Entrevista: The Legendary

Acabaram de chegar de uma tournée e já se preparam para arrancar de novo. Desta feita vão fazer a primeira parte dos Pristine. A excitação no seio dos The Legendary deverá ser enorme até porque irão ter a oportunidade de apresentar o seu excelente Let’s Get A Little High a uma audiência muito mais vasta. O criador da banda, guitarrista e vocalis, Throsten Rock falou-nos de todos estes aspetos.

Olá Thorsten, como estás? Quem são os The Legendary? Importas-te de apresentar a banda aos rockers portugueses?
Viva! Somos uma banda alemã de Hard/Stoner/Southern Rock de Munique. Somos um quartet compost por mim, Thorsten Rock nos vocais e guitarras, Alexander Pozniak nas guitarras, Basti Philipp no baixo e Stefan Tönjes na bateria.

Podes falar-nos um pouco sobre a origem da banda e as vossa motivações para a criarem? E como tem sido a vossa viagem até agora?
Claro, eu morei nos EUA durante cerca de 8 anos e toquei em algumas bandas. Quando voltei para a Alemanha, quis continuar a tocar música. Na altura foi difícil encontrar um vocalista, por isso decidi que iria tentar cantar. Antes disso, apenas costumava tocar guitarra. Em 2014, comecei a banda com o baterista Stefan Tönjes. Naquela altura eramos apenas um trio. Gravamos o EP Pirates, e depois da nossa 7ª atuação, convidaram-nos para fazer de banda suporte de Tito & Tarantula na sua tournée europeia. Isso foi realmente incrível. Após a tournée, decidimos que queríamos ter uma segunda guitarra na banda, e foi aí que entrou o Alex. Basti juntou-se a nós no baixo e com esta nova formação gravamos Let’s Get A Little High com o produtor Max Schlichter da banda alemã Killerpilze. Também tivemos muita sorte em conhecer Oliver da agência 41065 que nos ajudou a obter um acordo de distribuição, apresentando-nos a uma excelente empresa de promoção e ajudando-nos com a próxima tournée com os Pristine. Ele empurrou-nos para um nível totalmente novo e nós estamos muito agradecidos por isso! Até agora, tem sido uma viagem incrível. Temos colocado muito trabalho e amor nesta banda e estamos superanimados que esteja a corer tão bem.

Dos três singles anteriores, dois acabaram por aparecer no álbum. O que aconteceu com Pirates?
Bem, Pirates foi o nosso primeiro EP. Como poderás ouvir, é bastante diferente do novo álbum Let’s Get A Little High. Gravamos Pirates na sala de ensaios dos Freedom Call e um amigo nosso fez a mistura e masterização. Pensamos em regravar o EP, mas depois decidimos que preferiríamos gastar tempo e dinheiro a gravar novas músicas, já que o nosso som mudou um pouco. Nós ainda tocamos, Gallows Tree, Hardrock Hotel, If I Was a Girl e I Wish I Had A Beer As Cold As Your Heart.

Como descreverias Let's Get A Little High, nas tuas próprias palavras, para quem não vos conhece?
Essa é sempre uma pergunta difícil! Acho que é uma boa mistura de músicas, onde percebes que os temas vêm da mesma banda, mas, ainda assim, são bastante diferentes uns dos outros. Há algum stoner rock, algum rock sulista, alguns sons de Seattle, e algumas baladas de rock clássico. Para ser honesto, inicialmente estava chateado. Todas as músicas que escrevo são tão diferentes entre si, que temi que isto ganhasse aquele sentimento de "compilação". Mas no final, descobriu-se que é exatamente isso que faz o álbum tão especial, uma vez que tem aquele sentimento de “não ouves uma música, ouve-as todas”.

Têm algum vídeo extraído deste álbum?
Sim, temos um vídeo para Half a Devil. Podem vê-lo no YouTube. O nosso amigo Axel König realizou e filmou o vídeo e ficou muito fixe. Queremos fazer mais vídeos, mas mesmo com muitos amigos a ajudar, não é barato. Mas estamos a trabalhar nisso.

