Entrevista: Glasya

O ano de 2018 promete no diz respeito ao metal nacional. Heaven’s Demise é apenas o primeiro tema dos Glasya, mas está a deixar toda a gente de boca aberta, queixo caído e… com enormes expetativas relativamente ao que ainda está para vir. E o caso não é para menos, se atendermos aos nomes envolvidos no projeto e à sua experiência acumulada. Para já, falamos com Davon Van Dave (ex-Urban Tales, ex-Shadowsphere, ex-Heavenly Bride) que já deixou algumas dicas sobre o que poderá acontecer.

Olá Davon, como estás? Os Glasya surgem da junção de diversos membros com bastante experiência acumulada. Quando sentiram que deveria começar um novo projeto? O que vos motivou?
Olá e desde já muito obrigado pelo convite! Os Glasya nascem da visão do Hugo Esteves, o fundador da banda, que pretendia fundar uma banda de metal sinfónico com qualidade e músicos que pudessem ajudar a construir um projeto sólido. Através de pessoas conhecidas ele foi-nos contactando e reuniu a formação que hoje existe em Glasya. A motivação, que se tornou comum entre todos os membros da banda, foi criar um projeto que tentasse dar um passo qualitativo dentro do metal sinfónico em Portugal e podermos estar de pé de igualdade com outras bandas existentes oriundas do norte da europa.

Que apontamentos novos trazem para os Glasya em relação aos vossos projetos anteriores?
No meu caso, já tive um projeto que se poderia intitular de sinfónico, os Heavenly Bride, em 2006 não existia quase nada dentro deste género e fomos dos primeiros a explorar esta sonoridade. Quando fui convidado não me senti obviamente um “peixe fora de água” no estilo. Urban Tales e Shadowsphere foram contributos importantíssimos para o meu crescimento como músico e creio conseguir trazer para Glasya essa experiência. A Eduarda, com a sua experiência em Nightdream, em que interpreta de forma extraordinária os temas de Nightwish se ambientou dessa forma a este estilo musical, trouxe para a banda uma vitalidade enorme e uma confiança sem precedentes. O Bruno Prates e o Manuel Pinto vêm de uma banda já carismática dentro do metal nacional, os Enchantya, como têm uma sonoridade bastante melódica e muito aproximada ao estilo, encaixaram que nem uma luva, além de serem grandes músicos. O Bruno Ramos vem de My Deception, veio trazer aquele toque mais gótico às músicas com as sugestões e contribuições que dá às músicas.

Já agora, estão a 100% nos Glasya ou mantém alguns dos postos das vossas antigas bandas?
Tirando a Eduarda, por ter os Nightdream, estamos praticamente todos a 100% neste projeto por acreditarmos muito no que estamos a fazer. O Bruno Prates é mentor do projeto Paradigm State mas por decisão própria suspendeu o mesmo durante este processo, o Manuel Pinto tem também um projeto paralelo que são os Rim mas que tem estado também em stand-by.

Que nomes ou movimentos mais vos influenciam ou inspiram?
Todos temos gostos distintos mas ao mesmo tempo com muitos pontos em comum, a minha influência são sem dúvida compositores como Hans Zimmer e os Two Steps From Hell, durante algum tempo dediquei-me a fazer Trailer Music e adoro todo esse universo. A Eduarda tem formação clássica e Jazz, tem um gosto amplo que vai do Pop ao Metal e a referência principal é a Tarja Turunen. O Bruno Prates e o Manuel Pinto gostam de progressivo, como os Dream Theater, o Hugo Esteves é fã de Metal mais clássico como Iron Maiden e Metallica e o Bruno Ramos é fã de Gothic Rock, bandas como Entwine.

Este género de metal sinfónico, com vocais femininos, não está assim tão bem representado no nosso país como outros géneros. Sentem que há essa lacuna e a podem preencher?
Temos boas bandas a nível nacional que respeito muito, cada uma delas com a sua sonoridade própria, umas mais góticas, outras mais progressivas, com mais ou menos presença da componente sinfónica, mas os Glasya sentem-se bem acompanhados nesta jornada e sentimos que as bandas juntas poderão tornar o estilo mais vincado e respeitado além-fronteiras.

E sentem se de alguma forma isso pode afetar a possibilidade para tocar ou vivo ou não?
Temos várias bandas com quem temos uma excelente relação e acredito que teremos sempre boa companhia para tocar ao vivo.

E o facto de surgir uma banda como a vossa, com uma qualidade enorme (pelo menos a atender pelo primeiro single), pode abrir espaço para outros projetos similares?
Obrigado pelas palavras! O que queremos essencialmente é mostrar o melhor resultado possível da criação conjunta destes músicos que adoram o que fazem. Se surgirem mais bandas porque nos ouviram e se sentem motivados a compor dentro deste estilo musical, creio que conseguimos o nosso objetivo, que é tocar no íntimo das pessoas que nos ouvem.

O primeiro single e vídeo já foi lançado. É de facto um tema soberbo. Isso aumenta as expetativas para o EP que aí vem?
Nós achámos que a Heaven’s Demise seria o tema perfeito para nos apresentarmos e realmente as críticas não poderiam ser mais positivas. Muitas pessoas já nos perguntam por um álbum, neste momento estamos a dar-nos a conhecer e este tema é o nosso cartão de visita. O que podemos garantir é que as restantes músicas são de um nível de composição, interpretativo e melódico igualmente fortes.

Para quando está prevista a edição desse primeiro trabalho?
A edição está ainda indefinida, temos sido contatados por algumas editoras a nível internacional e estamos na fase inicial de negociações. Acreditamos que será ainda no primeiro semestre deste ano, mas mesmo que se atrase um pouco, vamos abrindo o véu aos fãs e certamente irão ser presenteados com um novo videoclip.

Não sei se é possível, mas o que nos podem ir, desde já, adiantando a respeito desse EP?
Para já não temos a certeza que será um EP ou se se tornará num álbum, vai depender de como correrem as negociações com as editoras. O que podemos adiantar é que terá imensos apontamentos étnicos, orquestrações constantes e melodias sonantes, guitarras coesas e emotivas e a beleza e força da voz da Eduarda.

Podem falar-nos um pouco da vossa experiência em estúdio? Correu tudo como previsto? Sentiram algum tipo de dificuldade?
Todos nós percebemos de produção, portanto enquanto íamos compondo, íamos gravando e já tínhamos os temas pré-produzidos. Neste momento estamos a começar a fazer a produção final com um produtor conhecido.

Sendo uma banda que está a começar, que objetivos se propõem atingir?
Estamos juntos para conseguir alcançar a máxima qualidade e exposição possível, somos pró-ativos, vamos de encontro ao que queremos e não desistimos até alcançarmos o pretendido. Viemos para marcar um lugar no metal nacional e assim o tentaremos.

Obrigado, Davon. Queres acrescentar mais alguma coisa?
Queremos mais uma vez agradecer-te por este convite e o que gostaríamos de pedir é que se continue a apoiar o metal nacional, estamos a evoluir e cada vez mais respeitados aos olhos atentos dos críticos estrangeiros. Obrigado por tudo! 

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