E de
repente, bem à moda antiga, de uma vila antiga, no interior do país, surge um click para um grupo cheio de imaginação que assina um disco dos diabos! Pedro Maia e Rafael Pereira foram os dois clickers que falaram com Via Nocturna a respeito
deste incrível projeto!
Olá,
tudo bem? Quem são os Click? Quando se deu o click para erguerem este projeto?
Olá. Tudo bem,
esperamos que com vocês
também. Os Click são um grupo de jovens de Figueira de Castelo Rodrigo,
distrito da Guarda, e que cresceram com uma mensagem dentro deles, sentindo
hoje a vontade de a transmitir. O "click" deu-se pela altura do nosso
décimo ano de escolaridade, ou seja, no ano de 2010, quando o Rafael e o Marco
se juntaram, achando que seriam capazes de criar algo que desse frutos.
O
nome Click pode ter diversos significados. No vosso caso significa o quê?
Começou por ser
Click4Play, quando éramos quatro membros, e era daí que se extraía o sentido do
nome, mas ao longo da nossa vida enquanto banda achamos por bem remover o
4Play, algo que na brincadeira nós chamámos
o “eliminar dos preliminares”, devido à semelhança
com a palavra inglesa que dá nome às mesmas. No nosso caso, é o "click" que esperamos fazer na cabeça
dos nossos ouvintes que originou a vontade de manter o dito Click.
Mas
este é um nome algo complicado, quando se trata de procurar na net. Pensaram nisso?
Não, nunca.
Podem
falar um pouco da vossa história até agora?
Conhecemo-nos
quase desde sempre, mas quando nos aproximámos a sério é que
tivemos o desejo de fazer música juntos. Crescemos juntos a tocar covers na discoteca Auritex em Figueira, onde passávamos a maior parte dos nossos dias
e noites, achando que o mundo era nosso; tempos mais simples, no fundo. Depois
de algumas peripécias e mudanças de membros, que ainda recordamos com carinho,
chegámos à formação
atual. Desde aí, corremos o paíss de lés
a lés, sempre a fazer concertos e a conhecer novas
pessoas. Sentimos que esta era a altura perfeita para gravar um álbum, e cá está ele.
Qual
é background musical dos
elementos da banda?
Todos nós
tínhamos alguns conhecimentos musicais, mas poucos, e fomos aprendendo em
escolas de música da vila ou na internet.
Só quando fomos para a faculdade é que
começámos verdadeiramente a crescer: o Pedro começou a estudar num curso de Jazz e tornou-se um fenomenal músico,
sendo quase todas as composições dele, e as que não são, foram arranjadas por
ele; o Rafael entrou para uma tuna, a TAFDUP, onde também aprendeu muito,
especialmente a cantar; o Rui aprendeu com o Pedro e cresce cada vez mais a
olhos vistos; o Marco todo ele é trabalho
e dedicação, admirável aliás, mas, sobretudo, o amor ao grupo fá-lo querer ser
sempre melhor.
Disponível já desde o final do ano
passado está o vosso álbum de estreia. Já têm feedback da forma como está a ser feita a receção e reação?
O nosso álbum é uma espécie de "esquizofrenia musical",
contando com os mais variados estilos de música, porque a nossa própria intenção seria agradar ao maior
número de pessoas possível e também mostrar o que nós cremos ser uma certa
versatilidade e flexibilidade musical. Com essa intenção, parece que tudo
resultou, e temos tido um forte apoio, e a vossa review foi a nossa melhor crítica até agora, e desde já agradecemos. E de resto, sim,
temos tido um feedback muito
positivo.
Como
o descreveriam nas vossas próprias palavras?
É um desejo
muito antigo realizado, um sonho. No fundo de tudo, é uma mensagem, e é isso o importante sobre este álbum.
Sei
que gravaram em Viseu, certo? Como decorreram as sessões? Sentiram algum tipo
de dificuldade?
Exactamente, no
Estúdio Produsom. A maior dificuldade foi acertar as disponibilidades de todos
os membros, porque, de resto, o trabalho de Paulo Lima, dono do estúdio, fez
tudo voar e as sessões eram animadíssimas.
Porquê
a escolha do título À Moda Antiga?
Porque todo o CD
já não é desta
época. Quiçá, nem nós próprios nos sintamos desta época, e quisemos ir buscar
vários tipos de música que brilhavam no passado para trazer um pouco do
antigamente para os dias de hoje.
Marionetas (Ao Vento) é o primeiro single/vídeo retirado deste álbum. Que critérios estiveram na base da escolha
deste tema para vossa apresentação?
Cada vez que o
Rafa escreve e o Pedro compõe, dizemos sempre que é a melhor música que compusemos até ao momento, e ficamos sempre muito entusiasmados,
e "Marionetas" calhou ser a última, e também a mais adaptável a um
vídeo, por ter uma mensagem que espelha bastante a realidade sociopolítica atual,
e portanto é uma
mensagem com que as pessoas se relacionam facilmente.
Em
dez temas, dois são em inglês. Como se sentem melhor e esta dualidade
linguística será para continuar?
O Rafa, não
aprecia escrever em inglês, mas às
vezes sai-lhe e nesses momentos sente que deve fazê-lo. Not A Really Good Time e Discotime
saíram e amadureceram, e achámos por bem não as deixar de fora. Para o futuro, é provável que o inglês desapareça.
O line up apresentado no CD é ligeiramente diferente do que aparece no vosso facebook. Que alterações ocorreram?
Como dissemos
anteriormente, o alinhamento do grupo mudou bastante, com reduções, trocas e
adições. Já tivemos o Hugo Fonseca no baixo, e depois juntaram-se a Maryna e o
Rui, formação que gravou o álbum. Hoje, a Maryna também já não faz parte do
grupo. Não aconteceu nada de especial nem de dramático, foi simplesmente a vida
a seguir em frente.
Também
se pode verificar no vosso disco que apoios não têm faltado, mesmo em termos de
entidades autárquicas como o município e juntas de freguesia. Para uma banda do
interior é importante este tipo de apoios?
Muito, é de enorme importância. Sem eles, este passo
continuava a ser apenas um projecto.
Por
falar em interior, sentem que estão um pouco longe dos grandes centros de
decisão ou nem por isso?
Não de todo.
Estudamos todos fora, o Rafael e o Rui no Porto, o Pedro em Lisboa, e o Marco
na Guarda, e já temos contactos com diversas pessoas, culturas e actividades, e
isso dá-nos uma crescente vivência
para escrever sobre temas. De resto e do passado, viver em Figueira nunca nos
afastou de nada, sentimo-nos até privilegiados
de podermos ter crescido em tão bom local, pacato e tranquilo e com a
quantidade de movimento e informação certa.
Quais
são os vossos planos para o futuro enquanto banda?
Escrever,
compor, olhar para aquilo que há e falar sobre isso de um modo apelativo e
animado. E crescer, sobretudo. Expandirmos tanto os nossos projetos como as
nossas mentes. Melhorar é uma
necessidade fáctica, mas nada nos vai impedir de continuar a dar música a quem
nos quiser ouvir.
Obrigado!
Querem acrescentar mais alguma coisa?
Um grande
obrigado pela vossa atenção é o
melhor acrescento a fazer-se. Para quem nos lê, aconselho que nos oiçam; não pedimos porque não
se pode pedir a ninguém para ouvir algo que não queira, mas é um conselho em tom de pedido. Penso que, nas
nossas palavras, será só isto. Muito obrigado.
Muitos parabéns!
ResponderEliminarUm beijinho grande 😚