Entrevista: The Psycho Tramps

O punk rock português está, definitivamente bem entregue, como prova os mais recentes lançamentos do género, nomeadamente Silk Gloves On Hard Boys, sucessor de I’ve Met Satan dos algarvios The Psycho Tramps. Miguel Roque, vocalista do coletivo voltou a falar com Via Nocturna, agora a propósito deste novo registo.

Olá Miguel, tudo bem? Como foi vivido pela banda o período pós-I’ve Met Satan? Muita estrada?
Desde já obrigado pela paciência de nos entrevistares, num mundo de frenesim cibernético ainda há pessoal que pára para falar sobre música.   Depois do lançamento do I’ve Met Satan ainda demos uns concertos valentes no Algarve, Alentejo, Região de Lisboa, Espanha, só não fomos ao Norte/Centro, mas iremos quebrar essa barreira depois do Verão.

Quando começaram a preparar este novo disco?
Foi quase imediatamente após o lançamento do I’ve Met Satan, já tínhamos umas faixas meio alinhavadas, depois fomos adicionando outras que surgiram.

Mudaram alguma coisa, na vossa forma de trabalhar, em relação ao trabalho anterior?
Nada, tudo igual, sempre o mesmo processo, eu escrevo as letras, na maior parte das vezes o Zé (guitarra ritmo) traz umas melodias depois a malta toda ajuda ao produto final.

Mantém a mesma equipa. Isso é importante para a estabilidade, naturalmente. Pode dizer-se que a amizade entre vocês é mais forte que tudo o resto?
Eu digo sempre que uma banda é como uma relação amorosa, há dias bons há dias maus e há dias em que queres matar alguém e enterrar no mato…

Podes explicar-nos a origem e/ou significado do título deste vosso novo álbum?
Eu creio que o título define um pouco a nossa sonoridade e atitude em palco. Silk Gloves representa a melodia e um pouco o glam, on Hard Boys simboliza os rasgos de agressividade e o facto de darmos tudo em palco.

E deste álbum já têm um vídeo para o tema Number One. Porque a escolha desta música?
Foi uma escolha democrática. Eu perguntei à malta qual era a faixa que queriam lançar em primeiro lugar, 3 disseram a Number One… siga!

Não há muita representação dentro deste género de punk mais sujo e selvagem, digamos assim, no nosso país. Sentem isso? A situação tem vindo a mudar ou nem por isso?
Existem algumas bandas que ainda mantêm a chama viva, os Clockwork Boys, os Parkinsons, Conan Castro and the Moonshine Pinatas, entre outros, mas infelizmente sentimos que sim, é um movimento um pouco “morto”. Nem percebo porquê, pois é tão divertido e vejo sempre no Facebook malta a postar vídeos de bandas de punk rock.

Agora que o trabalho já está cá fora, o que têm previsto para os próximos tempos?
Assim que o álbum saiu demos 2 concertos, um de lançamento, outro com  Toy Dolls, agora no Verão paramos sempre um pouco, está calor e o pessoal quer é esplanadas, mas de setembro até final do ano temos 4 concertos agendados.  Depois logo se vê...

Obrigado Miguel, queres acrescentar mais alguma coisa?
Um agradecimento à Dog City pelo apoio que nos têm dado. Comprem o álbum, senão ouçam apenas no bandcamp da banda, e se possível vejam-nos ao vivo. Keep underground music alive.

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