirmos da melhor
forma possível.
Como estão a
vivenciar esta experiência do lançamento deste primeiro álbum? Falem-me da
gravação de The Cot. Como foi
essa experiência?
Tem-se revelado uma
experiencia incrível. Como tinha dito anteriormente, o juntarmo-nos para fazer
música foi completamente descomplexado, sem nenhuma ideia pré definida do que
íamos propriamente fazer, apenas queríamos fazer canções. Criamos o “monstro” e
agora divertimo-nos nos a vê lo crescer. Tem sido gratificante toda esta
caminhada, desde a pré produção, aos dias exaustivos em estúdio e agora por fim
a reação de todos os que ouvem o álbum, que tem sido muito positiva e
gratificante. No processo de gravação e produção tivemos a grande ajuda do
Paulo Miranda do Amp Studio, que nos orientou durante toda esta caminhada. Foi
uma experiência muito enriquecedora para nos, tanto como músicos como para a
evolução do próprio projeto.
Que objetivos
se propõem atingir como banda, não só com este álbum, mas também em termos
futuros?
Tommy the Cat alimenta-se
da química entre banda e público. Por isso o nosso grande objetivo e propósito
é mesmo esse, queremos tocar, queremos palco. Tudo o resto vem por acréscimo. Não
fazemos planos a longo prazo, para nós o importante é o hoje, e acima de tudo
não deixar ficar nada por dizer.
Em termos líricos que mensagens principais são tratadas
na vossa música?
Para falar dos temas, letras e música de Tommy The Cat, os
sentidos despertam e trazem ao de cima os vários sentimentos que são
transmitidos através de toda a sua sonoridade. Cada música tem
a sua diferente vida e interpretação. Todas falam do quotidiano, das vivências
e experiências nas quais nos revemos e passamos, desde as aventuras de
malandragem saudável, as aventuras sedutoras e amorosas, despedidas saudosas
que nos ficam... O álbum num resumo só de histórias, descreve-nos a beleza de
viver, o gosto e o prazer no que fazemos. Faz-nos valorizar a amizade e o amor,
sentir na alma o rock´n´ roll com
festas de amor e prazer que se prolonga pela vida.
The Cot está a ser muito bem recebido por parte dos
responsáveis dos bares e dos programadores de festivais. Começamos a tour em outubro e já fechamos o mês de
janeiro. Estamos com a esperança que seja um ano de estrada, bons concertos e
boas histórias. O espetáculo em si não será supresa para quem nos conhece,
porque sabem que não há outra forma de nos apresentarmos ao vivo, a entrega e a
atitude será a mesma de sempre.
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