Mantendo uma regularidade de um álbum a cada quatro
anos, os Cardiant estão aí com a sua melhor proposta de sempre – o álbum
conceptual intitulado Mirrors. A banda finlandesa fez um tema para uma equipa de hóquei no gelo,
chegou às semifinais do apuramento para o Eurofestival da canção e agora
prepara-se para começar a espalhar o perfume do seu metal melódico. Fomos falar com o guitarrista
Antii Hänninen, numa conversa que também passou pelo Salvador Sobral.
Olá Antii, como estás? Já lá vão quatro anos desde o
lançamento de Verge. Como foi passado este tempo no seio dos Cardiant?
Olá! Realmente, o tempo passa muito rápido. Durante
esse período, tivemos vários concertos na Finlândia e também tocamos pela
primeira vez na República Checa, que foi uma experiência bastante fixe!
Na verdade, um intervalo de 4 anos entre álbuns tem
sido uma regularidade. Não é premeditado, pois não?
Não, não é. O álbum Mirrors já deveria ter sido lançado no início de 2016, mas, de
alguma forma, conseguimos gastar mais um ano e meio nele. Por exemplo, entre Midday Moon e Tomorrow’s Daylight, quatro anos e meio, tivemos mudanças de
membros, mas neste álbum (Mirrors) despendemos
muito tempo e esforço para o tornar perfeito.
O facto de manterem a mesma formação desde 2008
permitiu-vos um desenvolvimento e crescimento sustentável dos Cardiant?
Temos um bom ambiente na banda e acho que é por isso
que todos continuamos. Não há motivos para deixar o grupo!
A vossa história está cheia de eventos que eu
gostaria de revisitar, mesmo antes de nos concentrarmos em Mirrors. Pode ser? Para
começar, vamos até 2010. Como foi essa experiência de terem participado na fase
de apuramento para o Eurofestival da Canção?
Foi uma ótima experiência! Aprendemos e divertimo-nos muito!
A única desvantagem é que ficamos sem energia para fazer qualquer outra coisa. Poderemos
dizer que levou todo o nosso tempo, mas acho que valeu a pena, mesmo que não tivéssemos
ido a Dusseldorf.
A vitória dos Lordi esteve na vossa memória? Alguma
vez pensaram que poderiam repetir essa proeza?
Nunca pensamos nisso. Apenas quisemos tocar a nossa
música sem pensar na competição.
Já que estamos a falar sobre a Eurovisão, Portugal
ganhou este ano pela primeira vez. O que pensas da nossa música e do Salvador
Sobral?
Acho que é sempre bom quando alguém tem sucesso com
algo diferente e especialmente no seu próprio idioma. A música era um pouco
suave, mas definitivamente boa.
Também fizeram uma música para uma equipa de hóquei
no gelo. Como se proporcionou isso?
Um amigo nosso foi contactado pela equipa de hóquei
Tappara para fazer uma música para eles. Ele contactou-nos para ajudar no
projeto e foi isso que aconteceu! Por acaso foi gravada na mesma altura que Rapture In Time para a Eurovisão, de
modo que esse ano, foi um ano com projetos especiais.
Com uma música vossa, eles devem ter sido campeões,
não? (risos)
Sim, duas vezes seguidas! Embora não saibamos o quanto
a nossa música teve a ver com isso.
Finalmente, chegamos a Mirrors e o que é mais estranho,
é claro, é a capa! Completamente atípica. Foi essa a intenção? Quem foi o responsável?
Exatamente! É um desenho de Tommi 'Tex' Hänninen, que
é um artista profissional de desenhos animados. Decidimos fazer algo totalmente
diferente do que habitualmente se vê noutras capas e nada exclusivo para este
género. Esta capa tem um coração, um sentimento, uma alma e uma história por
trás dela.
Durante quanto tempo trabalharam em Mirrors?
O processo de escrita já começou em 2014 e fomos para estúdio
em maio de 2015. De alguma forma, conseguimos gastar (desperdiçar) 2 anos em estúdio,
mas finalmente está pronto. Agora penso que esse foi o tempo ideal e que cada
dia, hora e minuto gasto no estúdio foi o necessário para criar este álbum.
Como surgem esses três convidados? Quem são e qual
foi a sua contribuição para o resultado final?
Mirrors é, mais ou menos, um álbum conceptual.
Os diferentes cantores são as diferentes personagens de uma história onde o
papel principal é cantado por Erik. Janne Saksa foi uma escolha muito natural já
que cantou no nosso álbum de estreia Midday
Moon. Muitos dos nossos fãs de vez em quando continuam a perguntar "quando
podemos voltar a ouvir a voz de Janne Saksa?" Por isso, foi óbvio que lhe pedimos
que fosse um dos cantores convidados. Quanto a Nitte Valo, conhecemo-la há
alguns anos e tivemos colaboração em outros projetos, sabendo bem como é a sua forte
e única. Perguntamos-lhe se queria entrar neste projeto e a resposta imediata
foi “sim”. As notas mais altas do álbum são cantadas pela Nitte. O resto é
história… Buscávamos um som masculino forte e ficamos felizes em podermos ter Pasi
Rantanen a bordo para este álbum. Ele fez um excelente trabalho trazendo para a
nossa música a sua presença e voz excepcionais. Foi um cantor muito
profissional para se trabalhar.
Life Has Just
Begun foi a música escolhida para primeiro
vídeo. Há ideias para mais algum?
Sim, já saiu a 23 de novembro o lyric vídeo do tema Blank
Star. Depois disso, será difícil de dizer, mas vamos ver!
O que está planeado, como forma de promoção, após o
lançamento do álbum?
Temos planos de fazer vários espetáculos ao vivo aqui
na Finlândia no início do próximo ano, e, porque não, pelo menos um espetáculo
no teu país? Não há muito mais planeado para já, mas estamos abertos e dispostos
a fazer o que for necessário para que esse álbum seja ouvido em todo o mundo.
Obrigado, Antti! Queres acrescentar mais alguma
coisa?
Muito obrigado pela entrevista e foi bom conversar contigo.
Deixem que Mirrors brilhe!
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