Há coisas que só se podem fazer quando avanças
a solo. Foi esse o pensamento de Enrico Sarzi, cujos temas por ele compostos,
nunca poderiam ter entrado nos Midnite Sun. Por isso, o caminho era inevitável…
e Drive Through, primeiro trabalho a solo do italiano, veio provar que estava certo.
Vamos ouvir o que o vocalista/guitarrista tem para nos dizer.
Olá Enrico, como estás? Quando decidiste que
estava na altura de começares a tua carreira solo? O fim dos Midnite Sun tem
algo a ver com isso?
Olá! Comecei a pensar num disco solo desde que
participei no álbum Time To Take A Stand dos
Moonstone Project. Naquela época estava a gravar Groovin’ Sexplosion, o primeiro álbum dos Midnite Sun. Quando fazes
parte de uma banda, deves aceitar alguns compromissos e compartilhar decisões e
responsabilidades, enquanto quando fazes um álbum solo tudo depende de ti.
Certamente, uma das razões da separação dos Midnite Sun foi devido ao meu
desejo de gravar estas músicas que senti não eram adequadas para a minha banda.
Foi uma decisão fácil de tomar?
Foi uma decisão automática. Não foi fácil, mas
certamente emocionante. Mas tive muita sorte em ter amigos que me ajudaram
nesta aventura, grandes músicos que fizeram um trabalho maravilhoso, deram-me
conselhos, mas, ao mesmo tempo, respeitaram as minhas decisões.
O resultado é Drive Through. Toda a
composição foi tua responsabilidade ou tiveste algum tipo de colaboração?
Cada nota e cada palavra foram escritas por mim. Mas
nos arranjos trabalhamos totalmente como banda. Eu precisava que todos os
músicos se sentissem seguros com as músicas. Teria sido egoísta se não quisesse
pedir-lhes ajuda!
Todas as músicas são recentes ou alguma foi
escrita ao longo dos anos?
A maioria das canções foi escrita durante a
experiência dos Midnite Sun, mas, como eu já disse antes, não eram adequados
para a banda porque não eram músicas pesadas e eles precisavam de uma abordagem
catchier. Mas, pelo menos quando
percebi que era finalmente a altura de pensar num disco a solo, já tinha
algumas guardadas e compus as 3 últimas músicas, como Drive Through, Sex Perfume
e Cielo.
Este é um disco que reflete as tuas mais
diversas influências. Assim, como descreverias Drive Through, para
quem não conhece o teu trabalho?
É música fácil, talvez elementar. Um cantor que compõe
raramente faz algo para técnicos! Mas acho que Drive Through é apaixonado, está cheio de músicas provenientes do
coração. Como sublinhaste, tenho muitas influências: em algumas reviews muitos críticos não encontram em
Drive Through os tipos de música
listados na minha biografia... são tolos! "Ser inspirado" não
significa "cópia"! Eu odeio totalmente esta pesquisa para
"marcar" um artista! Desculpa a minha explosão (risos)! No entanto,
respondendo à tua pergunta: amo o Hard
Rock britânico dos anos 70 e cresci com o som de Seattle dos anos 90, mas
antes de mais sou um fã de melodia. Por isso, tentei colocar na minha música
todo o meu amor pela pop
internacional e italiana.
Como escolheste os músicos que te acompanham
neste trabalho?
Esta foi a coisa mais fácil: eu escolho amigos! Bons
amigos e grandes músicos, pessoas que eu conhecia muito bem graças ao nosso
passado em Midnite Sun, mas, acima de tudo, pessoas que me conheciam! Porque
trabalhar comigo é tudo, menos fácil!
Além dos membros principais, tens, ainda, três
convidados. Como surgem eles no disco?
Stefano Avanzi tocou saxofone em Strange Freedom. Na minha mente, a melodia deste solo existe desde
que compus a música há 18 anos e, sendo um rocker,
sempre pensei que era perfeito para um clássico solo de guitarra. Mas, antes de
entrar em estúdio, tive esta ideia: por que não tentar com um instrumento
totalmente diferente? Sempre gostei do saxofone de Careless Whispers de George Michael e pensei que seria ótimo ter
algo assim na minha música. Conheço Stefano desde criança e ele ficou feliz em
fazê-lo. Alberto Valli tocou piano em Cielo
e Luciana Buttazzo fez a voz feminina na mesma música... Eu precisava deles
para criar as melhores atmosferas nas diferentes faixas do álbum, e acho que
eles fizeram um excelente trabalho.
Todas as músicas são cantadas em inglês, exceto
uma, Cielo. O que tentaste atingir com o uso da tua
língua materna?
O que tentei atingir? Que não sou capaz de escrever em
italiano (risos)!!! Não, com toda a seriedade, Cielo é a única música que compus com piano, e sempre senti que
poderia ter sido uma típica canção pop
italiana. Mas, infelizmente, não tenho um background
italiano, e achei que seria como um parto tentar escrever na minha língua
materna. Mas, pelo menos, estou satisfeito... Talvez porque estive tão
envolvido na letra, com uma história muito tocante para mim. E quando usas o
teu coração, consegues ultrapassar os teus limites.
E a partir de agora? O que tens planeado para a
tua carreira?
Ah, não planeei nada de particular. Drive Through foi um sonho tornado
realidade e eu tenho que considerar isso com tranquilidade. Apenas queria fazer
algo pela minha felicidade, esperando que pudesse ser o mesmo para as pessoas
que o escutam. Como escrevi na música S.O.S.
To God, se Deus quiser que continue a fazer música, tem que me avisar!
Obrigado, Enrico! Parabéns e concedo-te a
oportunidade de deixar uma mensagem...
Foi muito agradável fazer uma entrevista com pessoas
sinceramente interessadas na minha música. Vocês fizeram-me sentir especial.
OBRIGADO TAMBÉM!! Continuem a apoiar a música original.
Comentários
Enviar um comentário