Apesar de tudo Mark Sutcliffe já deixou a sua marca
na história do rock. Mesmo que Footprints In The Rock seja apenas o terceiro disco dos seus Trespass. Mas bem lá atrás, Lars
Ulrich e James Hetfield foram membros do clube de fãs desta banda que nasceu em
1979. Mas há mais – há, acima de tudo, a qualidade que este novo álbum
apresenta. Mark Sutcliffe é o único membro restante dos originais Trespass mas
isso não o impede de seguir com o seu sonho. Percebam como.
Olá Mark, tudo bem? Os Trespass estão em excelente
forma e este é o segundo álbum em três anos, depois de longos anos sem
gravações. Uma forma de recuperar o tempo perdido?
Parece que sim. Pessoalmente, sempre quis continuar
com os Trespass. Temos feito outras coisas, mas Trespass é para mim a melhor e
única maneira de dizer o que quero dizer, através da música. O álbum de 2015 deveria
ter novo material mas não consegui convencer os outros.
No entanto, apenas um elemento da formação original
permanece. Sentes que, mesmo assim, Footprints In The Rock ainda representa a
vossa identidade e base musical?
Sim, sim. Sempre fui eu o compositor principal dos Trespass
desde o início. Tenho uma ideia clara de como quero que a banda toque. Os novos
elementos trouxeram um novo som para a banda, mas são basicamente Rockers! E
entendem de onde eu venho.
Depois de um álbum auto-intitulado lançado de forma
independente, chegam à Mighty Music.
Como se proporcionou essa ligação?
Tivemos a sorte de ter essa ligação com a Mighty Music
através de Joe Fawcett, o nosso fantástico novo guitarrista que já tinha
lançado produtos com eles anteriormente. Acho que Michael da Mighty Music
conhece boa música rock quando a ouve. Com a ajuda deles podemos chegar a um público
muito mais amplo e estamos muito agradecidos.
Foquemo-nos agora em Footprints In The Rock. A escolha
deste título está associada com a marca que vocês querem deixar na cena heavy
metal?
Literalmente inspirei-me ao ver pegadas de dinossauro
na rocha. Um assunto que sempre me fascinou. No entanto, tem um duplo
significado, já que as bandas como que deixam "pegadas" na música
rock. Influências e fundamentos, sem as quais, a próxima geração de bandas não poderia
construir a sua música. Acho que podemos ter feito uma pequena pegada, mas podemos
ter influenciado uma banda como os Metallica. Eu quero incentivar as jovens
bandas a sair e a deixar a sua marca!
Como decorreu o processo de escrita e gravação
deste álbum?
Eu nunca parei de escrever músicas rock/metal. Muitas
delas não ficaram disponíveis na altura, pelo que tinha algumas para escolher. Criei
as ideias das canções e depois trabalhamos nelas em estúdio. Tranquei-me numa
casa de campo na floresta e escrevi o material mais recente.
Portanto, algumas das músicas não são recentes?
Little Star é de 1999. Sempre gostei dessa música, portanto,
tinha que estar no álbum. Beowulf And Grendel faziam parte de uma peça muito
mais longa baseada num poema épico. As outras músicas foram escritas mais
recentemente.
Já tens algum vídeo para este disco?
Temos um vídeo com a música Momentum. Estamos a
planear fazer outro.
Que projetos tens em mente para os próximos tempos?
Estou a trabalhar num projeto solo e, claro, já estou a
escrever para o próximo disco dos Trespass. Queremos tocar ao vivo o máximo
possível em 2018/19, o que nem sempre é fácil para bandas nos dias de hoje.
Muito obrigado. Queres acrescentar mais alguma
coisa?
Apenas agradecer muito a todos os fãs de rock e metal
que ainda querem ouvir Trespass. É qualquer coisa ainda terem interesse na tua música
depois de quase 40 anos! Espero ver-te em algum lugar!
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