Durante quanto tempo trabalharam na criação deste álbum?
Escrevi a maioria das músicas entre a nossa tour de 2015 e a primavera de 2016. Queríamos regravar I Wish I Had A Beer As Cold As Your Heart e colocá-la no álbum, mas até ao dia antes da entrada em estúdio, não encontrei uma maneira de reorganizar a música a meu gosto, mas, naquele dia, tive uma ideia para um riff e escrevi Let’s Get A Little High. Como acabei de a escrever no dia anterior à entrada em estúdio, no primeiro dia de estúdio, ninguém conhecia a música, pelo que gravamos a bateria para todas as outras músicas e fomos para a sala de ensaios praticar essa nova música antes de Stefan gravar a bateria. Acho que se adicionar todo o tempo a escrever as músicas, ensaia-las, gravá-las, tratar da capa, projetar o CD e as capas de vinil e tudo, nós trabalhamos nisto durante pelo menos 4 meses.

Como decorreu o processo de gravação?
Acho que estivemos cerca de 15 dias nos Weltraumstudios em Munique a gravar música. Foi uma experiência incrível! Max Schlichter, o nosso produtor fez um trabalho maravilhoso. Começamos com a bateria, depois adicionamos o baixo e as guitarras e, no final, adicionamos os vocais. As guitarras acústicas de Tomorrow foram gravadas no estúdio de Uwe Bossert dos Raemonn, uma vez que ele tem uma sala de som realmente muito boa e que funciona muito bem no acústico. Depois de toda a gravação ter sido realizada, Max e Corni Bartels passaram mais duas semanas a misturar e masterizar o álbum, e quando o ouvimos pela primeira vez, ficamos maravilhados com a forma como ficou com um som grandioso.

Terminaram, recentemente, a vossa tournée. Como decorreu?
Foi muito fixe! Tivemos todos os tipos de espetáculos. De um clube à segunda-feira com 20 pessoas até à multidão de um festival com 8000 pessoas. Essa foi a nossa maior audiência e ouvir 8000 pessoas a cantar as letras de Hardrock Hotel, arrepiou-me! Mas não importa o quão grande é o concerto. Estamos sempre superanimados quando as pessoas saem para nos ver e se divertirem.

Entretanto, em setembro, irão andar em tournée com os Pristine. Como está a ser preparada essa importante tour?
Sim! Estamos superanimados com essa tournée. Acho que vai ser algo especial, mas o nosso baterista não poderá estar connosco. Ele não tem tempo devido ao seu emprego, pelo que tivemos que arranjar um baterista substituto, Pribbe. Até agora, tivemos um ensaio com ele, é muito professional e basicamente estamos prontos para ir. Neste momento, algumas pessoas estão de férias, mas ainda deveremos ter mais dois ensaios antes da tour. Sentimo-nos prontos, e estamos ansiosos para tocar em algumas cidades novas onde nunca estivemos antes. E os Pristine são uma grande banda, portanto, estou convencido de que será uma experiência muito fixe.

Projetos para o futuro? Quais as tuas expetativas?
Bem, nesta altura, já estamos a escrever novas músicas e espero poder gravar um novo álbum nos próximos 12 meses. É um grande desafio financeiro que teremos que ultrapassar, de alguma forma. Tentamos não ter muitas expetativas e simplesmente continuar a fazer o que fazemos e ver o que acontece. Na verdade, gostaríamos de continuar, escrever música, fazer tournées e alcançar mais e mais pessoas. Veremos como será.

Muito obrigado, Thorsten! Queres acrescentar mais alguma coisa?
Obrigado! É uma honra para nós termos chegado até Portugal, e esperamos vir a ter a oportunidade de tocar no teu país nos tempos mais próximos.

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