Review: Infinite (Deep Purple)

Infinite (Deep Purple)
(2017, earMusic/Edel)
(5.5/6)

Falar de Deep Purple e de alguns dos seus álbuns é sempre complicado para nós porque este é um dos grupos históricos, com os quais crescemos e há sempre a tendência para misturar a emoção com a razão. Mas falar de qualquer álbum novo dos britânicos, neste caso, Infinite, afigura-se um pouco mais fácil, porque o que os Purple de hoje nos trazem é uma recriação dos seus melhores tempos. Isto é, Infinite está claramente dentro dos parâmetros de qualidade exigido a um grupo com a dimensão dos Purple e composto por músicos desta grandez. Significa isso que Infinite se aproxima do que de melhor a banda fez, nomeadamente nos anos 70, com o uso primordial das suas estruturas e arranjos típicos. E Infinite tem uma sonoridade global perfeitamente setentista. Claro, já lá não estão Ritchie Blackmore nem Jon Lord, mas acreditem que (pelo menos no caso do teclista), o fantasma de Lord deve ter encarnado em Don Airey! E naturalmente, também, Steve Morse está perfeitamente à altura das exigências, sacando solos brilhantes à sua guitarra. Agora, claro, nota-se algum cansaço na voz de Gillan - nem outra coisa seria de esperar, aliás - e nota-se também alguma dificuldade em descolar de um passado glorioso. Mas a banda esforça-se nesse sentido e até procura futurizar o seu som, pelo menos a atender pela utilização de vocais sintetizados em Time For Bedlam e Birds Of Prey. E por outro lado procura entrar por campos menos óbvios como sejam as referências progressivas de uns The Flower Kings ou The Tangent na trovadoresca The Surprising ou de Pink Floyd ou mesmo Wishbone Ash em Birds Of Prey. Os melhores momentos, no entanto, são conseguidos quando os Deep Purple são apenas… Deep Purple. O swing de All I Got Is You é brutal; o honky tonk de One Night In Vegas é delicioso. O resto, seguramente não defraudará os inúmeros fãs da banda. Uma palavra final para a forma como reconstruiram esse tema icónico do blues rock que é Roadhouse Blues dos The Doors. Temos aqui uma versão verdadeiramente magistral… e acreditem que se há tema onde é quase impossível fazer melhor que o original é este. E os Deep Purple conseguiram-no!

Tracklist:
1.      Time For Bedlam
2.      Hip Boots
3.      All I Got Is You
4.      One Night In Vegas
5.      Get Me Outta Here
6.      The Surprising
7.      Johnny’s Band
8.      On The Top Of The World
9.      Birds Of Prey
10.  Roadhouse Blues

Line-up:
Ian Paice – bateria
Roger Glover – baixo e vocais
Ian Gillan – vocais
Steve Morse – guitarra, vocais
Don Airey - teclados

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Edição: earMusic/Edel    

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