Empenho e mudança são dois adjetivos que encaixa
bem no novo álbum dos bracarenses Grandfather’s House. Diving é o seu nome e
permite aos ouvintes uma viagem única pelo universo dos sentidos. Uma forma
única que Rita Sampaio explica ao longo desta entrevista.
Olá Rita! Novo álbum no mercado a mostrar uns
“novos” Grandfather’s House. Que diferenças são mais significativas em relação
ao vosso percurso até agora?
São muitas as diferenças. O tempo passa, as pessoas,
as vontades mudam com o tempo... É normal e bom sinal, que um projeto esteja em
constante mudança. A meu ver, significa evolução. Para além disso, a formação
desde o início que aumenta, isso muda muita coisa.
Como se desenrolou a criação deste trabalho? Que
sentimentos e/ou inspirações mais o afetaram?
Este trabalho surgiu com a oportunidade de uma
residência artística no gnration, aí começamos
a pensar na criação deste disco. Todo ele foi composto na nossa sala de ensaios
e depois disso partimos para o gnration
para a sua gravação e ensaios na Black
Box, sala onde apresentamos o trabalho. No período de composição, foi muito
o exercício que praticamos de ouvir música juntos, cada um de nós levou um
disco para todos ouvirmos e discutirmos ideias. O ponto de partida foi fazermos
um disco que contasse uma história, foi nisso que nos inspiramos.
Um dos aspetos mais salientes é a participação do
Adolfo Luxúria Canibal. Como se proporcionou essa participação?
O Adolfo já acompanhava o nosso trabalho, desde o
início com o EP Skeleton. Desde que a
ideia do disco surgiu, surgiu também a ideia de trazer vários convidados e o
Adolfo foi um deles. Foi super-acessível!
Curiosamente ele participa num tema que também tem
muito de Mão Morta. Sendo da mesma cidade, esta mítica banda exerceu ou exerce
alguma influência sobre os GFH?
Sim, claro que sim. Nunca inspirou muito diretamente,
a nível de sonoridade. Este disco surge se calhar mais nesse sentido, mas
curiosamente não foi premeditado. Foi o primeiro tema composto para o álbum.
Para além do Adolfo têm mais dois convidados,
certo? Qual foi o seu input no resultado final de Diving?
O Nuno Gonçalves (teclas) foi muito importante no
resultado final do disco. Esteve connosco em todo o processo de composição do
disco, desde o início e com toda a liberdade para intervir e compor. Participa
em todos os temas e isso teve um peso muito grande no resultado final. No caso
do Mário, já tínhamos ideia de onde iriamos colocar saxofone, mas ele deu aos
temas aquilo que achou melhor, e achou muito bem!
Deste trabalho já há dois vídeos disponíveis para Sorrow e You Got
Nothing To Lose. Qual a razão da escolha
destes dois temas?
Achamos que representavam bem o disco e que seriam
bons cartões de visita.
Quem esteve responsável pela criação dos vídeos?
Os CASOTA Collective, de Leiria, foram os produtores e
realizadores de ambos os vídeos. Tivemos a oportunidade de trabalhar com excelentes
profissionais, fizeram um excelente trabalho. Para nós, souberam dar aos temas
o que eles precisavam a nível visual.
Quais são os aspetos mais relevantes abordados
neste álbum em termos líricos?
Este álbum aborda as memórias e recordações da personagem
descrita ao longo dos temas. Num disco dividido em três atos, que vai desde o
despertar dessas memórias que pareciam quase adormecidas no seu subconsciente,
à sua rejeição e quase estado depressivo e finalmente à sua aceitação e estado
de paz de espírito. A depressão, problemas de confiança, são temas
importantes...
Já estão a preparar a ida para a estrada? Apenas
Portugal ou, novamente, uma ida pela Europa?
Sim! Vamos estar por França e Espanha no final do ano,
em dezembro. Para o próximo ano queremos voltar a sair pela Europa, aí se
calhar por mais países.
Já agora, que outros projetos têm em mente para os
próximos tempos?
Para já, estamos empenhados na apresentação deste
disco. Acabou de sair por isso ainda requer muita da nossa atenção e trabalho.
Obrigado, Rita. Queres acrescentar mais alguma
coisa?
Queremos sempre deixar a mensagem às pessoas para saírem
de casa e irem assistir a concertos, não só aos nossos mas a todas as bandas e
projetos portugueses que andam por aí na estrada também. Vale muito a pena.
Obrigado!
Comentários
Enviar um comentário