Richard Niles
tem um longo passado na história da música mas o seu último projeto é
verdadeiramente colossal. A big band
Bandzilla assina Bandzilla Rises onde
25 músicos e cantores (incluindo Leo Sayer e Randy Brecker) de quase todo o
mundo colaboram para a criação de uma obra grandiosa de jazz-fusão. O mentor deste
projeto, Richard Niles, contou-nos tudo a seu respeito.
Olá Richard, obrigado pela disponibilidade. Como
nasceu este projeto Bandzilla?
Em 1985 fiz os arranjos de Slave To The Rhythm para o produtor Trevor Horn. Usei uma grande
orquestra e uma big band de jazz tradicional a tocar uma combinação
de bebop e funk. Esta foi sempre a minha marca registada de técnica de
escrita. Um dos músicos da sessão, Guy Barker, pediu-me para começar a minha
própria big band. E eu disse que
faria isso se ele montasse os espetáculos.
Como surge este nome Bandzilla?
No álbum de Grace Jones, Trevor Horn chamou-nos The Big Beat Colossus. Mas a sua
companhia não permitiu que usássemos esse nome, assim surgi com uma big band de músicos monstruosos, BANDZILLA.
É um projeto com muita gente envolvida. Como é
feita a gestão de tantos músicos?
Estudei composição de jazz e arranjos no Berklee College of Music. Tenho trabalhado como
produtor e compositor profissional desde 1975, trabalhando com grandes
conjuntos. A orquestra é mais o meu instrumento do que a guitarra.
És o único compositor ou colaboras com outros
músicos nesse trabalho?
Escrevi as músicas e as letras de todo o material, com
exceção de Stone Jungle, que escrevi
com a diva da soul Deniece Williams.
Mas todas as faixas são colaborações com músicos verdadeiramente surpreendentes
com quem tive a sorte de trabalhar. Um pedaço de papel manuscrito permanece em
silêncio até que os músicos inspiram vida nele.
Consideras este o teu trabalho mais ambicioso até
agora? Por quê?
Este é o meu melhor e mais ambicioso trabalho por
causa do número de músicos talentosos e cantores que gravaram em todo o mundo. Ter
grandes artistas como Leo Sayer, que teve 16 top 10 hits e Randy Brecker, que é um dos artistas mais influentes
na história do jazz, é um prazer que
não posso expressar com palavras. Também é importante salientar que todos os
músicos deram os seus serviços pelo gosto pela música. O álbum teria sido
impossivelmente caro se eu tivesse que pagar. Este facto faz-me ainda mais
grato.
Assim, como descreverias Bandzilla Rises, nas tuas
palavras para quem não vos conhece?
Bandzilla é mais facilmente descrito como jazz-fusão. Não vejo diferença entre
estilos. É tudo música. Por isso misturo livremente funk, soul, rock, jazz, latin e elementos
clássicos. Quero contar histórias e usar o estilo de música que melhor expressa
o tema da peça.
Como decorreram as sessões de gravação?
O álbum foi gravado na Califórnia, Inglaterra,
Escócia, Espanha e Austrália. Os músicos foram uma mistura internacional de
brasileiros, ingleses, escoceses, americanos e polacos. Foi gravado peça a
peça, ao longo de um período de 2 anos, dando-me a oportunidade de trabalhar
intimamente com cada músico.
Haverá hipóteses de levar este projecto para palco ou
será apenas um projeto de estúdio?
Novamente, e infelizmente, é uma questão de dinheiro.
Colocar uma banda de 25 elementos no palco é uma proposta cara, portanto estamos
agora a trabalhar no sentido de arranjar financiamento para fazer isso.
Em que outros projetos estás envolvido atualmente?
Sou produtor/compositor profissional desde 1975 e
trabalhei com alguns dos maiores artistas da história, incluindo Paul
McCartney, Ray Charles, Tina Turner, Cher, Michael McDonald, James Brown, Pet
Shop Boys e Tears For Fears. No jazz
trabalhei com Pat Metheny, Bob James, John Patitucci e Bob Mintzer. Como podes
imaginar, BANDZILLA levou muito do meu tempo. E ainda estou a trabalhar
arduamente na promoção do álbum. Também faço outro trabalho comercial. De
momento, estou a organizar um novo projeto para Paul Carrack. Também ensino e
faço masterclasses em faculdades. Sou
muito ocupado!
Obrigado Richard. As últimas palavras são tuas...
Este projeto foi um trabalho de amor. Viverá ou
morrerá dependendo se o público comprar ou não os discos a partir do nosso site, www.bandzilla.net. Assim sendo, estou
feliz que a Via Nocturna nos esteja a dar a oportunidade de espalhar a palavra.
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